Copa do Mundo

Hermanos clamam por "Dios" para seguir na Copa do Mundo 2022

No dia seguinte dos dois anos da morte do ídolo Maradona, Argentina se apega à fé para manter vivo o sonho do tricampeonato

Victor Parrini
postado em 26/11/2022 03:50 / atualizado em 26/11/2022 13:32
 (crédito: Antonin Thuillier/AFP)
(crédito: Antonin Thuillier/AFP)

Os deuses do futebol não poderiam ter reservado dia melhor para uma possível redenção da Argentina na última Copa do Mundo com Lionel Messi. Além do valor natural da partida em termos de tabela, o confronto de hoje, contra o México, às 16h, tem uma forte carga emocional por acontecer a exatos dois anos e um dia da morte do maior ídolo do país: Diego Armando Maradona.

Em 25 de novembro de 2020, o grande ícone do esporte argentino sofreu uma parada cardiorrespiratória em decorrência de um mal súbito, enquanto se recuperava de uma cirurgia no cérebro. Deixou família e uma nação órfãs. De protagonista no bicampeonato mundial em 1986, foi técnico da seleção e, acima tudo, um verdadeiro apaixonado pelo azul e branco.

A disputa no Catar e o confronto no México são muito mais que especiais. Para os milhões que se acostumaram com a presença confusa, mas real do ex-craque polêmico, há uma lacuna. O sentimento vai muito além dos torcedores. Toda a delegação entende que chegou a hora de honrar a memória daquele que um dia colocou a Argentina no centro do mapa do futebol.

"Sentimos muito a sua falta. É inacreditável que ele não esteja aqui conosco. Mas esperamos que ele esteja nos observando do céu e que amanhã (hoje) seja um dia feliz para ele e para o povo argentino", discursou o técnico Lionel Scaloni.

"Temos Diego (Maradona) em mente. Lembramos dele da melhor maneira, é um dia triste para todos. Espero que amanhã possamos dar-lhe alegria", ressaltou o atacante Lautaro Martínez.

Cenário dramático

Além da forte carga emocional, o segundo ato da seleção argentina na Copa do Mundo tem contornos dramáticos e decisivos no palco mais especial da disputa no Catar. O Estádio Icônico de Lusail receberá a final em 18 de dezembro, que flerta em não ter uma das principais candidatas ao troféu antes do pontapé inicial.

As 36 partidas de invencibilidade nada significaram quando a peregrinação dos devotos argentinos no Oriente Médio começou. A derrota por 2 x 1, de virada, para a Arábia Saudita atrapalhou os planos de uma passagem tranquila às oitavas de final. Hoje, os hermanos estarão com a bola nos pés e a calculadora nas mãos. Para não se despedirem precocemente do Mundial, a conta para Messi e companhia é simples: não perder.

Os vizinhos do Brasil entrarão em campo sabendo do resultado do confronto entre Polônia e Arábia Saudita. A vitória de qualquer um dos concorrentes obriga a Argentina a não perder. Caso o contrário, o sonho pelo terceiro troféu será enterrado. Na pior das hipóteses, os alvicelestes podem empatar, independentemente do resultado entre poloneses e sauditas. A igualdade, porém, força Messi a superar Lewandowski na jornada final do grupo.

Uma das esperanças de gols para os hermanos, o atacante Lautaro Martínez garantiu que entrega não faltará. "Amanhã será uma final, temos que vencer. Não temos pressão, confiamos no nosso trabalho. Estamos tranquilos e muito confiantes que vamos entrar em campo para representar a Argentina da melhor forma", assegurou.

 


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