A primeira convocação do técnico Tite após a classificação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2022 — conquistada em novembro do último ano — não teve grandes surpresas. Apesar de ter no horizonte dois jogos com status de amistosos de luxo na próxima rodada dupla das Eliminatórias Sul-Americanas, o trenador canarinho optou por observar nomes que compõem a base principal de atletas montada nos últimos anos para enfrentar o Equador, em 27 de janeiro, e o Paraguai, em 1º de fevereiro. O destaque principal ficou para retornos de nomes chamados outrora.
Duas dessas voltas, inclusive, soam mais como um voto de confiança dado por Tite para auxiliar em recomeços. Mesmo após ficar alguns sem entrar em campo entre a passagem frustrada pelo São Paulo, finalizada em agosto, e o reinício da trajetória com a camisa do Barcelona, já em janeiro, o lateral-direito Daniel Alves foi um dos nomes convocados pelo treinador. Os últimos minutos em campo do camisa 13 em meio à transição entre os dois clubes foi justamente com a Amarelinha, em 9 de setembro, na vitória por 2 x 0 contra o Peru, também pelas Eliminatórias.
Outro nome premiado com uma convocação mesmo sem estar atravessando um grande momento nos gramados foi o meio-campista Philippe Coutinho. Pouco utilizado no Barcelona, o brasileiro foi por empréstimo para o Aston Villa na intenção de recuperar seu melhor futebol e lutar por um lugar na lista final para o Catar. A transferência, inclusive, foi vista com bons olhos pelo técnico da Seleção Brasileira. "Coutinho é um jogador de armação e conclusão importante, que vai recuperando seu melhor nível. Está em condição de retornar", explicou Tite.
Sem contar com Neymar, lesionado, a lista para os próximos dois compromissos manteve boa parte da base dos últimos chamados. Dúvidas por estarem em pré-temporada no Brasil, o atacante Gabigol, o meia Everton Ribeiro — ambos do Flamengo — e o goleiro Weverton, do Palmeiras, voltam a integrar a lista de 26 nomes. Na expectativa de serem relembrados por Tite, o centroavante Hulk e o lateral-esquerdo Guilherme Arana ficaram de fora. Destaque brasileiro no futebol europeu nos últimos meses, Vinícius Júnior, do Real Madrid, foi outro a ganhar oportunidade.
"Nós acompanhamos e temos uma série de informações dos atletas. A qualidade técnica do Everton Ribeiro, do Gabriel Barbosa e do Weverton foi muito consistente na Seleção. Eles trazem este legado. Legado também da não oportunidade que não tiveram no fim do ano pelo calendário. Neste módulo mais amplo, trouxemos eles", detalhou.
Tite justificou a baixa rotação na convocação pelos méritos acumulados ao longo do ciclo entre os Mundiais da Rússia, em 2018, e do Catar, em 2022. "Um conjunto. Temos que avaliar sobre um contexto todo. Não dá para dizer o que é determinante para cada atleta. Tem que pegar o desempenho dos últimos quatro anos. A gente tem as oportunidades. E, quando vem aqui, ele tem que produzir dessa mesma forma. É o último ano de preparação para a Copa, mas todos esses fatores definem a convocação final", garantiu o treinador da Seleção Brasileira.
Líder das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo do Catar, com 35 pontos conquistados — seis a mais do que a segunda colocada Argentina —, o Brasil se reapresentará e fará a preparação inicial em Quito, palco do jogo contra o Equador. Os jogadores vindos da Europa vão pegar um voo fretado disponibilizado pela CBF em Madri, na Espanha. Após o confronto fora de casa, a Seleção viaja para Belo Horizonte, onde recebe o Paraguai, no Estádio Mineirão.
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