Tênis

Djokovic barrado no Aberto da Austrália

Correio Braziliense
postado em 06/01/2022 00:01
 (crédito: TIZIANA FABI)
(crédito: TIZIANA FABI)

Novak Djokovic sofreu, ontem, uma das maiores "viradas" da carreira. Um dia após celebrar a permissão médica especial que recebeu para competir em Melbourne, o tenista número 1 do mundo foi barrado no aeroporto de Tullamarine, teve o visto cancelado e teria de deixar o país poucas horas após desembarcar. Ele estava na cidade para disputar o Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam da temporada, que começa em 17 de janeiro.

Autoridades australianas barraram a entrada do tenista sérvio, nove vezes campeão do Grand Slam local, porque ele não teria apresentado "padrões adequados de evidências" para entrar no país com a permissão médica especial que havia obtido na véspera. O documento permitia que entrasse e competisse em Melbourne mesmo sem comprovar a vacinação completa contra a covid-19.

Djokovic afirmou diversas vezes que é contra o imunizante. Ele se nega a revelar se tomou a vacina, o que o tornou alvo de polêmica nos últimos meses, principalmente após as autoridades australianas afirmarem publicamente que só aceitariam tenistas vacinados para o torneio.

A permissão que Djokovic havia obtido é prevista na lei australiana para dar conta de casos específicos na pandemia. Serve para pessoas que não tomaram o imunizante para não piorar um quadro clínico grave causado por outra doença ou porque apresentaram reação grave na primeira dose ou ainda porque tiveram covid-19 nos últimos seis meses.

A especulação na imprensa australiana é sobre esta última hipótese no caso do tenista. Djokovic, contudo, não revelou publicamente se contraiu o vírus nos últimos meses. Mais cedo, o primeiro-ministro Scott Morrison havia afirmado que a permissão não liberava a entrada automática no país. Ele precisaria provar que tinha um bom motivo para não se vacinar. "Se essa evidência for insuficiente, ele não será tratado de forma diferente e estará no próximo avião para casa. Não deve haver nenhuma regra especial para Novak Djokovic. Absolutamente nenhuma", declarou o político.

Horas depois, o sérvio não conseguiu convencer as autoridades sanitárias locais de que tinha uma razão apropriada para evitar a vacina contra a covid-19. Se a expulsão da Austrália for confirmada, Djokovic ficaria sem a possibilidade de buscar em Melbourne o recorde de títulos de Grand Slam que atualmente divide com o suíço Roger Federer e o espanhol Rafael Nadal (todos os três com 20).

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Ares de crise diplomática

O pai do atleta, Srdjan Djokovic, conhecido pelas declarações polêmicas, tratou de dar ares dramáticos para a situação. "Novak está trancado numa sala onde ninguém pode entrar. E diante da porta estão dois policiais", disse à imprensa sérvia, sugerindo que o filho estaria sendo tratado como um criminoso. Mais tarde, chegou a dar um ultimato às autoridades locais e prometeu convocar um protesto em favor da "liberdade" do filho.

As declarações tiveram o efeito esperado no âmbito político. E até o presidente da Sérvia se manifestou sobre o caso. "A Sérvia vai fazer tudo que puder para acabar imediatamente com este constrangimento causado a Novak Djokovic", declarou Aleksandar Vucic.

Entre as autoridades australianas, a confusão imperou nas declarações públicas. O Estado de Victoria e o governo federal se esquivavam das críticas de que teriam concedido um privilégio ao líder do ranking ao mesmo tempo em que endureciam o discurso. A situação se arrastou pela madrugada australiana até a decisão pelo cancelamento do visto do tenista.

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