Pela primeira vez na Era Neymar, iniciada em 10 de agosto de 2010 na vitória por 2 x 0 no amistoso contra os Estados Unidos, o anúncio oficial da camisa da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo não teve o craque na passarela no papel de manequim. Parceiro da alemã Puma desde 2020, o ex-modelo da norte-americana Nike depois de uma rescisão marcada por troca de acusações passou longe da vitrine e não participou da ação de marketing da nova amarelinha.
A discrição do astro contrasta com o comportamento midiático agressivo antes das Copas de 2014, no Brasil, e de 2018, na Rússia. Há oito anos, Neymar recebeu a roupa nova do anfitrião Brasil, em Copacabana, e posou para fotos no Maracanã, palco da final. À época, a reforma da arena estava em fase de acabamento, mas foi aberta para o ensaio diante das lentes do fotógrafo J.R.Duran. Uniformizado com a camisa, calção, meiões e chuteira, ajudou a vender camisas a rodo.
Neymar também assumiu o protagonismo na campanha publicitária do manto canarinho para a Copa de 2018. Ele e o parceiro Philippe Coutinho foram os primeiros a entrar no provador e experimentar o modelo na ação de marketing da multinacional parceira da CBF há 27 anos. A Nike sucedeu a inglesa Umbro em 1995, um ano depois da conquista do tetra.
O distanciamento de Neymar das passarelas da Nike/CBF foi oficializado em 2020 com uma troca de acusações. O jogador tinha mais oito anos de contrato com a marca, mas a grife anunciou a rescisão com um vazamento de informação que irritou o estafe do jogador. "A Nike encerrou seu relacionamento com o atleta porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa-fé de alegações confiáveis feitas por uma funcionária de irregularidades cometidas", justificou a conselheira geral da empresa de materiais esportivos, Hilary Krane.
Pressionado por uma reportagem do Wall Street Journal, a Nike se posicionou por meio de nota e confirmou que houve a denúncia de assédio sexual contra Neymar. Em meio à troca de farpas, o jogador se defendeu. "Eu realmente não entendo como uma empresa séria pode distorcer uma relação comercial que está apoiada em documentos. As palavras escritas não podem ser modificadas. Elas sim são muito claras. Não deixam dúvidas! Desde os meus 13 anos, quando assinei meu primeiro contrato, sempre fui alertado: não fale sobre os seus contratos! Contratos são sigilosos!", desabafou.
Paralelamente, o pai de Neymar dava outra versão para o desquite. "Se você ficar sem receber você continua na sua empresa, meu amigo? É simples assim. Quando a Nike não honrou os pagamentos que estavam em atraso alegando um monte de situação a gente rompeu. Simples assim", disse em entrevista à revista Placar. "Primeiro foi porque o Neymar não quis mudar de produto, de chuteira. Eles queriam um modelo de chuteira que ele utilizasse e ele não queria mudar, sair da chuteira que era de costume, a Mercurial. E encerrou: "Todos saem da Nike e são acusados assim. Aconteceu com o Cristiano Ronaldo, Kobe Bryant". comparou. CR7 foi acusado de estupro, mas segue vinculado à Nike. Kobe morreu em 2020.
Tretas e ressentimento à parte, a Nike recorreu a manequins substitutos. Rodrygo, Richarlison, Philippe Coutinho e Lucas Paquetá testaram o produto. Velho parceiro da grife, Ronaldo "Fenômeno" e outros esportistas participaram da ilustração da campanha.
Onça-pintada
Inspirada na onça-pintada, a coleção "Garra Brasileira" tem pintas do animal espalhadas pela peça, com detalhes em verde e azul. O novo design pretende unir o orgulho nacional, a cultura jovem do país e a inovação para performance. "A nova coleção celebra a coragem e a criatividade de uma equipe que nunca desiste — uma equipe que reflete o melhor da própria cultura de inovação da Nike", diz Aaron Barnett, Diretor de Produto Sênior da Nike Global.
As primeiras peças da coleção estarão disponíveis a partir de hoje, exclusivamente para os Membros Nike. A venda ao público geral está programada para começar na sexta-feira. os preços da camisa ainda não foram divulgados pela parceira da CBF.
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