Artes Marciais

Brasília recebe 31ª edição do Campeonato Brasileiro de Kungfu Wushu

Após dois anos de interrupção, em razão da pandemia de covid-19, o torneio está de volta. As competições tiveram início na quinta-feira (9) e vão até domingo (12). Saiba como acompanhar o evento e conheça a história da modalidade

A capital federal vem ganhando projeção nacional em diversos esportes e se tornando um celeiro de talentos. No Kungfu Wushu, arte marcial milenar chinesa, não é diferente. Aproximadamente 500 atletas do Distrito Federal e 19 estados desembarcaram na capital para a 31ª edição do Campeonato Brasileiro de Kungfu Wushu. As competições começaram na quinta-feira (9/12) e vão até este domingo (12). O evento é uma importante etapa para a seleção e ranqueamento dos lutadores que farão processo seletivo para disputarem torneios internacionais.

O campeonato não foi disputado por dois anos devido à pandemia de covid-19. Pelo mesmo motivo, o evento não contará com a presença de público. As lutas podem são transmitidas pelo canal no YouTube da Confederação Brasileira de KungFu Wushu (CBKW).

“É uma honra trazermos um evento tão grandioso aqui para Brasília e é muito importante para todos os atletas, não só para os daqui, mas para os de todo o Brasil. Ainda fizemos (neste ano) o Open, que foi realizado em setembro”, conta Aglênio Rodrigues, presidente da Federação de Wushu do Distrito Federal (FWDF). O Open contemplou toda a região Centro-Oeste e serviu como classificatória para o Campeonato Brasileiro.

Popularização da modalidade

O Kungfu Wushu começou na China e chegou ao Brasil na década de 1960. Inicialmente, era praticado somente pela comunidade chinesa e, aos poucos, ganhou adeptos brasileiros.

De acordo com dados da CBKW, a modalidade tem 220 mil praticantes em solo brasileiro. Com isso, o Brasil figura como uma das potências do esporte no continente americano.

No Distrito Federal, a modalidade ganhou força na década de 1980 e passou pelo processo de profissionalização nos anos 1990. O Wushu chegou no Planalto Central por meio de mestres da arte marcial.

Hoje, há cerca de 2 mil praticantes na capital federal e escolas em todas as regiões administrativas. "Brasília é uma potência e sempre leva atletas para (competições) internacionais”, afirma Aglênio.

Um paixão de criança

A história do brasiliense Everson Felipe Pereira da Silva, 26 anos, é voltada totalmente ao Kungfu Wushu. O lutador foi apresentado ao esporte quando tinha seis anos, em 2000. “Eu gostei da beleza dos movimentos e da disciplina que poderia ser conquistada naquele momento. Eu comecei vendo, observando bastante e daí tive o interesse em participar”, conta. Aos 14, ele passou a lecionar a modalidade.

Em 2001, Everson participou da primeira competição. Ele participaria do torneio novamente nove anos mais tarde, em 2010. A partir de então, o lutador foi a um Pan-americano. Ganhou uma prata e um bronze. Esteve em dois Sul-americanos, nos quais sagrou-se bicampeão, a um Mundial Júnior e conquistou a medalha dourada em várias edições do Campeonato Brasileiro. O último compromisso foi há dois anos. Em 2019, participou pela primeira vez do Mundial Adulto.

Arquivo Pessoal - Everson teve uma vida dedicada ao Kungfu Wushu

O desejo do atleta é representar o país e Brasília em mais dois Mundiais Adulto. “A minha principal vontade é de deixar um legado importante para que as novas gerações tenham como exemplo”, afirma.

Programe-se

31º Campeonato Brasileiro de Kungfu Wushu
Data: 8 a 12/12, 9h às 21h (de Brasília)
Local: Ginásio da AABB, Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2
Transmissão: YouTube

 

*Estagiária sob a supervisão de Marcos Paulo Lima