Ação e reação

Danilo Queiroz
postado em 04/08/2022 00:01
 (crédito: Douglas Magno/AFP)
(crédito: Douglas Magno/AFP)

O bicampeão da América jamais pode ser dado como morto antes de a bola parar de rolar. Ontem, o Palmeiras utilizou todo o seu poder de reação para evitar o pior diante do Atlético-MG nos primeiros 90 minutos do choque de gigantes brasileiros nas quartas de final da Libertadores. Diante de sua torcida, no Mineirão, o alvinegro mostrou força, abriu dois de frente e chegou a encaminhar o exorcismo do algoz na semifinal de 2021. Mesmo nas cordas, o alviverde encontrou gás para esboçar uma retomada impressionante, garantir o empate fora de casa e deixar tudo em aberto no duelo com o 2 x 2.

Após realizarem diversos jogos marcados mais por marasmo do que ação, Atlético-MG e Palmeiras fizeram um duelo de alta-voltagem, emoção até o fim, personagens marcantes em Belo Horizonte e um tempo de domínio para cada. Hulk encerrou o jejum de gols e, de quebra, se tornou o maior artilheiro atleticano na história da Libertadores. Com um gol contra e outro a favor, o zagueiro Murilo aproximou o time alviverde do precipício, mas trouxe a sobrevida confirmada por Danilo quando o confronto se encaminhava para os minutos finais.

O Galo estabeleceu imposição no primeiro tempo. Mas também pecou bastante. Soberano na posse de bola, o time mineiro ocupou o campo de ataque e criou as melhores chances do primeiro tempo. Keno perdeu a direção do chute em duas delas. Ademir parou na trave de Weverton. De tanto agredir, o Atlético-MG ficou vulnerável aos contra-ataques. Um deles, o Palmeiras aproveitou com Piquerez. O lance, porém, foi impugnado por impedimento de Scarpa no início da jogada. Quando o fim se aproximava com um 0 x 0 de lucro para o alviverde, Marcos Rocha fez pênalti em Jair. Hulk bateu bem e se isolou na artilharia do alvinegro.

No segundo tempo, a sorte logo jogou a favor dos atleticanos. No primeiro minuto, Keno cruzou a bola e contou com a infelicidade de Murilo. O zagueiro tentou cortar, mas colocou a bola no próprio gol: 2 x 0. O que parecia ser sinônimo de tranquilidade, virou terror. A vantagem deu confiança ao Galo, mas Murilo se redimiu pouco depois. Scarpa cobrou falta na trave e o camisa 26 recolocou o Palmeiras no jogo e transformou o cenário. O lance fez o alviverde ressurgir em campo. O cansaço chegou a baixar a guarda dos dois times, até o alviverde se lançar ao ataque. O time de Abel Ferreira perdeu três chances de igualar até Danilo aproveitar escanteio e decretar o empate na reta final no Mineirão.

Como não há mais o critério de gol qualificado como desempate nos duelos de mata-mata da Libertadores — no ano passado, o Galo foi eliminado justamente por esse fator —, Atlético-MG e Palmeiras vão para São Paulo em nível de igualdade. Quem vencer no tempo normal, fica com a vaga nos 90 minutos. Qualquer novo empate forçará a definição do classificado nos pênaltis.

Na noite de maior intensidade, mas ainda com imperfeições, o Galo saiu do gramado com razão para lamentar o tropeço como mandante quando teve dois de frente. Como um algoz que jamais morre no primeiro golpe, o Palmeiras deixa o campo vivo totalmente vivo e com a sensação de que cresceu com o poder de reação para empatar. Tudo se definirá em São Paulo, certamente na mesma rotação dos 90 minutos animados em Belo Horizonte.

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