Afundado em problemas administrativos há várias gestões e com uma dívida líquida avaliada em cerca de R$ 993 milhões, o Botafogo sonha em se tornar um clube empresa na intenção de vislumbrar novos tempos em campo. O alvinegro deu os primeiros passos no projeto ainda em 2019 e foi um importante apoiador na criação do projeto de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), modelo aprovado no ano passado e adotado pelo Glorioso logo na sequência. Ontem, o time carioca deu mais um importante passo para concretizar a missão em um curto espaço de tempo.
O clube anunciou de maneira oficial a assinatura do contrato de oferta vinculante para o empresário norte-americano John Textor adquirir 90% das ações da SAF alvinegra e, consequentemente, assumir o controle do futebol do Botafogo. O investimento prometido abrange um aporte de R$ 400 milhões nos próximos três anos. O novo e importante avanço na negociação, intermediada pela XP Investimentos e pela companhia Eagle Holdings, foi anunciado com entusiamos pelo presidente Durcesio Mello através das redes sociais da equipe do Rio de Janeiro.
"Caros sócios-proprietários, membros do Conselho Deliberativo, sócios-torcedores e torcida alvinegra. Eu estou muito feliz em divulgar que, após uma revisão final, estamos anunciando a proposta vinculante com a Eagle Holdings. Isso faz parte de um processo de profissionalização que implantamos no clube durante essa gestão e que está culminando com essa proposta que vai ser o futuro, forte, do Botafogo", informou Mello no vídeo do anúncio. Com o avanço, o Botafogo segue os passos do Cruzeiro, vendido ao conglomerado do atacante Ronaldo Fenômeno.
A assinatura da oferta vinculante dá início a uma espécia de contagem regressiva para o acordo entre o Botafogo e a Eagle Holdings sair do papel e entrar, de fato, no dia a dia do futebol alvinegro. Nos próximos dias, o clube alvinegro viverá outros momentos cruciais na venda de sua SAF. Na quinta-feira, a proposta será avaliada pelo Conselho Deliberativo do Glorioso. No dia seguinte, o acordo passará pelo crivo dos sócios alvinegros. Se não houver nenhum entrave, o time receberá um aporte inicial de R$ 50 milhões na semana seguinte. O prazo para finalizar a burocracia será de 60 dias.
No Rio de Janeiro desde sábado, o investidor norte-americano acompanhou de perto os últimos detalhes antes da assinatura. "Queria aproveitar para agradecer a presença e dar as boas-vindas a John Textor. Elogiar o carisma dele e o carinho que ele teve com a torcida alvinegra. E, também, agradecer ao Jorge Braga, o André Chame e o Chico Müsnich, que, nesses últimos 15 dias, se debruçaram com a equipe do John Textor para chegar a esse resultado maravilhoso para o Botafogo. Muito obrigado, saudações alvinegras, estou muito feliz", destacou.
A expectativa é de que o empresário fique no Brasil, ao menos, até sexta-feira, quando as etapas de votações nas esferas internas da nova aquisição serão realizadas. Se o acordo for finalizado de forma positiva, a Eagle Holdings terá controle sobre o departamento de futebol do Botafogo pelos próximos 30 anos. Mais do que a injeção de investimentos nunca antes vistos na história centenária do clube alvinegro, a venda da SAF surge no horizonte como a esperança de mudar o patamar do clube carioca e retomar o protagonismo que viveu seu ápice, principalmente, nas décadas de 1960 e 1970.
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