Os dias em que a bola (quase) parou

Compromissos de seleções pelo mundo fizeram o futebol brasileiro praticamente adormecer. A anomalia no calendário deu folga para 16 dos 20 clubes da Série A, que respiram e fazem ajustes para a rodada do fim de semana

Victor Parrini*
postado em 03/06/2022 00:01
 (crédito: Rebeca Reis/CBF)
(crédito: Rebeca Reis/CBF)

O apertado e tão criticado calendário do futebol brasileiro finalmente deu uma trégua. A Data Fifa de junho, com partidas da Liga das Nações na Europa, amistosos da Seleção Brasileira e compromissos de outros países sul-americanos, impactou diretamente a Série A do Brasileirão e possibilitou um fenômeno raro e tão desejado por técnicos e dirigentes: uma semana livre de treinamentos dos clubes de elite.

Dos 20 times da primeira prateleira nacional, 16 estão vivendo no mundo dos sonhos, com os dias focados apenas nos treinos e trabalhos de recuperação. Em tese, o fato extraordinário no Brasil deveria ser rotina como em tantos outros cantos do planeta bola, em especial, nas badaladas ligas europeias.

Dá para dizer que a bola quase parou no país do futebol. Porém, a janela no calendário não se abriu a todos. Enquanto uns descansam, Goiás e Bragantino foram a campo e pagaram o duelo de volta da terceira fase da Copa do Brasil, enquanto Fortaleza e Ceará fizeram o clássico atrasado pela 3ª rodada do Brasileirão, evidenciando que o mundo ainda não é o ideal. Na rodada do fim de semana, quem tiver nomes convocados não poderá contar com eles.

Apesar do porém, os favoritos ao título e representantes brasileiros na Libertadores e Sul-Americana comemoram. Atual bicampeão continental, o Palmeiras é quem mais sofre com os desfalques no período. Nessa janela, Abel Ferreira cedeu cinco jogadores: Weverton e Danilo (Brasil); Gustavo Gómez (Paraguai); Kuscevic (Chile) e Atuesta (Colômbia). Para o duelo contra o Atlético-MG, Luan, Gabriel Veron e Piquerez podem retornar ao time.

No Flamengo, a primeira semana livre em dois meses é leve após a vitória no clássico com o Fluminense. Paulo Sousa não tem Arrascaeta, a serviço do Uruguai, mas conta reforços debaixo das traves. Diego Alves está recuperado da pubalgia e deve voltar a ser relacionado após quase um mês. O clube encara o Fortaleza no domingo. No Corinthians, Vítor Pereira tem o primeiro período cheio para treinamentos desde o início do Brasileirão. Por lá, há muito trabalho. Ele tenta recuperar a equipe que vem de cinco empates consecutivos.

"Vamos ter uma dinâmica na semana que nos permita trabalhar os quatro momentos do jogo, mais as bolas paradas, de uma forma equilibrada. Uma semana curta não permite isso. Quando temos jogo no meio da semana, a equipe que jogou recupera em dois dias e logo estamos na véspera da partida seguinte", esclareceu.

O trabalho também não para no Santos e no São Paulo. No Peixe, o treinador Fabián Bustos catou os cacos da derrota no clássico para o Palmeiras e se concentra em contornar os erros para seguir olhando para as primeiras posições. No Tricolor, Rogério Ceni busca alternativas para os lesionados e suspensos. Andrés Colorado, Gabriel Sara, Nikão e Talles Costa estão no departamento médico, enquanto Rafinha e Igor Gomes cumprem suspensão.

* Estagiário sob a supervisão

de Danilo Queiroz

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