O decreto publicado pelo Governo do Distrito Federal (GDF), ontem, vetando a presença de público em eventos esportivos impactou diretamente na agenda de partidas “importadas” da capital. Além de fechar os portões em jogos de times locais no Campeonato Candango, no Novo Basquete Brasil (NBB) e na Superliga de Vôlei, a decisão também fez o clássico carioca entre Flamengo e Fluminense voltar para o Rio de Janeiro. Marcada para 20 de fevereiro, a Supercopa do Brasil entre Atlético-MG — campeão da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro — e Flamengo — vice da Série A em 2021 — também ficou em risco.
O duelo entre rubro-negros e tricolores foi o primeiro a tomar o caminho de saída da capital federal. Tão logo o decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do DF (DODF), os investidores responsáveis por trazerem o jogo para o Mané Garrincha desistiram de bancar a operação sem o retorno financeiro. Com isso, a Federação Estadual de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) confirmou o jogo para o Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, em 6 de fevereiro, às 16h.
Na quarta-feira, o Correio havia antecipado a decisão do governador Ibaneis Rocha de não permitir a realização da partida entre os rivais cariocas com a presença de torcedores nas arquibancadas do Estádio Nacional Mané Garrincha. Com a publicação do decreto, o plano de atuar na capital foi descartado.
Supercopa é dúvida
Anunciada para ocorrer pela terceira vez consecutiva no Distrito Federal, a Supercopa com Atlético-MG e Flamengo vive um clima de incerteza. Ao Correio, o presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), Daniel Vasconcelos, detalhou o novo panorama envolvendo a decisão. O dirigente explicou que o desejo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em realizar o jogo com a presença de público pode acabar pesando na transferência para um novo local. “Com certeza, corre risco. O interesse da CBF é fazer em algum lugar que tenha público. Isso deve ser tratado para saber se vai manter em Brasília ou se vão levar para outro lugar devido à decisão do decreto. Pode ser que levem para outro lugar”, destacou.
A assinatura do contrato e o anúncio oficial da CBF estavam previstos para ontem, mas foram adiados com a mudança de cenário provocada por decreto. Em Brasília, ainda há expectativa de que a decisão pode ser revista com um possível recuo da pandemia no Distrito Federal. Os próximos dias serão decisivos para a definição da sede da Supercopa de 2022 e uma articulação política não está descartada para manter a partida mais uma vez no Mané Garrincha. O estádio abrigou os títulos do Flamengo sobre o Athletico-PR, em 2020, e Palmeiras, em 2021.
*Estagiário sob a supervisão de Danilo Queiroz
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Briga em clássico
A confusão envolvendo as torcidas de Gama e Brasiliense no clássico verde e amarelo disputado na quarta-feira, no Mané Garrincha, segue tendo repercussão. Ontem, em liminar, a Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) suspendeu as torcidas organizadas dos dois times dos estádios do Distrito Federal. A punição pode chegar a um prazo de até cinco anos. O presidente da corte esportiva, Vinícius Henrique Bernardes dos Santos, analisou imagens e vídeos para tomar a decisão. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também entrou no circuito e instaura inquérito civil para apurar atos ilícitos na briga. “É inconcebível e exige resposta do poder público a violência entre torcedores em um jogo de futebol. Vamos verificar autoria, materialidade, além de notificar os presidentes das torcidas e fazer com que tenha um posicionamento da Arena BSB e da FFDF”, ressaltou o Procurador Distrital dos Direitos do Cidadão, José Eduardo Sabo Paes.