Basquete

Nova joia do basquete europeu, Espanha iguala feitos com trabalho consistente

Embalada pelo título do Eurobasket, equipe igualou feito das extintas Iugoslávia e União Soviética, conquistando também a Copa do Mundo no mesmo ciclo

Paulo Martins*
postado em 21/09/2022 17:35 / atualizado em 21/09/2022 17:38
Seleção espanhola de basquete conta com jogadores formados em uma liga forte, que frequentemente exporta nomes para a NBA -  (crédito:  AFP)
Seleção espanhola de basquete conta com jogadores formados em uma liga forte, que frequentemente exporta nomes para a NBA - (crédito: AFP)

O título da Espanha no Eurobasket Alemanha-2022, vencendo a França na final do último domingo (18/9), por 88 x 76, deu à seleção ibérica um feito para poucos. Embalada pela conquista da Copa do Mundo de 2019, na China, a equipe do técnico italiano Sergio Scariolo alcançou um novo patamar com o título europeu ao igualar Iugoslávia e União Soviética como as únicas equipes a consolidarem um ciclo com um título mundial e outro continental em sequência.

Os eslavos foram os mais longevos em fechar o ciclo na bola laranja no Século XX com as conquistas intercaladas de 1970-1973, 1977-1978, no triênio de 1989 a 1991, 1995-1998 e 2001-2002. Os soviéticos, porém, mantiveram uma maior forma ao passar dos anos com o octacampeonato europeu de entre 1957 e 1971, acrescidos dos mundiais de 1967 e 1974, além do bicontinental em 1979 e 1981 e o título do mundo de 1982.

O fato de realizar a façanha após duas décadas é um dos motivos para a Espanha ser vista como a nova joia do basquetebol do Velho Continente. Uma formação contundente de bons jogadores na liga interna (mesmo para estrangeiros) serve de base para o país provar o seu valor em quadra na mesma medida do crescimento. Não à toa, a Liga Espanhola é o único campeonato internacional, além da NBA, transmitido no Brasil. O evento é veiculado pela ESPN.

Inclusive, muitos dos nomes com atuação no país passam a ir para a principal liga do mundo (a americana) desde o campeonato nacional. Sejam espanhóis naturais como Serge Ibaka e Ricky Rubio, jogadores mais antigos e experientes como os irmãos Gasol (Pau e Marc) ou estrangeiros como o argentino Facundo Campazzo e o esloveno Luka Doncic, este lugar é uma das melhores vitrines possíveis para ascender ao melhor basquete do mundo.

Boa parte da base da seleção nacional, inclusive, vem de dentro do país, sobretudo com jogadores do Unicaja Málaga (como Darío Brizuela, Alberto Díaz e Jaime Fernández) ou do Valencia (casos de Xabi López e Jaime Pradilla), por exemplo. No continente, a tradição do país é coisa de longa data, uma vez que, junto da Itália, os espanhóis são os maiores campeões da Euroliga de clubes, com 13 títulos ao todo.

O selecionado de Sergio Scariolo também convoca nomes que brilham nos Estados Unidos nos jogos da NBA. E se tratando de sobrenome, os Hernangómez têm muito a se orgulhar pelo último título conquistado. Juan (do Toronto Raptors) foi o cestinha da final, com 27 pontos, enquanto seu irmão Willy (do New Orleans Pelicans) foi um dos melhores pontuadores do campeonato, com média de 17,1 pontos por jogo. Uma campanha em família para o tetracampeonato espanhol.

A fim de concretizar mais um ciclo e manter a força do basquete de “La Furia Roja” no continente e notável perante o mundo, a equipe espanhola está perto da Copa do Mundo-2023. No Grupo 4 da terceira fase, o time lidera a chave com Itália, Islândia, Geórgia, Ucrânia e Holanda, tendo perdido apenas para o time cáucaso nos seis jogos realizados, com quatro a disputar.

*Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz

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