ESPORTES AQUÁTICOS

Futuro com toque brasiliense

Com Brasília representada em peso e qualidade, Brasil inicia, hoje, a competição de saltos ornamentais do Mundial de Budapeste. Atletas nascidos e radicados na capital participam do torneio vislumbrando os Jogos de Paris-2024

Danilo Queiroz
postado em 26/06/2022 00:01
 (crédito: Fotos: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Fotos: Ed Alves/CB/D.A Press)

O futuro brilhante do Brasil nos saltos ornamentais estará em ação, a partir de hoje até 3 de julho, nos trampolins do Mundial de Esportes Aquáticos, em Budapeste, na Hungria, com um importante toque brasiliense. Referência no desenvolvimento da modalidade no país nos últimos anos, a capital estará representada em peso em uma geração com potencial e qualidade para dar saltos em direção à evolução visando um objetivo: os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Dos sete atletas convocados para representar as cores verde e amarela no torneio, cinco têm ligação direta com o Distrito Federal.

Três deles são revelações nascidas em Brasília trilhando os primeiros passos como profissionais da modalidade: Anna Lúcia Santos, 20 anos, Rafael Fogaça, 18, e Rafael Borges, 17. Nomes com mais experiência no currículo, incluindo participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Kawan Pereira, 19, e Luana Lira, 26, não são naturais da capital federal, mas escolheram a cidade como polo de treinos e, assim como os colegas de Seleção Brasileira, representam o Instituto Pro Brasil, que também tem uma sede no Rio de Janeiro e levou para Budapeste Isaac Souza, 22, e Ingrid Oliveira, 26.

Para os brasilienses, a aventura em águas húngaras é uma oportunidade de levar a bandeira de casa a patamares altos. O começo dos três no esporte têm certa semelhança. Antes de se encontrarem nos trampolins, tentaram outras modalidades, como ginástica artística e futsal. "Meus pais são professores de educação física e sempre incentivaram a fazer esporte", lembra Anna, que migrou para a atual modalidade aos nove anos. "Logo de cara já me apaixonei", diz. Como a maioria dos meninos, Fogaça atuou nas quadras, mas encontrou nos saltos ornamentais mais do que uma ocupação para as tardes. "Virou minha vida, minha profissão e fico muito feliz de poder viver do que eu amo", conta.

Apesar de estarem dando os primeiros passos na categoria adulta — apenas Rafael Borges é juvenil —, os atletas têm uma rotina pesada. Treinam oito horas nas segundas, quartas e sextas e quatro nas terças, quintas e sábados. Tudo pela evolução. "É bastante pesado. Ainda faço ensino médio. Treino e de noite eu vou para escola", explica o caçula da turma. Com experiência olímpica, Luana ressalta a importância do ciclo de preparação. "Sem treino, não tem como chegar. Acredito nisso. Quanto mais treina, mais longe você pode chegar. Isso em qualquer modalidade", garante.

Expectativa

Para os atletas da Seleção Brasileira, a participação no Mundial de Budapeste coroa uma caminhada e tem tudo para ser especial. A edição na Hungria tem a peculiaridade de não valer índice para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Porém, a competição adulta de alto nível servirá de parâmetro para o que está por vir no ciclo até a França. "Dá uma animada quando a gente vai e vê todo mundo focado no mesmo objetivo. Então, isso faz a gente ter mais garra", acrescenta Anna Lúcia, que vai competir em quatro provas nos trampolins de 1m e 3m.

Parceira da brasiliense na disputa feminina sincronizada no trampolim de 3m, Luana Lira reforça a sintonia da dupla. "É acreditar no processo para conseguir fazer o melhor, fazer os melhores saltos na competição", diz a atleta, que treina em Brasília há oito anos. Finalista no salto da mesma altura na disputa masculina no Grand Prix de Saltos Ornamentais, disputado em Calgary no Canadá, no início de junho, Rafael Fogaça também cultiva expectativas. "Espero que a gente consiga fazer nosso melhor. Nosso 100%. Busco pelo menos uma semifinal", vislumbra.

Os membros da Seleção Brasileira esperam, ainda, que a experiência de competições anteriores auxilie na Hungria. "Eu já vivi um Mundial Júnior, mas não deve ter comparação. Essa competição no Canadá foi essencial para poder tirar esse nervosismo, ver esses caras grandes e que a gente está no mesmo nível", destaca Fogaça. Também presente em Calgary, Anna Lúcia adquiriu confiança para competir na Hungria. "Acabo tendo um pouco de insegurança, mas nesse Gran Prix eu vi que está todo mundo igual. Isso me dá uma acalmada no coração, uma segurança, um foco maior", completa.

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