TORNEIO DE MONTAIGU

Festa da base em ritmo alviverde

Revelações do Palmeiras, brasiliense Endrick e sergipano Luis Guilherme comandam título sub-16 em final sul-americana contra a Argentina, na França. Conquista tirou o país de uma fila de 38 anos na competição de base

Victor Parrini* Danilo Queiroz
postado em 19/04/2022 00:01
 (crédito: Bruno Pacheco/CBF)
(crédito: Bruno Pacheco/CBF)

Duas crias do Palmeiras foram as principais estrelas da mais nova conquista da Seleção Brasileira Sub-16. Ontem, com gols do atacante brasiliense Endrick e do sergipano Luis Guilherme, o time canarinho venceu o clássico contra a Argentina, por 2 x 1, e faturou o título do tradicional Torneio de Montaigu, na França. Em 2022, os dois se acostumaram a quebrar tabus. Em janeiro, ambos estiveram presentes na campanha que deu o primeiro título do alviverde na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Agora, contribuíram para tirar o Brasil de uma fila de 38 anos na competição de base.

A conquista de 1982 sobre a anfitriã França era comandado por Júlio César Leal e tinha nomes o meia William, o goleiro Velloso e o zagueiro André Cruz. Ao longo da história, o Torneio de Montaigu viu desfilar em campo estrelas hoje consagradas como o português Cristiano Ronaldo, o italiano Andrea Pirlo, os franceses Kylian Mbappé, Karim Benzema e Thierry Henry, além do argentino Carlos Tevez e o checo Pavel Nedved. Agora, Endrick e Luis Guilherme e o restante do elenco brasileiro se junta a eles com a estrela de campeão ao lado do nome.

A decisão, por si só, foi uma quebra de paradigma em relação ao cenário nacional de seleções. Brasil e Argentina desbancaram os europeus Holanda, Inglaterra, Bélgica, Portugal e França para realizarem a final sul-americana no Velho Continente. Foi apenas a terceira vez em 45 anos de história que nenhuma equipe da Europa participou na decisão e a primeira luta por taça exclusiva da América do Sul. Em campo, os brasileiros levaram a melhor diante dos argentinos.

A garotada protagonizou um jogo de gente grande. Donos da melhor campanha, com três vitórias em três partidas, os hermanos não aliviaram. Porém, o entrosamento da dupla palmeirense foi decisivo. Logo no primeiro minuto de jogo, o camisa 10 recebeu pelo meio e acionou a velocidade do nove, que contou com bola mal afastada pelo goleiro para inaugurar o marcador. Aos 13 minutos, os hermanos igualaram com uma mini-bicicleta de Ruberto. Contudo, a alegria não durou muito. Na reta final da primeira etapa, Endrick sofreu pênalti convertido por Luis Guilherme.

Melhor jogador e artilheiro do torneio, com cinco gols marcados em quatro jogos, Endrick dividiu os méritos do desempenho com o amigo e o restante do elenco do técnico Phelipe Leal. "Ter sido melhor jogador e artilheiro é consequência. Tudo isso, a equipe me ajudou e devo agracer muito a eles. O Luis Guilherme e eu temos um entrosamento, uma amizade fora de campo. Temos conversas. Então, isso ajuda. Quando chegamos, a gente se adequou bem ao estilo um do outro. O time todo foi firme do começo ao fim do campeonato", destacou o fenômeno de 15 anos, que nasceu em Taguatinga e deu os primeiros chutes em Valparaíso antes de ir trilhar carreira no alviverde ao lado da família.

Estreando no torneio com a camisa canarinho, Endrick também comemorou o fato da decisão ter sido diante da Argentina. "A minha primeira final pela Seleção ser em um clássico sul-americano foi muito bom. Também fizemos bons jogos com as seleções europeias. Agora, é manter os pés no chão, voltar para os clubes e jogar bem para nas próximas convocações estarmos com essa mesma equipe", ressaltou. O futuro ainda reserva muito para os palmeirenses. Ao menos no presente, os dois já trazem frutos importantes para o clube e para o Brasil.

* Estagiário sob a supervisão
de Danilo Queiroz

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