BASTIDORES

Gama solicita despejo de toda a estrutura da SAF do CT do clube

Descumprimento dos acordos milionários fizeram com que a cúpula gamense despejasse a SAF, gerida por Leonardo Scheinkman, do CT Ninho do Periquito

Victor Parrini*
postado em 20/06/2022 14:40 / atualizado em 20/06/2022 15:27
 (crédito: Divulgação/Gama)
(crédito: Divulgação/Gama)

A conturbada história da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) incorporada ao Gama ganhou mais um capítulo. Após revelar falta de pagamentos e comunicar a rescisão do contrato com a empresa Green White Investments LLC, encabeçada pelo gestor Leonardo Scheinkman, o primeiro clube do Distrito Federal a aderir aos moldes empresariais solicitou o despejo de toda a estrutura SAF do CT do Ninho do Periquito.

Segundo informação do Distrito do Esporte, confirmada pelo Correio, a SAF tem até 26 de junho para retirar os seus pertences da estrutura do Gama. O prazo já foi comunicado ao gestor responsável, Leonardo Scheinkman, e a sua equipe. Os funcionários da SAF gamense, inclusive, seguem com pagamentos atrasados, diferente do acordado com Scheinkman.

Em 31 de janeiro, o Gama já havia publicizado o descontentamento com a SAF, que não cumpriu os acordos. "Diante do tamanho desrespeito e descaso do investidor, não nos coube outra solução a não ser a extinção do vínculo, até porque, ficou impossível a convivência com o representante da empresa", diz trecho da nota divulgada à época.

Em fevereiro, com a bola rolando no Campeonato Candango, a turbulência nos bastidores voltou e o Gama chegou a flertar com o rebaixamento no torneio. Nas últimas rodadas da primeira fase, porém, a diretoria gamense e a SAF entraram em acordo com os jogadores e chegaram a quitar parte dos vencimentos. Isso fez com que o clube não somente escapasse do rebaixamento, como também avançasse à fase seguinte.

Sucessão de notificações

Desde que Wendel Lopes assumiu a cara da presidência, o Gama emitiu uma série de notificações extrajudiciais contra a SAF. Em um dos documentos aos quais o Correio teve acesso, é possível observar o questionamento do clube em 22 abril quanto ao pagamento de duas contas de energia elétrica — uma de R$ 2.655,72 e outra de R$ 5.403,07 — feito por um escritório de advocacia de Natal (RN), sem qualquer vínculo junto à instituição candanga e à SAF.

As notificações do departamento jurídico gamense seguiram de maio a junho, solicitando, ao diretor da SAF Gama, desde documentações relativas aos contratos dos colaboradores do clube aos comprovantes dos pagamentos dos salários de abril para que fosse dado sequência inquérito civil em curso no Ministério Público do Trabalho (MPT).

Em 27 de maio, o Gama realizou nova comunicação sobre os descumprimentos de contrato da SAF. A notificação extrajudicial relatou a “ausência de registro na carteira de trabalho de todos os contratados, nenhum salário foi pago desde o dia 01/04/2022 e os funcionários ameaçam entrar em greve, o fornecimento de acesso à internet pode ser suspenso por falta de pagamento, a manutenção dos campos do CT está abandonada e com a utilização comprometida”, diz trecho.

Segundo o acordo, as despesas nas dependências do Ninho do Periquito eram de competência da SAF. Porém, conforme documento pelo Gama, nenhum dos vencimentos foram quitados.

Investigação corre no Ministério Público do Trabalho

As sucessivas notificações e reclamações do imbróglio envolvendo o Gama e a SAF chamou a atenção do Ministério Público do Trabalho, que abriu procedimento para apurar o caso.

Questionado pelo MPT sobre as dívidas trabalhistas, o Gama informou que as contratações realizadas para a disputa do Candangão eram de competência da SAF e que o seu quadro diretivo é colaborativo.

*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

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