Liga das Nações de Vôlei

Como a Austrália faz de jogos no Brasil laboratório para Brisbane-2032

Conheça Dave Preston, o técnico canadense responsável por levar os "Volleyroos" pela primeira vez ao pódio daqui a 10 anos, em casa, nos Jogos Olímpicos; estreia é hoje contra a Seleção, no Nilson Nelson

Marcos Paulo Lima
postado em 08/06/2022 15:00 / atualizado em 08/06/2022 15:16
O canadense Dave Preston assumiu o desafio de tocar o projeto da Austrália para Brisbane-2032 -  (crédito: Divulgação/McMaster Marauders)
O canadense Dave Preston assumiu o desafio de tocar o projeto da Austrália para Brisbane-2032 - (crédito: Divulgação/McMaster Marauders)

Potências olímpicas forjam o sucesso nos planejamentos em longo prazo. A Austrália não é diferente. Sexto colocado no quadro de medalhas nos Jogos de Tóquio-2020, o país tem um projeto para ampliar o repertório de pódios por modalidade e ele passa necessariamente pela evolução em um esporte coletivo: o vôlei. Enquanto o Brasil estreia hoje na Liga das Nações masculina, às 21h, no Ginásio Nilson Nelson, focado no bicampeonato do torneio, a Austrália enxerga 10 anos à frente. A meta é ser top 3 dentro de casa na Olimpíada de Brisbane-2032.

Os “Voleyroos”, como são carinhosamente chamados os jogadores da seleção australiana, disputaram o torneio de vôlei três vezes na história dos Jogos Olímpicos. A primeira delas justamente em casa, na edição de Sydney-2000. O melhor resultado foi o oitavo lugar. O time participou da competição pela última vez em Londres-2012. Não veio ao Rio-2016 nem foi a Tóquio-2020.

O projeto rumo a Brisbane-2032 passa pela ciência. Recém-contratado para tocar o projeto do vôlei masculino, o técnico é um acadêmico. O canadense Dave Preston tem anos de serviços prestados à Ontario University Athletics (OUA). Com uma vida dedicada ao vôlei, Dave Preston acumula serviços prestados ao McMaster Marauders na elite universitária da modalidade no Canadá. Empilhou seis títulos de 2013 a 2018, perdeu em 2019, mas voltou ao degrau mais alto do pódio em 2022.

A experiência de Dave Preston vai além do esporte universitário. O comandante da Austrália foi auxiliar da seleção júnior de voleibol masculino do Canadá. Colaborou na campanha do país no Mundial Sub-21 de 2014, na Turquia. Era auxiliar da esquadra principal na conquista da medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg-1999. Eliminado pelo Brasil nas semifinais, derrotou a Argentina por 3 sets a 1 na decisão do terceiro lugar. O feito levou aquele time do Canadá a entrar para o hall da fama do país. 

A maior virtude de Dave Preston é a facilidade para desenvolver talentos. O currículo dele ostenta um vasto repertório de promessas lapidadas por ele. A maioria premiados nas competições que disputaram. Um dos conceitos dele é trabalhar um elenco de vôlei como se fosse uma família. A esposa, Glória, e as filhas Grace e Gabrielle são as maiores inspirações do estilo "volley house".

Dave Preston assumiu a Austrália porque tem um sonho. “O ouro olímpico seria o objetivo final. Há alguns passos ao longo do caminho”, admite o comandante canadense da Austrália. Uma das pedras na rota desse projeto de 10 anos é o Brasil, de Renan Dal Zotto, logo mais, no Ginásio Nilson Nelson.

Um dos símbolos do planejamento de Dave Preston rumo a Brisbane-2032 é o jovem ponteiro Lorenzo Pope. Nascido em 12 de junho de 2001, ele completará 21 anos aqui em Brasília. Daqui a 10 anos, tem tudo para ser um dos pilares, um dos veteranos da turma na Olimpíada disputada em casa. Como anfitriã, a Austrália está classificada para os torneios masculino e feminino de vôlei. “O Brasil tem muitos jogadores que eram meus ídolos quando eu assistia”, admite o calouro.

A Austrália mescla jogadores de futuro, como Lorenzo Pope, com veteranos do naipe de Trent O’Dea e Beau Graham, opções com mais de 10 anos de serviços prestados à esquadra nacional. Para a Austrália do técnico Dave Preston, o futuro já começou aqui em Brasília e se chama Brisbane-2032.

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