JUBS 2022

Crescimento dos e-sports é reflexo nos Jogos Universitários em Brasília

A edição de 2022 dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) contam com o número recorde de144 competidores inscritos. O índice representa o dobro em comparação a 2021

Victor Parrini *
postado em 22/09/2022 08:00
 (crédito: Saulo Cruz/FESU-DF)
(crédito: Saulo Cruz/FESU-DF)

Foi-se o tempo em que jogos eletrônicos eram tratados como meros passatempos, principalmente pelos jovens. Com o desenvolvimento das tecnologias, a coisa ficou séria e a bilionária indústria dos games começou a observar o crescimento e o espaço tomado pelos e-sports no mundo, inclusive no Brasil. A edição de 2022 dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), em Brasília, testemunha, com recordes, a ascensão da modalidade.

Seis anos após a implementação das disputas eletrônicas ao seu calendário, a Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU) enxerga índices de adesão crescentes à prática. Os JUBs 2022, por exemplo, contam com 144 competidores inscritos entre o FIFA, Poker, Free Fire, Clash Royale, Counter-Strike Global Offensive e League of Legends.

A participação desses atletas representa o dobro do registrado em 2021. Para o coordenador de esportes eletrônicas da entidade, Sérgio Medeiros, os números são frutos de um trabalho prévio. “Sempre fomos antenados às novas modalidades esportivas. O cenário de e-sports no Brasil cresce ano a ano. Enxergamos como um movimento natural e social”, ressalta.

O dirigente enxerga uma ascensão benéfica para possibilidades profissionais. “Muitas pessoas enxergam isso como mercado de trabalho: atletas, desenvolvedores, administradores e casters. Isso faz com que o cenário amplie e absorva novos profissionais. E para que esses profissionais tenham maior qualidade, as universidades começam a preparar cursos para área”, explica.

Jogadora de FIFA e uma das representantes de Brasília na competição entre instituições de ensino, Carolina Castellano não esconde a felicidade de participar do evento. “Sempre gostei muito de esportes e cresci jogando videogame com meus irmãos, principalmente os jogos de futebol. Fazer parte do crescimento dos jogos eletrônicos universitários, em especial do futebol eletrônico feminino, é maravilhoso”, diz.

Esta a terceira participação da estudante de educação física nos Jogos Universitários. “É muito bom ver o quanto o nível técnico das atletas aumentou nesses últimos anos. É muito gratificante participar de competições de alto nível e com estruturas incríveis como as oferecidas pela CBDU”, comenta.

Após as recentes inclusões do surfe, skate e breaking dance nos Jogos Olímpicos, dirigente e competidora acreditam na possibilidade dos e-sports também receberem o reconhecimento do Comitê Olímpico Internacional (COI).

“Existe uma tendência para eles entrarem nas Olimpíadas. O esporte é reflexo da sociedade. E, como temos uma sociedade voltada para a tecnologia da informação, claro que o esportes também têm a tendência de serem tecnológicos”, avalia o coordenador.

“Os jogos eletrônicos estão presentes na vida dos jovens desde a infância. Quase todo mundo cresceu brincando com algum jogo, seja no videogame, computador ou o próprio celular. Se os e-Sports continuarem crescendo como estão, temos tudo para conquistar cada vez mais espaço no cenário mundial”, analisa a jogadora de FIFA.

Dados comprovam a popularidade desse seguimento. Dados da pesquisa Game Brasil apontam para o crescimento de 81,2% do conhecimento da modalidade, um aumento de 16,9% em relação ao levantamento de 2021. Ou seja, não é jogar por jogar. A ampla maioria conhece o outro lado da “brincadeira”.

Segundo a consultoria Newzoo, o Brasil é o maior mercado de games da América Latina, com receita estimada R$ 11 milhões durante o ano passado. O estudo também projetou um crescimento de 6% até o fim de 2022.

*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

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