Supercopa

Glória e festa em errante maratona

Após empate alucinante por 2 x 2 no tempo regulamentar, Éverson pega a 24ª cobrança de pênalti do duelo, Atlético-MG supera o Flamengo e comemora o primeiro título da temporada, na Arena Pantanal

João Vitor Marques Enviado especial a Cuiabá
postado em 21/02/2022 00:01
 (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
(crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Foi de forma épica, do jeito que o atleticano se acostumou. Em minoria nas arquibancadas, longe de casa, na 24ª cobrança de pênalti... Sim, na 24ª. Após um empate alucinante por 2 x 2 no tempo regulamentar, os alvinegros que foram à Arena Pantanal, em Cuiabá, vibraram de alegria com a defesa de Éverson, o herói que, por pouco, não foi vilão. Vitória por 8 x 7 nos pênaltis sobre o Flamengo, ontem, e título da Supercopa do Brasil garantido.

O calor que beirava os 30ºC e o forte sol em Cuiabá não impediram um jogo intenso desde o início. Sem Zaracho (fora por dores na coxa esquerda), o Atlético-MG iniciou com Savarino. Do lado rubro-negro, o técnico Paulo Sousa apostou num time com três defensores na primeira linha: Fabrício Bruno, David Luiz e Filipe Luís.

Depois de um início equilibrado, a estratégia flamenguista começou a sobressair. As falhas defensivas do Galo — especialmente com Nathan Silva, "salvo" pela arbitragem que não percebeu um toque com o braço em disputa com Bruno Henrique — geraram boas oportunidades de gol.

Porém, Gabigol (duas vezes) e Fabrício Bruno (de cabeça) desperdiçaram as melhores chances do primeiro tempo. O domínio era rubro-negro, e o Atlético tinha dificuldades para criar. Apagado, Savarino foi superado por Filipe Luís. Do outro lado, Keno venceu poucos duelos contra Rodinei. Hulk e Nacho também estavam sem grande brilho.

A etapa inicial caminhava para o fim quando uma falha individual tirou um dos zeros do marcador. Guilherme Arana arriscou finalização de fora da área, o goleiro Hugo (que ganhou disputa contra o experiente Diego Alves) bateu roupa e a bola sobrou para Nacho Fernández empurrar para as redes: 1 x 0.

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Empate, virada e empate...

 (crédito: Marcelo Cortes/Flamengo)
crédito: Marcelo Cortes/Flamengo

Mesmo sem alterações, o Flamengo voltou com outra postura para o segundo tempo. Com menos de um minuto, a primeira finalização. Aos 11, Arrascaeta arrancou pela esquerda e cruzou para Bruno Henrique, que cabeceou para defesa de Everson. No rebote, Gabigol empurrou para as redes e empatou: 1 x 1.

Pouco tempo depois, a virada rubro-negra. Na primeira participação no jogo, Lázaro puxou contra-ataque e encontrou Bruno Henrique em profundidade pela direita. O atacante saiu frente a frente com Everson e cavou na saída de Everson: 2 x 1 e explosão na flamenguista Arena Pantanal.

A partir daí, o Atlético-MG iniciou uma forte pressão contra o gol de Hugo Souza. Por pouco, não empatou na sequência. Foi quando o técnico Antonio Mohamed acionou Ademir e Vargas. De volta após se recuperar de lesão, o chileno ajeitou a bola para Hulk, na área, conseguir o empate. O camisa 7 alvinegro dominou bem, fintou a marcação e bateu de direita, no ângulo, para deixar tudo igual: 2 x 2.

O jogo seguiu num ritmo intenso até o fim, com chances para os dois lados. O cansaço de início de temporada pareceu pesar e os times se desorganizaram. Com isso, os espaços foram aparecendo. Mas o 2 x 2 continuou até o fim no placar. A decisão seria mesmo nos pênaltis.


Muitos erros e festa do Galo

 (crédito:  Pedro Souza/Atletico)
crédito: Pedro Souza/Atletico

Nas cobranças, Hulk começou batendo e abriu a contagem. Marcaram também, nesta ordem: Lázaro, Nacho Fernández, Vitinho, Ademir, Diego, Guilherme Arana, David Luiz, Vargas e Gabriel. Nas alternadas, Guga, que entrou apenas para bater o pênalti, parou em Hugo. Willian Arão teve a chance de dar o título para o Flamengo, mas chutou no peito de Éverson. Jair recolocou o Atlético-MG na frente e João Gomes deixou tudo igual.

As cobranças seguiram. Éverson chamou a responsabilidade e isolou, mas o goleiro se recuperou ao defender o chute de Matheuzinho, que ainda tocou no travessão. Na sequência, Nathan Silva fez e jogou a pressão em cima de Léo Pereira, que deixou tudo igual. A situação se inverteu, Mariano chutou fraco e facilitou a vida de Hugo. Mas Fabrício Bruno jogou para fora. Godín e Hugo também desperdiçaram as cobranças, e recomeçou tudo novamente.

Coube a Hulk recolocar o Atlético-MG na linha ao acertar a segunda cobrança do dia. O Flamengo escolheu Vitinho, mas o atacante parou em nova defesa de Éverson, que deu o título da Supercopa do Brasil para o time mineiro.

Ficha técnica

Atlético-MG 2 (8 ) X (7 ) 2 Flamengo

Atlético-MG: Everson; Mariano, Nathan Silva, Godín e Guilherme Arana; Jair, Allan (Guga) e Nacho Fernández; Savarino (Ademir), Keno (Vargas) e Hulk

Técnico: Antonio Mohamed

Flamengo: Hugo; Rodinei (Matheuzinho), Fabrício Bruno, David Luiz e Filipe Luís (Léo Pereira); João Gomes, Willian Arão, Arrascaeta (Vitinho) e Everton Ribeiro (Lázaro); Bruno Henrique (Diego) e Gabigol

Técnico: Paulo Sousa

Gols: Nacho Fernández, Gabigol, Bruno Henrique e Hulk

ÁRBITRO - Anderson Daronco (RS)

Cartões amarelos: Jair, Mariano e Nathan Silva (Atlético-MG); David Luiz, Gabigol e João Gomes (Flamengo)

Renda: R$ 3.884.100

Público: 32.028 pagantes

Lolca: Arena Pantanal, em Cuiabá (MT)

Premiação milionária no cofre

Para além da honraria esportiva, o clube mineiro também garantiu a primeira premiação milionária do ano. A Supercopa do Brasil paga R$ 5 milhões ao campeão e R$ 2 milhões ao vice. O Atlético-MG arrecadou valor que representa cerca de 3% da meta de ganhos com transmissão, imagem e premiações estabelecida pelo clube para a temporada (R$ 163.678.000).

Decidida em jogo único, a Supercopa é, originalmente, disputada entre o vencedor do Campeonato Brasileiro e o vencedor da Copa do Brasil do ano anterior. Como o Atlético-MG conquistou as duas competições em 2021, o Flamengo, vice do Brasileirão, teve direito de participação por meio do regulamento.

Multicampeão no ano passado, o Galo encerrou a temporada com R$ 145 milhões somente em recompensas pelo desempenho esportivo. Na divisão de valores, R$ 40,9 milhões foram provenientes da Copa Libertadores (edição em que a equipe caiu nas semifinais), R$ 33 milhões foram garantidos com o título do Campeonato Brasileiro e outros R$ 71,1 milhões com o bi da Copa do Brasil.

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