Os atletas do quadradinho conseguiram 24 medalhas de 45 conquistadas pelo Brasil no 13º Campeonato Pan-Americano de Kungfu Wushuarte, arte marcial chinesa conhecida no Ocidente. No último fim de semana, os representantes da capital federal levaram nove ouros, seis pratas e nove bronzes. O evento reuniu 300 atletas de 6 a 40 anos para as categorias infantil, infanto-juvenil, juvenil e adulto e os participantes representaram 16 países diferentes.
Com a pandemia de covid-19, a competição não foi realizada nos últimos anos e retomou as suas atividades em 2022. No retorno, o Pan-Americano foi considerado um sucesso de organização e infraestrutura aos olhos dos participantes. “O apoio foi fundamental. Quando tem as melhores condições, os atletas podem dar o seu melhor e ficarem 100% focados nos seus objetivos”, comentou o líder do comitê organizador e secretário-geral da Confederação Brasileira de Kungfu Wushu (CBKW), Marcus Vinicius Fernandes Alves.
Parte dos representantes do Distrito Federal estreou em Campeonatos Pan-Americanos com dupla emoção: além de competirem em casa, contando com forte apoio da torcida, conquistaram medalhas logo em sua primeira participação.
Aos 25 anos, Ângela Ximenes foi um desses casos: bicampeã sul-americana, a atleta de Brasília levou o ouro na categoria Daoshu, do Taolu, e já mira novos feitos inéditos na sua carreira. “É difícil até descrever a sensação de entrar e ouvir todo mundo gritando o seu nome, apoiando o Brasil. É uma energia que só faz pensar em dar o melhor. Quero representar o Brasil em Mundiais. Em 2023, tem Mundial e vou buscar a minha vaga na seletiva”, afirmou.
Outro estreante, Gabriel Nakamura, também de 25 anos, levou três medalhas para casa: foram dois ouros (Nangun e Nandao) e um bronze (Nanquan). “Competir em casa é muito diferente, a vibração muda completamente o seu estado de ânimo. Você fica um pouco mais ansioso, mas ao mesmo tempo dá uma adrenalina muito forte. O corpo responde muito diferente”, vibrou.
Nova geração no Pan
O Pan-Americano em Brasília também marcou a estreia internacional de uma nova geração de competidores da capital federal. Diversos nomes competiram nas categorias infantil, infanto-juvenil e juvenil. Apesar de novatos na disputa, os jovens demonstraram talento e grandes planos. Um desses casos é o Gustavo Henrique Lima, de 12 anos.
Ele foi ouro categorias Nangun e Nanquan, do Taolu. “É a primeira vez que participo do Pan. Está sendo uma experiência inovadora, muito legal. O nível técnico é bem alto, principalmente dos americanos. Sonho conquistar pelo menos um lugar no pódio de um Mundial”, afirmou.
Sobre a modalidade
O Wushu conta com cerca de 220 mil praticantes no Brasil, sendo 15 mil filiados às federações do estado. O país vem ocupando um lugar de cada vez mais destaque, em edições passadas ganhou 10 medalhas. Existem duas modalidades: o Sanda e o Taolu. Enquanto o Sanda é mais mano-a-mano, o Taolu é a base de princípios e filosofias.
*Estagiária sob a supervisão de Danilo Queiroz
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