IMPEDIMENTO AUTOMÁTICO

Necessária no Brasil, tecnologia chega na Uefa

Victor Parrini*
postado em 04/08/2022 00:01
 (crédito: Divulgação/Fifa)
(crédito: Divulgação/Fifa)

A possível solução para os problemas que cercam a arbitragem no futebol brasileiro ganha corpo no exterior. Após a Fifa garantir o uso do impedimento semiautomático na Copa do Mundo do Qatar, ontem, a Uefa anunciou a tecnologia na decisão da Supercopa da Europa, entre Real Madrid e Eintracht Frankfurt, em 10 de agosto, e na fase de grupos da Liga dos Campeões.

O objetivo é oferecer agilidade e aumentar a confiabilidade nas decisões da arbitragem nos lances considerados "ajustados". Para isso, o sistema conta com câmeras espalhadas pelo estádio, que farão o monitoramento de 29 pontos diferentes do corpo de cada jogador, permitindo estabelecer a posição dos atletas e uma sinalização mais precisa do impedimento.

"Esse sistema inovador permitirá às equipes do VAR determinar as situações de impedimento rapidamente e com mais precisão, melhorando o curso do jogo e a coerência das decisões", disse o chefe de arbitragem da Uefa, Roberto Rosetti.

Enquanto a tecnologia vira aliada em competições internacionais, no Brasil, ela se faz necessária. Lances confusos correm de norte a sul do país. Porém, é na elite nacional que a necessidade fica mais evidente. A incerteza da equipe de arbitragem e dos operadores do VAR, com as linhas azuis e vermelhas, seria compensada e evitaria prejuízos para os clubes e desgastes internos na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Se a tecnologia do impedimento semiautomático estivesse na Série A do Brasileiro, as histórias de muitos jogos seriam diferentes. Uma delas, em Brasília. Em 8 de maio, o Botafogo venceu o Flamengo por 1 x 0 no Mané Garrincha. Porém, quando o placar estava zerado, Gabigol recebeu lançamento de Everton Ribeiro e estufou as redes. O lance, entretanto, foi anulado e causou burburinho pelo ângulo escolhido e o frame analisado pelo VAR.

A intervenção tecnológica também poderia dar novos rumos para o Fortaleza x Fluminense, no Castelão. O tricolor carioca vencia por 1 x 0, quando Cano recebeu cruzamento, limpou a marcação e ampliou. Mais uma vez, o lance foi revisado, a posição irregular assinalada e o gol anulado.

Embora a tecnologia esteja pedindo passagem, no Brasil, ainda não está em pauta. Antes da implementação, os estádios precisariam de adaptações para diversas câmeras, o que, possivelmente, exigiria investimento nas praças e nos equipamentos.

*Estagiário sob a supervisão
de Marcos Paulo Lima

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