A hegemonia no continente continua colorida de verde e amarelo. Ontem, a Seleção Brasileira silenciou o estádio Alfonso López, em Bucaramanga, repleto de torcedores da Colômbia, ao vencer as donas da casa, por 1 x 0, e conquistou o título da Copa América Feminina. A conquista foi a oitava do time tupiniquim na competição e coroou a campanha que garantiu vagas do país para os Jogos Olímpicos de Paris-2024 e para a Copa do Mundo de 2023.
O título foi histórico para a sueca Pia Sundhage em diversos sentidos. Contratada em 2019 para liderar o processo de renovação da Seleção Brasileira, a técnica faturou a primeira taça de expressão pelo time verde e amarelo. De quebra, deu um chega para lá em uma possível desconfiança no cargo. A conquista fez da treinadora, ainda, a primeira mulher a vencer a Copa América no banco de reservas em nove edições disputadas. Todas as outras tiveram homens no comando, incluindo as sete anteriores do Brasil. Também de forma inédita, a conquista terminou com um time invicto e sem sofrer gols.
Mesmo com imenso favoritismo, o Brasil não teve vida fácil para superar uma Colômbia aguerrida e empurrada por milhares de torcedores. No primeiro tempo, as donas da casa conseguiram incomodar as brasileiras e tiveram as melhores chances de sair na frente no marcador. O time da técnica Pia Sundhage errava passes previsíveis, mas viu o jogo clarear em uma jogada de Debinha. A camisa nove sofreu pênalti de Vanegas e assumiu a responsabilidade da cobrança, deslocou a goleira Pérez e colocou a Seleção na frente. Um gol importante para clarear o caminho da conquista do octa.
O Brasil voltou ao jogo mais vibrante. Antônia, Rafaelle, Bia Zaneratto e Debinha desperdiçaram antes dos 10 minutos. A sequência do jogo foi truncada e a Colômbia seguia viva no jogo e assustando em cada chegada ao ataque. Com 30, Linda Caicedo mandou por cima do gol com muito perigo. Cansadas, as jogadoras brasileiras passaram a valorizar mais a posse de bola. No tudo ou nada, as colombianas lutaram pelo empate para levar a decisão para a prorrogação, mas não tiveram sucesso para impedir o vice-campeonato.
A taça foi recebida pelo Brasil com sentimento de dever cumprido. "Estamos felizes e orgulhosas. Sabíamos do nosso trabalho. Viemos focadas. Tem toda uma história por trás. São muitos anos e temos que trabalhar para continuar assim", ressaltou a lateral-direita Antônia.
A conquista brasileira em solo colombiano teve participação ativa do Distrito Federal. Nascida em Brasília, a zagueira Tainara, de 23 anos, jogou a Copa América como um dos rostos da renovação da Seleção. Titular durante os 90 minutos da final em Bucaramanga, a defensora brasiliense, recém-contratada pelo gigante alemão Bayern de Munique, foi utilizada por Pia Sundhage em grande parte da campanha da oitava conquista continental, ficando fora apenas quando enfrentou uma contaminação de covid-19.
Valor inestimável
A oitava conquista concretizou a hegemonia do Brasil e garantiu o valor de R$ 8 milhões na primeira premiação em dinheiro na história da Copa América Feminina. Porém, a finalização do torneio serviu como mais um passo para consolidar o futebol feminino no continente, mas ainda com muito a se fazer nos próximos anos. A finalista Colômbia, por exemplo, viu sua liga acabar pouco antes do torneio de forma abrupta e inesperada. A situação rendeu protesto da seleção do país durante o torneio e uma promessa do presidente eleito, Gustavo Petro, de retomar a disputa.
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