JUBS 2022

Com estrutura especial, JUBs voltam a reunir atletas universitários em Brasília

Com investimento de mais R$ 15 milhões e promessa de aquecimento no turismo e na economia local, JUBs reúne mais de sete mil esportistas na capital. Evento engloba 28 modalidades e terá disputas até 25 de setembro

Mila Ferreira
postado em 19/09/2022 18:27 / atualizado em 19/09/2022 19:02
 (crédito: Mila Ferreira/CB/DA Press)
(crédito: Mila Ferreira/CB/DA Press)

Brasília está sendo, mais uma vez, a capital do esporte universitário no Brasil. Até 25 de setembro, a capital recebe, pelo segundo ano consecutivo, os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs). A 69ª edição da competição — organizada pela Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU) com apoio do Governo do Distrito Federal (GDF), do Banco do Brasil e da iniciativa privada — deve reunir sete mil participantes entre atletas, dirigentes e comissão técnica. Com entrada gratuita, o evento engloba 28 modalidades, desde as clássicas como futsal, vôlei e basquete, até inéditas como o breaking, esporte recém-adicionado ao programa olímpico e que estreará em Paris-2024.

Para o presidente da CBDU, Luciano Cabral, o fato de o evento estar acontecendo pelo segundo ano consecutivo em Brasília é uma forma de gratidão. Em 2021, a capital recebeu a competição em um cenário pandêmico e as restrições causadas pela covid-19. "Mesmo com pandemia e lockdown, Brasília recebeu os JUBs de braços abertos. Com o apoio do governo federal e do GDF, conseguimos criar uma bolha e, entre os cinco mil participantes, tivemos apenas 15 casos de covid registrados, mas nada grave. Tudo isso fez com que trouxéssemos os jogos novamente a Brasília. A forma como foi construída faz com que a cidade seja, do meu ponto de vista, a melhor para receber esse tipo de evento", declarou.

Repetindo o planejamento da última passagem pela capital federal, o JUBs 2022 está sendo baseado no Centro Internacional de Convenções de Brasília (CICB), no Setor de Clubes Sul. No local, foi montado o Boulevard dos Atletas, um ponto de encontro de acolhimento para receber os competidores. De acordo com a organização, o espaço é considerado o coração do evento. Lá, serão oferecidas as refeições e ocorrerão disputas de 13 das 28 modalidades esportivas.

Os Jogos Universitários prometem movimentar a economia local, gerando mais de mil empregos temporários diretos, seis mil contratações indiretas, 84 mil refeições, 40 mil diárias de hospedagem oferecidas e 300 locações de transportes. Além disso, por meio do programa 'Bem Receber JUBs', 24 hotéis foram preparados para abrigar os participantes. O programa, implementado pela CBDU, oferece um selo de qualidade como forma de sinalizar que o hotel está preparado para receber atletas em eventos esportivos de alto rendimento.

"Nós desenhamos o perfil dos atletas para eles. As necessidades, o perfil de consumo e o hotel faz uma gama de serviços para atender esse público, desde a recepção, check-in, cardápio, ofertando o melhor que Brasília tem com turismo, gastronomia, lazer, para que esse público venha consumir o que o DF tem de bom a oferecer", afirmou Paulo Souza, gerente de Logística e Hospitalidade da CBDU. Souza acrescentou, ainda, que os JUBs de 2021 estão concorrendo ao Prêmio Caio, que homenageia as melhores empresas, profissionais, destinos e empreendimentos da indústria de eventos.

Rito de passagem

Os Jogos Universitários Brasileiros são considerados pelos atletas como um importante patamar conquistado na carreira. Antes disso, eles passam pelos Jogos Escolares e os Jogos Universitários Regionais. Todos os anos, o evento recebe tanto competidores veteranos como atletas estreantes no torneio. A capitã do time de basquete da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, Evelyn Spengler, participa pela primeira vez dos JUBs e considera esta uma importante conquista para sua trajetória. "Estamos treinando há quatro meses. Ganhamos recentemente os Jogos Universitários Gaúchos (JUGs) e, desde então, intensificamos os treinos para participarmos do JUBs. Estamos muito felizes com a recepção em Brasília", ressaltou a atleta.

Praticante do wrestling desde 2013, a brasiliense Ana França participa do JUBs pela terceira vez. Ela foi campeã da modalidade nos JUBs em 2021 e ficou em terceiro lugar em 2019. A atleta, que se prepara para os Jogos Olímpicos de Paris-2024, considera a competição como um ponto importante de continuação da sua trajetória rumo ao maior evento esportivo do planeja na capital francesa. "O JUBs é uma forma de segurar o atleta no esporte, mesmo enquanto estamos cursando uma graduação", disse França.

Atletas do time de basquete da UFSM, Santa Maria, Rio Grande do Sul
Atletas do time de basquete da UFSM, Santa Maria, Rio Grande do Sul (foto: Rodrigo Pertoti/CBDU)

Inclusão

Toda a dedicação com a estrutura é notada pelos participantes e causa impactos na performance esportiva. Para o vice-presidente da Federação de Esportes Universitários do Rio de Janeiro (FEURJ), Celby Santos, de 84 anos, a excelência na receptividade dos atletas faz a diferença no desempenho durante a competição. Santos participa dos JUBs desde 1963 e esteve presente como atleta, técnico e dirigente, função exercida na edição de 2022 em Brasília.

"Sou do tempo em que vínhamos de ônibus e ficávamos acampados em escolas. Hoje, fiquei em um ótimo hotel. A alimentação balanceada oferecida pela organização também é um fator que contribui no desempenho dos atletas", elogiou. O dirigente, que já foi campeão sul-americano de atletismo universitário, aponta ainda a questão da inclusão nos JUBs. "Aqui, a CBDU abraça todas as diferenças: temos uma integração entre o atleta olímpico, paralímpico, mães atletas que trazem os seus filhos", completou Santos.

Modalidades especiais

O JUBs conta com modalidades variadas entre acadêmicas, olímpicas, paralímpicas e eletrônicas. Dessas, uma é inédita: o breaking. Outras duas voltam após um período de hiato: skate e cheerleading. O breaking faz sua estreia tendo como referência os Jogos Olímpicos de Paris-2024, que também receberão a modalidade pela primeira vez. O campeonato conta ainda, desde 2016, com uma categoria exclusiva denominada acadêmico, onde os atletas competem apresentando artigos científicos a uma banca de pesquisadores.

Além da entrada gratuita, os JUBs 2022 também terão cobertura pela internet. As competições das modalidades envolvidas no eventos erão transmitidas pelo Facebook e canal do YouTube da CBDU. Já os e-sports, como League of Legends, Counter Strike, Fifa e Free Fire, chegam ao espectador pela Twitch e pelo TikTok da confederação.

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