Um furacão chamado Scolari

Como o técnico considerado ultrapassado depois de passagens irregulares por Grêmio e Cruzeiro colocou ordem na casa do Athletico-PR. Terceiro na Série A e vivo nas Copas, o time tem oito vitórias, três empates e uma derrota na Era Felipão

Victor Parrini*
postado em 25/06/2022 00:01
 (crédito: Gustavo Oliveira/athletico.com.br)
(crédito: Gustavo Oliveira/athletico.com.br)

Não há fase ruim que resista a uma sequência de vitórias no futebol. Bolas na rede, pontos conquistados e classificações asseguradas transformam um ambiente, como mostra o Athletico-PR. Nem parece que a temporada começou com nuvens de incerteza no lado rubro-negro de Curitiba. Em ano intenso, com Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, o Furacão soube usar o vento ao seu favor. O maior responsável pelo bom momento não entra em campo, mas instrui à beira dele: Luiz Felipe Scolari.

Antes do tempo de calmaria, dois comandantes passaram pelo CT do Caju. Alberto Valentim não conseguiu extrair boas atuações e se despediu após goleada por 4 x 0 para o São Paulo na abertura da Série A. Fábio Carille assumiu, mas sofreu 5 x 0 contra o The Strongest pela Libertadores e perdeu o emprego após 21 dias no cargo.

Felipão chegou à Arena da Baixada para acumular os cargos de diretor técnico e treinador até o fim desta temporada. Acostumado aos desafios, o comandante do título na Copa de 2002 pela Seleção Brasileira não titubeou. Sargentão como sempre, colocou ordem na casa e devolveu a ambição ao torcedor athleticano após os vices no Paranaense e na Recopa Sul-Americana.

A vitória de virada por 2 x 1 sobre o Bahia, na Arena Fonte Nova, pela ida das quartas de final da Copa do Brasil, marcou o 12º jogo de Scolari com a prancheta rubro-negra. Os números são excelentes: oito vitórias, três empates e apenas uma derrota, com 75% de aproveitamento. Totalmente adaptado ao estilo do treinador de 73 anos, o Athletico-PR está invicto há 10 partidas e sonha com objetivos ainda maiores.

O resultado em Salvador deixou o Furacão a um empate da vaga entre os oito melhores times da Copa do Brasil. Efetivo na Arena da Baixada, a tendência é que confirme a classificação, em 12 de julho. Antes, o Athletico-PR vira a chave para o Brasileirão e Libertadores. Na Série A, inicia a 14ª rodada na terceira posição, hoje, em casa, às 16h30, contra o Red Bull Bragantino. O Furacão só está atrás de Corinthians e Palmeiras na maratona pelo título.

Na Libertadores, o caminho é acessível. O Furacão terá pela frente o Libertad. Nos duelos na fase de grupos contra o time paraguaio, uma vitória para cada lado.

Guris

Pouca idade não significa falta de qualidade ou de maturidade. O Athletico-PR tem a segunda menor média de idade entre os elencos dos 20 clubes da Série A (24,6), atrás somente do Bragantino (23,4). Debaixo das traves, o garoto Bento, 23, segura a onda. No ataque, o uruguaio Terans, 27, chama a responsabilidade e conta com a estrela de Rômulo (20). Trintão, o centroavante Pablo é o tio da turma.

"Temos uma forma de atuar e estou muito satisfeito. E agora estamos formatando também uma forma de jogar, com personalidade, velocidade, o espírito que jogamos em casa, fora também. Estão entendendo a forma de trabalhar. Eles vão tendo um pouco mais de confiança na gente e assim vamos evoluindo", analisou Felipão em entrevista coletiva.

*Estagiário sob a supervisão Marcos Paulo Lima

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