Libertados. É assim que o Corinthians e os seus torcedores se sentem. De 2012 para cá, eles nunca mais foram os mesmos com a conquista de sua maior obsessão: a Libertadores. Foi em um 4 de julho, assim como nesta segunda-feira, que a fiel sacudiu o Pacaembu, fez tremer as pernas do Boca Juniors e subiu ao topo da América do Sul pela primeira vez em sua história, após o 2 x 0 com direito a show de Emerson Sheik, que coroou a campanha invicta, como o continente jamais havia visto.
Uma década de um dos momentos mais importantes dos quase 112 anos do Corinthians. Foi naquela noite que os gracejos rivais de “nunca serão” foram abafados pelos merecidos gritos de “campeão”. A campanha vitoriosa recompensou a tão pedida continuidade no futebol. O título continental começou dois anos antes de levantar a taça, quando Ronaldo Fenômeno e companhia protagonizaram o vexame de serem eliminados, no ano do centenário alvinegro, na fase prévia da Liberadores para o modesto Tolima.
Em condições normais de temperatura e pressão no futebol, o técnico Tite, dono da prancheta alvinegra em 2010, não resistiria ao abalo e deixaria o cargo. Porém, o então presidente do cube, Andrés Sanchez apostou na manutenção do comandante e colheu os frutos. Em 2011, Tite levou o Corinthians ao pentacampeonato brasileiro e pavimentou a estrada rumo à glória eterna.
A trajetória
A campanha começou com emoção que pede o roteiro corintiano. Na estreia na fase de grupos, o gol marcado pelo volante Ralf, de cabeça, no minuto final garantiu ponto precioso contra o Deportivo Táchira, na Venezuela. Na sequência, conquistou arrancou duas vitórias do Nacional-PAR, um empate e um triunfo sobre o Cruz Azul-MEX e mais três pontos contra os venezuelanos, garantindo a segunda melhor campanha geral, com 14, atrás somente do Fluminense, que fechou a fase com 15.
No mata-mata, o bicho começou a pegar ainda mais. A tarefa menos complicada foi nas oitavas de final contra o Emelec, embalado por terminar em segundo no grupo que tinha Flamengo e Olimpia. O jogo da ida foi um divisor de águas o Corinthians. Foi naquele 2 de maio que o goleiro Cássio fez a estreia na competição continental pelo clube e se tornaria um dos maiores ídolos da história do clube. Ele foi providencial para garantir o empate sem gols. Na volta, no Pacaembu, o time emplacou 3 x 0 e rumou às quartas.
No round seguinte, o Timão encarou o Vasco. Repleto de bons jogadores, como Fernando Prass, Fagner, Juninho Pernambucano e Diego Souza, o cruzmaltino vinha embalado. Na ida, em São Januário, a chuva atrapalhou e resultou no 0 x 0. As emoções do clássico ficaram para a volta. Os cariocas até tiveram chance de largar na frente com Diego Souza, que roubou a bola no campo de defesa, partiu em velocidade e chutou da entrada da área. Cássio fez desvio providencial e evitou o gol. Na sequência, a estrela do volante Paulinho brilhou e ele marcou de cabeça após escanteio e recolocou o Timão nas semis após 12 anos.
Para chegar à final, nada melhor do que um clássico contra o atual campeão. Se quisesse seguir sonhando com o título, o Corinthians precisaria superar o favorito Santos, de Neymar e companhia. O confronto da ida teve um Timão ousado, que largou na frente pela vaga após golaço de Emerson Sheik na Vila Belmiro. Na volta, um empate bastava e foi isso que aconteceu. Neymar colocou o Peixe na frente ainda no primeiro tempo, mas, no início da segunda etapa, o experiente Danilo ficou com a sobra na linha da pequena área e levou a equipe à primeira final de Libertadores.
Decisão
A primeira decisão de Libertadores do Corinthians tinha que ser contra o bicho-papão da América: o Boca Juniors, seis vezes campeão do torneio. Os xeneizes avançaram em segundo no grupo do Fluminense, eliminaram o Unión Española-CHI nas oitavas e o Flu nas quartas. Nas semis, não perdoaram a Universidad de Chile e avançaram à final mais uma vez.
Por ter feito campanha inferior, o Boca Juniors abriu a decisão em casa. Naturalmente, jogando na temida Bombonera, pressionou e chegou a abrir o 1 x 0, mas viu o xodó corintiano, Romarinho, entrar no segundo tempo e meter uma cavadinha ousada levou o empate para São Paulo. Em solo brasileiro, o Timão foi superior. Controlou do início ao fim e viu um Emerson Sheik pilhado, dar show, marcar dois gols e garantir um dos títulos mais importantes da história alvinegra.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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