O segredo para um clube ter sucesso em competições continentais é fácil de ser idealizado, embora difícil de ser concretizado. Para ser campeão, nada é mais efetivo do que manter um bom aproveitamento em todas as fases. E, neste ano, os técnicos dos dois finalistas da última edição da Libertadores estão cumprindo à risca o principal mandamento da cartilha: vencer. O palmeirense Abel Ferreira e o flamenguista Dorival Júnior não sabem o que é tropeçar nos desafios da América do Sul em 2022. Para manter o desempenho dos comandantes e garantirem suas vagas, o Palmeiras pega o Cerro Porteño, às 19h15, no Allianz Parque e Flamengo encara o Tolima, às 21h30, no Maracanã.
Abel Ferreira e Dorival Júnior representam bem os desejos de Palmeiras e Flamengo na Libertadores. O português, marcado na história alviverde por levar o time a dois títulos seguidos em 2020 e 2021, dá cada vez mais provas de que aprendeu a desbravar os caminhos da vitória na América. Em 2022, ele está com 100% de aproveitamento em sete jogos. O novo treinador rubro-negro, contratado em junho, tem o mesmo retrospecto. Entretanto, as seis primeiras partidas da sequência de triunfos foram com a camisa do Ceará, na Sul-Americana. Nada que diminua o tamanho do feito.
A sequência construída por Abel e Dorival na atual temporada é rara. Na história das duas competições continentais, por exemplo, somente um clube conseguiu ser campeão com 100% de aproveitamento: o Estudiantes, no longínquo 1969. Na ocasião, com regulamento diferente que, inclusive, forçou a desistência de times da Argentina e do Brasil, a equipe de La Plata venceu os quatro jogos disputados no caminho até a taça da Libertadores. Ainda nas oitavas de final, o técnico palmeirense e o flamenguista estão longe do feito de conquistar invictas, mas emplacam a sequência de forma imponente.
Abel ainda tem a seu favor o excelente retrospecto em jogos eliminatórios de Libertadores pelo Palmeiras. Desde a chegada ao clube, em 2020, ele não perdeu nenhum duelo de mata-mata. Feito que pavimentou o caminho das duas conquistas em sequência. "Isso é consequência do trabalho deles (jogadores). Trabalho, ambição, não estar satisfeito com o que tem. A equipe é mais ou menos a mesma de quando cheguei aqui. Nós vivemos de títulos. Números são consequências. A única coisa que peço, é que cada um que entre em campo dê o melhor de si", avaliou o português ao fim da primeira fase.
Ainda sem títulos continentais no currículo, Dorival conduziu o Ceará na primeira fase brilhante do time na Sul-Americana. No primeiro desafio da Libertadores pelo Flamengo, manteve o retrospecto pessoal. Suspenso na ida, ela ficará à beira do campo com o rubro-negro pela primeira vez no torneio. "Agora, resultados não são previsíveis. Não tem como mensurá-los. Você trabalha, se dedica, com intensidade, com entrega, isso em todas áreas do clube. Dedicação e entrega não vão faltar. No futebol, o céu e o inferno tem só um palmo de distância", enfatizou o técnico flamenguista.
Para se manter em alta e confirmar a vantagem de 1 x 0 construída na Colômbia, Dorival terá contra o Tolima o retorno de nomes como Rodrigo Caio, Diego Alves, Fabrício Bruno e William Arão. Com isso, a tendência é que promova mudanças no time titular do Flamengo. Tranquilo após a vitória por 3 x 0 conquistada no Paraguai, Abel deve aproveitar a margem de frente para descansar nomes importantes como Rony, Marcos Rocha e Raphael Veiga. Do banco de reservas, os dois técnicos 100% da temporada prometem, mais uma vez, indicar o rotineiro caminho da vitória para rubro-negros e palmeirenses.
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