Automobilismo

Largando da pole, Drugovich vence e fica mais perto do título na Fórmula 2

Em corrida com bandeira vermelha e três intervenções do safety car, o brasileiro venceu em Zandvoort para estar bem perto de um título já no próximo final de semana

Paulo Martins*
postado em 04/09/2022 11:40 / atualizado em 04/09/2022 11:49
 (crédito:  Eric Alonso)
(crédito: Eric Alonso)

Desde a pole, com várias intervenções na corrida e uma bandeirada para bater recordes: Felipe Drugovich é o maior vencedor em uma temporada da Fórmula 2, igualando o holandês Nyck de Vries e o russo Artem Markelov. O feito foi conquistado na vitória do brasileiro na corrida principal, na manhã deste domingo (4/9), no Grande Prêmio da Holanda, em Zandvoort.

Largando na pole, em posição para fora da tangência da primeira curva, Drugovich reagiu bem a um ataque de Jack Doohan e manteve a ponta. Bem na sequência, em terceiro, Logan Sargeant foi ao muro por errar a freada na curva 7 depois de ter feito o mesmo na saída da primeira curva, ao ir para último, chamando o safety car à pista. O bico de seu carro furou a barreira de proteção, que precisou ser substituída, interrompendo a sessão com bandeira vermelha, após o carro de segurança estar por mais três giros.

A paralisação durou 23 minutos, ao todo, e a corrida reiniciou com largada em andamento, seguido do recolhimento do safety car. Guiando o pelotão, Felipe acelerou antes mesmo de aparecer na reta principal, com Enzo Fittipaldi relargando em 11º, ultrapassando Frederik Vesti no sexto giro para entrar na zona de pontuação. A direção de prova decidiu por manter a contagem em voltas, mesmo com a demora na bandeira vermelha.

Pressão apóso safety car

Na oitava volta, Drugovich marcou 1:25.234, mas, ao entrar no giro seguinte, foi duramente pressionado por Doohan, que anotou a melhor volta em dois décimos mais rápido que a anterior, mas travou as rodas ao dividir a primeira curva. O inglês foi chamado aos boxes de imediato, tão prejudicado esteve seu jogo de pneus macios, mas não parou, enganando o terceiro colocado de então, Dennis Hauger, que foi aos boxes, assim como Fittipaldi, parando quando estava em nono.

A pista estava pouco abrasiva para os pneus, porém a obrigatoriedade da parada nesta corrida principal deu abordagem diferente para o comando das equipes ao longo da prova. Sem se aproximar em cinco voltas depois da travada, Doohan foi finalmente aos boxes, fazendo o pitstop usual: de compostos macios para os compostos duros. Felipe Drugovich preferiu não dar chance para o undercut do inglês e logo parou, voltando à frente do britânico, em nono lugar, com a colombiana Tatiana Calderón entre eles por um breve tempo.

Richard Verschoor, na ponta, esperou para parar em seguida e voltou entre Doohan e Drugovich, mas perdeu a posição para o inglês por voltar sem aderência, sendo capturado na famosa curva de raio longo da pista holandesa: a casa do piloto da Trident. Rival direto de Felipe pelo campeonato, Theo Pourchaire voltou da bandeira vermelha com compostos duros, tendo estratégia alternativa para barrar o paranaense.

Na volta 17, ao voltar dos boxes, Marino Sato foi ao muro por estar com o pneu mal colocado por seu mecânico. Não bastasse este problema, o japonês logo pediu para um auxiliar de pista um extintor de incêndio, para apagar uma chama vinda do freio dianteiro esquerdo, de onde saiu a roda: safety car novamente convocado. A bandeira verde veio no fim do 21º giro, com os seis primeiros pilotos ainda por parar, com Felipe Drugovich em sétimo, esperando para ter pista livre para si.

Porém, de forma insólita, houve um grande problema na relargada, com a indecisão na ponta do pelotão, já na reta principal. Dos pilotos prejudicados, Jack Doohan foi tocado por Enzo Fittipaldi e saiu da prova. Mais uma vez, o carro de segurança teve de intervir na pista. Alguns dos pilotos ainda por parar saltaram para o pitstop logo na relargada, na 26ª volta, para aproveitar o segundo stint obrigatório de pneus: Drugovich estava em quarto, com Pourchaire, Vesti e Liam Lawson à sua frente. Fittipaldi tinha boa oitava posição.

Brasileiros em destaque

Com mais de uma hora líquida disputada, a direção de prova determinou que a corrida seria terminada no tempo, com mais 13 minutos a correr. As paradas pendentes foram resolvidas a 11 minutos do fim e Felipe Drugovich reassumiu a ponta da feature race. Sem maiores pressões, o paranaense guia tranquilo para a vitória, com o gosto de ter assegurado o título da categoria: poderia ser campeão se vencesse a sprint race de ontem e feito as voltas rápidas em ambas provas, uma vez que Theo Pourchaire logrou pontuar um solitário ponto nesta corrida de domingo.

Com o relógio zerado, Felipe abriu a última volta para festejar a bandeira quadriculada em Zandvoort, sua oitava na temporada: recorde histórico na categoria. Abrindo 70 pontos do francês (233 contra 163), Drugovich pode ser campeão com um quarto lugar na sprint race do próximo GP, a ser disputada no sábado (10/9). Outra boa nota ficou na boa prova de Enzo Fittipaldi, que saiu de 13º para um quinto lugar.

Para o campeonato, Drugovich já abre contagem para ser campeão com uma prova de antecedência no campeonato mundial de Fórmula 2, sendo esperança de um breve regresso do Brasil para a Fórmula 1. A próxima corrida da categoria será no fim de semana seguinte, entre os dias 9 e 11 de setembro, com o Grande Prêmio da Itália, no lendário autódromo de Monza.

*Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer

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