BRASILEIRÃO

Dança das cadeiras pune estrangeiros e ressuscita medalhões na Série A

Com mais dois técnicos demitidos ao término da 22ª rodada da primeira divisão, rotatividade continua elevada nos bancos de reserva dos clubes da elite. Pressão por trocas transforma retorno de veteranos em uma tendência no mercado dos treinadores

Paulo Martins*
postado em 16/08/2022 11:05 / atualizado em 16/08/2022 11:07
Marquinhos Santos foi um dos treinadores demitidos na 22ª rodada do Campeonato Brasileiro -  (crédito: Mauro Horita/AGIF/D.A Press)
Marquinhos Santos foi um dos treinadores demitidos na 22ª rodada do Campeonato Brasileiro - (crédito: Mauro Horita/AGIF/D.A Press)

A terceira rodada do segundo turno do Campeonato Brasileiro começou com mais dois técnicos dispensados de seus ofícios: as derrotas para Atlético Mineiro e Fortaleza levaram as diretorias de Coritiba e Ceará, respectivamente, a demitir os técnicos Gustavo Morínigo e Marquinhos Santos. Ambos entram para a conta das trocas de treinadores na principal divisão do futebol nacional.

Ao longo de 22 rodadas, foram contabilizadas 13 baixas em 11 clubes diferentes. A média é de apenas 1,69 demissão por jogo: aproximadamente duas dispensas a cada três partidas jogadas disputadas na Série A. Em toda a temporada, são 25 substituições no cargo: índice superior ao número de times da elite protagonistas dessas mudanças.

Ex-técnico do Ceara, Marquinhos Santos foi retirado do cargo pela segunda vez neste Brasileirão. Antes, havia sido dispensado pelo América Mineiro na primeira rodada, após derrota para o Avaí. A instabilidade no comando prejudicou a campanha do Coelho na Libertadores. O time caiu na fase de grupos.

Marquinhos Santos se junta a Fábio Carille como recordista de demitidos na elite nacional nesta temporada. Outrora bem-sucedido no Corinthians, o atual técnico do Varen Nagasaki, da segunda divisão japonesa, não teve sucesso ao trabalhar no Santos e no Athletico Paranaense neste ano.

 

Técnicos demitidos no Brasileirão. Estrangeiros em destaque

- Marquinhos Santos (América Mineiro e Ceará)
- Alberto Valentim (Athletico Paranaense)
- Fábio Carille (Athletico Paranaense)
- Umberto Louzer (Atlético Goianiense)
- Antonio Mohamed (Atlético Mineiro)
- Gustavo Morínigo (Coritiba)
- Paulo Sousa (Flamengo)
- Abel Braga (Fluminense)
- Glauber Ramos (Goiás)
- Alexander Medina (Internacional)
- Eduardo Baptista (Juventude)
- Fabián Bustos (Santos)

Medalhões em alta

O maior vilão dos técnicos neste Brasileirão é o Athletico-PR. O Furacãao dispensou Alberto Valentim na abertura do campeonato e Carille na sequência. Hoje, conta com os serviços de Luiz Felipe Scolari, o Felipão.

A aposta por técnicos consagrados tem se tornado tendência nos grandes clubes da Série A. Mano Menezes é sexto colocado do Brasileiro com o Internacional. Dorival Júnior assumiu a vice-liderança na elite, é semifinalista da Libertadores e responsável por manter o Flamengo vivo nas quartas de final da Copa do Brasil. 

A procura por treinadores renomados também é parte das necessidades de clubes da faixa inferior da tabela: pela primeira vez na zona de rebaixamento, o Coritiba (18º) fechou com Guto Ferreira como seu novo técnico. Sem clube desde junho, o novo professor do Coxa vem de bons trabalhos no Bahia e no Ceará, onde foi campeão da Copa do Nordeste em 2020.

Próximo do Z-4 e vindo de derrota no Clássico-Rei, o Ceará tem Vanderlei Luxemburgo na mira para assumir o elenco. Caso assuma o Vozão, “Luxa” voltará a trabalhar em um clube da Série A pela primeira vez desde 2020, quando deixou o Palmeiras. A escolha pelos chamados “medalhões” ganha força em um momento de baixa para técnicos estrangeiros: ao todo, cinco treinadores de fora do Brasil foram dispensados nesta temporada.

 

*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

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