A fantástica fábrica de goleadores

Destaque do Goiás na temporada 2022, Pedro Raul compete forte com nomes como Germán Cano e Jonathan Calleri pela artilharia. Goleador, centroavante honra tradição construída no time goiano por Dill, Túlio Maravilha, Souza e Dimba

Danilo Queiroz
postado em 06/08/2022 00:01
 (crédito: Rosiron Rodrigues/Goiás)
(crédito: Rosiron Rodrigues/Goiás)

O Goiás não é um dos clubes de maior peso na disputa do Campeonato Brasileiro. Acostumado a viver de forma intensa o sobe e desce entre as duas principais divisões da competição nacional, o Esmeraldino nunca foi campeão e, em 41 participações, teve como melhor colocação um terceiro lugar, em 2005. Nas outras aparições, ficou restrito ao meio ou a parte inferior da tabela. Porém, quando figura na elite, o time goiano costuma se destacar bastante no quesito bola na rede. Ao longo da história, não foi raro ver centroavantes do Verdão da Serra dando as caras no topo da lista de artilheiros. Neste ano, a tradição vem sendo mantida e quem ocupa o posto de goleador é Pedro Raul.

Jogar no Goiás é ter à disposição todos os potenciais oferecidos pela fantástica fábrica de goleadores. Pedro Raul vem aproveitando isso. O atacante de 25 anos atravessa uma fase brilhante na carreira e aparece como nome improvável na briga da artilharia ao competir com jogadores como Germán Cano, do Fluminense, e Jonathan Calleri, do São Paulo. A cada bola na rede, Pedro Raul honra a tradição construída por atacantes históricos do Goiás, como Túlio Maravilha, Dill, Dimba e Souza. Com a camisa esmeraldina, todos eles conseguiram o objetivo pessoal vislumbrando pelo atual número 11 e colocaram o Goiás no topo do ranking de goleadores de edições do Brasileirão.

Os quatro nomes da linha de ataque transformaram o Goiás na única equipe da região Centro-Oeste a conseguir o feito de ter artilheiros na primeira divisão do Brasileirão. Curiosamente, três deles têm relação com o Distrito Federal. Em 1989, Túlio anotou 11 gols. Na capital, ele atuou por times como Botafogo-DF e Brasiliense. Em 2000, Dill, que começou a carreira no Brasília e também passou pelo Jacaré, ficou com o posto ao marcar 20 vezes na temporada, junto com Magno Alves e Romário.

Em 2003, o brasiliense Dimba, ídolo de Ceilândia, Gama e Sobradinho, colocou o nome na lista ao terminar a competição nacional com 31 bolas na rede. Em 2006, foi a vez de Souza, único sem passagem pelo futebol candango, alcançar o feito, com 17 tentos marcados. Outras peças importantes como Fernandão, Alex Dias, Paulo Baier e Araújo não terminaram em primeiro na corrida de maior goleador, mas também se destacaram com o verde goiano e reforçaram a tradição.

Em 2022, Pedro Raul está se mantendo vivo na briga para ser mais um jogador na lista de goleadores com a camisa do Goiás na competição nacional. Nos primeiros 21 jogos da Série A do Brasileirão, o camisa 11 marcou 11 gols. Ele é um dos jogadores mais decisivos do torneio. No ranking da artilharia, está atrás de Cano (12) e à frente de Calleri (21). Outros goleadores como Pedro e Gabigol, do Flamengo, Hulk, do Atlético-MG, e Bissoli, do Avaí, também estão em desvantagem em relação ao jogador do Esmeraldino. O poder de decisão do matador vem fazendo grande diferença para os goianos se manterem afastados da zona de rebaixamento.

Feliz com o desempenho goleador no ano, o atacante colhe os frutos da fase considerada como uma das mais efetivas na trajetória como profissional. "É a melhor fase da minha carreira. Meu amadurecimento também contribui com isso, tanto dentro quanto fora de campo. Em números e em performance, está sendo muito bom e espero manter. A gente sabe que toda semana é uma batalha nova, mas temos que ter consistência e traçar metas para conquistar os objetivos", ressaltou Pedro Raul em entrevista recente concedida ao ge.globo.

A quantidade de boas atuações na temporada 2022, inclusive, podem fazer o atacante não terminar o Brasileirão vestindo a camisa do Esmeraldino, pois os gols em abundância chamaram a atenção de outras equipes de fora do Brasil. Nos últimos dias, Pedro Raul foi sondado pelo Auxerre, da França. Entretanto, se resistir ao assédio do futebol europeu e cumprir o empréstimo com o Goiás até o fim do ano — o Kashiwa Reysol, do Japão, é o dono dos direitos econômicos do atleta — e manter a veia artilheira, o camisa 11 tem tudo para ser mais um nome na tradição goleadora construída pelos goianos na história do Brasileirão.

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