Não existem fronteiras para o amor. É o que mostra o palmeirense Caio Bartolo. O morador de Águas Claras resolveu encarar os quase 12.000 km de distância entre a capital do país e os Emirados Árabes Unidos para acompanhar de perto a final do Mundial de Clubes da Fifa, no sábado (12/2), entre Chelsea e Palmeiras. Ele e seu grupo de amigos são apenas alguns dos milhares alviverdes que cruzaram o oceano, na tentativa de ganhar o mundo junto ao elenco alviverde.
Apaixonado pelo Verdão, o bancário de 45 anos é, também, o cônsul do Palmeiras em Brasília e diretor da torcida uniformizada Mancha Alviverde na cidade. Ele não esconde a ansiedade para ver o atual bicampeão da América em campo na decisão. "Desde a final da Libertadores, são dois meses sem dormir. E esse fuso horário de sete horas, deixa tudo ainda mais confuso e intenso. Nem sabemos mais se temos cabeça ou coração. É corpo alma e paixão", compartilhou.
O torcedor do Palmeiras conta que o planejamento para o Mundial de Clubes começou ainda no caminho para a final da Libertadores contra o Flamengo, em 27 de novembro, em Montevidéu no Uruguai. O gol de Deyverson, na prorrogação, foi o catalisador para que a viagem saísse do papel. Ele lembra que uma amiga presente no estádio comprou passagens para os Emirados Árabes Unidos logo após o lance histórico para o alviverde.
O ano virou e fevereiro logo chegou. Caio deixou o Aeroporto JK, em Brasília, em uma sexta-feira e desembarcou no país do Golfo Pérsico no domingo. Foi mais de 48 horas de uma jornada, que passou pelo Rio de Janeiro, Londres, Dubai e terminará em Abu Dhabi. Ainda não habituado ao fuso horário de sete horas entre o país natal e o palco da decisão do Mundial, o jeito é curtir o momento com outros palmeirenses.
“Só tem Palmeirense em Dubai e Abu Dhabi. Em qualquer lugar que você anda, encontra um palmeirense. Não há ninguém com camisa de outros times por aqui. No dia da partida do Chelsea contra o Al-Hilal, lotamos os pontos e fizemos muita festa. Estamos dominando”, orgulha-se.
Como tudo na vida, a emoção e adrenalina em testemunhar mais uma possível glória tem seus preços. “Somente em passagem e hospedagem, gastei R$ 10 mil. Viajar para lugares como estes nunca são tranquilos. Dubai e Abu Dhabi são cidades muito caras, ainda mais para nós, brasileiros. Poucos pontos vendem cerveja e onde encontramos, os copos são cobrados por R$ 70 ou R$ em média”, reporta o cônsul palmeirense em Brasília.
Mesmo assim, Caio e sua turma não desanimam. “A emoção de estar em Abu Dhabi é demais. Não pelo título, mas pelo Palmeiras. Aonde o Palmeiras vai, nós vamos atrás”, declarou.
A aventura pelos Emirados Árabes Unidos não está sendo a primeira de Caio em prol do Palmeiras. O apaixonado conta que esteve presente em todas as decisões de campeonato desde 1993. De perto, ele testemunhou as glórias de Campeonato Brasileiro, Copa Rio-São Paulo, Copa do Brasil, Campeonato Paulista e, claro, a Libertadores da América.
O possível título do Palmeiras pode matar duas zoações rivais em uma cajadada só. Em janeiro, os garotos do Palestra faturaram a Copa São Paulo de Futebol Júnior, a popular Copinha. Agora, vem a missão de gente grande: conquistar o Mundial e por fim à musiquinha que tanto assombra o torcedor alviverde.
“O Mundial não é e nunca será nossa prioridade. Vencer esse torneio significa acabar com a musiquinha criada pelos rivais. Queremos gritar ‘bicampeão’ para quem não conhece o futebol”, enfatiza.
A poucas horas do apito inicial para Chelsea x Palmeiras, o morador do DF prefere não arriscar palpites. Porém, é otimista quanto à vitória brasileira sobre a equipe de Londres. "O time está focado, com um treinador muito além do campo, extremamente estudioso. O Chelsea vem cansado, com um Lukaku que não vive sua melhor fase", avalia.
"Eu não costumo de arriscar palpites, mas ultimamente o Palmeiras vem contando com heróis improváveis. acredito que o Jailson faça o gol da vitória e do título", complementa confiante.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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