ENTREVISTA

Marina Stoll sobre o MEG: "Construído a quatro mãos com a comunidade"

Com finais presenciais disputadas no Rio de Janeiro neste fim de semana, evento movimenta R$ 6 milhões e promete entregar experiência em pura sinergia com a comunidade gamer

Danilo Queiroz
postado em 21/10/2022 19:26 / atualizado em 21/10/2022 19:39
 (crédito: Sandro Mendonça/MEG)
(crédito: Sandro Mendonça/MEG)

Rio de Janeiro — Maior competição multigames da América Latina, o Multiplataform eSports Games, ou simplesmente MEG, carrega consigo os desafios proporcionados pelo grandioso status obtido desde a sua concepção. Com finais presenciais marcadas para o Rio de Janeiro no sábado (22/10) e no domingo (23/10), o torneio entra em cena com a proposta de entregar uma grande imersão ao universo dos games para atletas e fãs. Em entrevista ao Correio, a coordenadora geral Marina Stoll explica o passo a passo para cumprir o desafio e entregar o evento em pura sinergia com a comunidade.

Para as finais na Arena Carioca 1 — uma das sedes dos Jogos Olímpicos de 2016, realizados no Rio de Janeiro —, a expectativa é alta. Porém, a realização do MEG vai muito além do que será visto pelo público nas competições do fim de semana. Com engenharia grande, a competição movimenta a grande estrutura técnica e financeira de um mercado em plena ascensão. O ingrediente principal da mistura para o sucesso é a conexão com os desejos do universo gamer em toda a América Latina. “O MEG vai para onde a comunidade quer ir”, garante Marina.

Cinco modalidades terão as finais presenciais realizadas no Parque Olímpico do Rio de Janeiro. No sábado (21/10), a programação começa às 12h30 e vai até 20h com as decisões do CS:GO Feminino, Brawl Stars e Tekken7. No domingo (22/10), a agenda de jogos se estende até 21h com as batalhas no CS:GO Aberto, eFootball mobile e Clash Royale. O dia também reserva as cerimônias de melhor jogadores e de revelação do MEG. As transmissões serão feitas nos canais oficiais do evento, como a Twich e o YouTube, e nos canais SporTV.

Entrevista Marina Stoll, coordenadora geral do MEG

Como surgiu o MEG?
O MEG nasce através do Wesg Latam como um campeonato mais forte e focado no público da América Latina com oito modalidades. Em relação ao ano passado, dobramos a quantidade de jogadores inscritos, de premiação, no ano passado foi de R$ 250 mil e estamos com R$ 500 mil, aumentamos de cinco para oito categorias focados na comunidade gamer, o que eles mais gostam de jogar. Em 2021, foram 1 milhão de telespectadores entre as transmissão de TV e dos canais oficiais do projeto. Esse ano, pretendemos ter uma visibilidade bem maior.

Quais são as expectativas para as finais presenciais no Rio de Janeiro?
Estamos com uma expectativa boa. É o primeiro grande evento pós-pandemia. Está todo mundo nessa ânsia do presencial. O evento é todo gratuito. Desde as inscrições, onde a gente procura trazer a comunidade amadora e dar a possibilidade de jogarem com os atletas renomados e seus grandes ídolos. Isso é um ponto forte do MEG. Entrada gratuita para atrair e juntar a comunidade.

Marina Stoll, coordenadora geral do MEG
Marina Stoll, coordenadora geral do MEG (foto: Arquivo pessoal)

A promessa para os fãs é imersão. O que eles podem esperar?
É aquela vibração de torcida, de arena, justamente na Arena Carioca 1. Tem as arquibancadas, a vibe de Jogos Olímpicos, de torcer pelos ídolos e pelos times. A expectativa de juntar a comunidade é algo importante para a gente. Vibrar, estar com o atleta.

Também teremos transmissões on-line e na TV…
Temos a parceria com o SporTV e todos os canais oficiais na Twitch e no YouTube. Nossos casters (nome dado aos membros de uma equipe de transmissão de eSports) são pessoas renomadas no mercado nacional e da América Latina. Eles acabam mobilizando e ajudando a trazer essa emoção que a gente espera para essas finais.

Como vê o papel de contribuição do MEG no crescimento dos eSports no Brasil e na América Latina?
O MEG é um desenvolvimento do Wesg Latam e ele chegou com uma super expectativa porque dobraram os números de premiação e inscritos. Chega com uma expectativa de impactar mesmo o mercado. O mercado tem um potencial impressionante de crescimento. Ele gira muito. A grande questão é a nossa conexão com a comunidade. Entender o jogador, o que ele mais querem, atrair essa comunidade para dentro do projeto, ouvir, trazer modalidades que interessam a esse público. Essa conexão é o mais importante e o que vai nos levar para outros lugares. O ponto fundamental de para onde vai o MEG é para onde a comunidade quer ir. Estamos conectados com isso. Os jogos de ontem não são mais o de hoje. Essa conexão construída ao longo dos anos é muito importante.

O evento também tem um impacto econômico grande…
O MEG deve movimentar R$ 6 milhões e a cadeia de geração de emprego que ele movimenta. São mais de 130 empresas contratadas entre audiovisual, produção, parte de competição e de broadcasting. Acabamos movimentando esse mercado de eSports no Brasil muito ativamente.

Casters de CSGO Marcatto e Raules durante o ensaio do MEG: atenção aos detalhes para tudo sair perfeito no fim de semana
Casters de CSGO Marcatto e Raules durante o ensaio do MEG: atenção aos detalhes para tudo sair perfeito no fim de semana (foto: Sandro Mendonça/MEG)

Quais são os perrengues de logística da organização?
É bastante complexa. A quantidade de pessoas e atletas na final é muito grande. Além da nossa final presencial, temos a on-line que mobiliza bastante jogadores. A parte de se comunicar com oito modalidades. São oito públicos diferentes, jogadores diferentes que gostam de coisas e se comunicam de forma diferente. Então, é bastante complexo levantar um evento nesse potencial com essa expectativa tão grande de visibilidade que temos graças à interação e ao comprometimento dos atletas com o projeto. Construímos a quatro mãos com a comunidade. É um projeto querido para a comunidade gamer.

Com base na sua experiência de convivência com o cenário, acredita que algum dia os eSports estarão nos Jogos Olímpicos?
Essa é uma questão polêmica, mas pessoalmente acredito que sim. A energia da competição existe, é saudável, os atletas são profissionais e levam isso a sério. Os jogadores estão treinando faz nove, dez meses para essa competição. Temos um nível de comprometimento. São muitas horas por dia de treinos, interação com esse time. Hoje, estamos em oito modalidades porque se assemelha a uma competição de multimodalidade. O MEG é um multiplataforma em todos os sentidos, não é porque somos console, PC e mobile. Como nos Jogos Olímpicos, também temos competições de várias modalidades. Em termos de pilares e conceitos, a semelhança é nítida e existe. Na minha experiência pessoal, acho que o futuro nos aguarda e, sim, vai fazer parte das Olimpíadas.

Programação presencial do MEG

Sábado (22/10)
11h - Abertura dos portões
12h - Início do countdown
12h30 - CS:GO Feminino
15h30 - Brawl Stars
16h20 - Tekken7
20h - Fechamento dos portões

Domingo (23/10)
11h - Abertura dos portões
13h30 - Início do countdown
14h - CS:GO Aberto
17h - e-Football
17h40 - Clash Royale
19h50 - Cerimônia de Atleta Revelação
19h55 - Cerimônia MVP OI
21h - Fechamento dos portões

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  • MEG será realizado neste fim de semana na Arena Carioca 1, uma das sedes dos Jogos Olímpicos de 2016
    MEG será realizado neste fim de semana na Arena Carioca 1, uma das sedes dos Jogos Olímpicos de 2016 Foto: Sandro Mendonça/MEG
  • Marina Stoll ressaltou expectativa em torno das finais do MEG 2022
    Marina Stoll ressaltou expectativa em torno das finais do MEG 2022 Foto: Arquivo pessoal
  • Casters de CSGO Marcatto e Raules durante o ensaio do MEG: atenção aos detalhes para tudo sair perfeito no fim de semana
    Casters de CSGO Marcatto e Raules durante o ensaio do MEG: atenção aos detalhes para tudo sair perfeito no fim de semana Foto: Sandro Mendonça/MEG
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