MUNDIAL DE ATLETISMO

Alison dos Santos sobra e conquista título mundial dos 400m com barreiras

Com desempenho avassalador, Alison dos Santos vence prova dos 400m com barreira no Mundial de Oregon e se torna o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha de ouro no evento

Danilo Queiroz
postado em 20/07/2022 00:04 / atualizado em 20/07/2022 00:22
 (crédito:  STEPH CHAMBERS/AFP)
(crédito: STEPH CHAMBERS/AFP)

O Brasil tem o homem mais rápido do mundo nos 400m com barreiras. Na noite desta terça-feira (19/7), Alison dos Santos dominou a prova no Mundial de Oregon, nos Estados Unidos, e ficou com a medalha dourada. Atravessando um ano com várias conquistas na Diamond League, o brasileiro dominou a disputa em território norte-americano e garantiu o primeiro lugar com o melhor tempo já registrado na competição internacional: 46s29.

Alison, também conhecido como Piu, fez uma prova bastante consistente. Firme durante toda a disputa da medalha de ouro, o brasileiro largou na raia 6 e foi ganhando força a cada passada. Dominante, o velocista tupiniquim foi abrindo margem dos demais adversários e avançando em direção à conquista inédita na carreira. Na reta final dos 400m com barreiras, o paulista de São Joaquim da Barra (SP) foi confirmando a soberania até atravessar a linha de chegada.

"Sabe quando você sonha com uma coisa? Acorda todo dia pensando como alcançar? Estava nessa temporada assim. Falar é fácil, negócio é vim fazer. Estávamos treinando muito bem. Agradecer quem ajuda todo dia. A medalha não é só minha. É de todos que trabalham comigo. Momento indescritível. Sensação maravilhosa de alcançar o topo do mundo", disse o atleta ao SporTV depois de recuperar o fôlego.

O pódio foi completado por dois concorrentes estadunidenses: Rai Benjamim e Trevor Bassitt. A marca de Alison dos Santos é histórica para o país em um contexto geral. Piu se tornou o primeiro brasileiro a conquistar uma matéria de ouro em um Mundial de Atletismo. Em 2022, o velocista havia conquistado todas as quatro etapas da Diamond League. O tempo de 46s29 é o melhor da carreira do corredor tupiniquim. A marca anterior era de 46s72, construída em junho, em Estocolmo, na Suécia. A cerimônia de premiação será nesta quarta-feira (20/7), às 19h.

 19/07/2022 Crédito: STEPH CHAMBERS/AFP. EUGENE, OREGON - JULY 19: Alison dos Santos of Team Brazil celebrates after winning gold in the Men's 400m Hurdles Final on day five of the World Athletics Championships Oregon22 at Hayward Field on July 19, 2022 in Eugene, Oregon.   Steph Chambers/Getty Images/AFP (Photo by Steph Chambers / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
19/07/2022 Crédito: STEPH CHAMBERS/AFP. EUGENE, OREGON - JULY 19: Alison dos Santos of Team Brazil celebrates after winning gold in the Men's 400m Hurdles Final on day five of the World Athletics Championships Oregon22 at Hayward Field on July 19, 2022 in Eugene, Oregon. Steph Chambers/Getty Images/AFP (Photo by Steph Chambers / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP) (foto: STEPH CHAMBERS/AFP)

Da timidez ao estrelato

Natural da cidade de São Joaquim da Barra, em São Paulo, Alison Brendom Alves dos Santos ganhou projeção nacional no ano passado com a conquista da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Por ser muito alto mesmo jovem, chamou a atenção de professores de um projeto social do município paulista já aos 14 anos. Contudo, Piu se recusava a participar.

O garoto era tímido, muito por conta de uma cicatriz que carrega consigo por conta de um acidente doméstico quando criança — aos 10 meses, uma panela de óleo de cozinha quente caiu sobre ele, o que impede o nascimento de cabelo em certos pontos da cabeça. Após insistência dos professores e de pessoas próximas, o modesto Alison, que já tinha seus 1,90m, aceitou dar início no atletismo.

Desde a primeira competição — no Centro Olímpico de São Paulo, quando correu com uma touca amarela por vergonha da cicatriz — até os Jogos Olímpicos, Piu teve um crescimento enorme. Entre 2014 e 2019, quando se firmou como atleta olímpico, Alison dos Santos se sagrou campeão dos Jogos Pan-Americano de Lima, em 2019, e foi sétimo colocado no Campeonato Mundial de Atletismo de Doha, também em 2019.

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