COPA DO MUNDO

Casemiro se fecha sobre escolha do substituto de Neymar e impacto no meio de campo

Volante elogia parceria com Lucas Paquetá, mas evita determinar a melhor posição para o jogador mais polivalente do time sem Neymar. Cão de guarda evita superdimensionar desfalque

Enviado especial, Catar — Campeão sul-americano sub-20 em 2011 com Neymar, no Peru, o volante Casemiro não contará com o parça contra Suíça nesta segunda-feira nem diante de Camarões no encerramento da fase de grupos, em 2 de dezembro. A ausência do amigo desde os tempos das categorias de base da CBF foi um dos temas da entrevista coletiva deste sábado depois de um treino fechado comandado pelo técnico Tite no Grand Hamad Stadium, o Centro de Treinamento da Seleção no país-sede da Copa.

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“Infelizmente não vai estar no próximo jogo. Porém, temos jogadores de qualidade. Se for comparar com o Neymar, claro que vai ser difícil achar um jogador do nível dele. Porém, temos jogadores para repor sua posição, de qualidade”, ponderou um dos líderes do elenco.

Em respeito ao técnico, Casemiro evitou apontar a melhor opção. “Depende do Tite. Sobre o Paquetá, dos últimos dois, três anos na Seleção, é o jogador que mais evoluiu e correspondeu. É muito importante para nós. Ele é muito dinâmico, moderno, consegue jogar por fora, por dentro, de falso nove, e sempre corresponde à altura. É um privilégio tê-lo do nosso lado”.

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Na Copa de 2014, a Seleção ficou de “luto” quando soube que Neymar estava fora do torneio depois de ser atingido pelo lateral Zúñiga nas quartas de final. A lesão do astro do time atingiu o emocional do elenco antes da humilhação por 7 x 1 contra a Alemanha. Experiente, Casemiro aconselha que isso não se repita para conservar a estabilidade emocional do elenco.

“Se ficarmos falando do Neymar, vamos falar dias e dias da qualidade dele, da importância dele. Isso é inevitável. É o grande jogador, o craque do time, quem faz diferença. Mas temos outros jogadores correspondendo à altura, tem Vini, Richarlison, Raphinha, Gabriel Jesus. Nós lá de trás até brincamos, às vezes dá até pena do adversário. Você tira Raphinha, coloca Antony, sai Richarlison, entra Jesus, Martinelli, o leque é bem grande. Isso é bom para nós. Temos que ser realistas em falar que o Neymar é o craque do time”, afirmou.

Lesionado, Danilo é outra ausência certa nos próximos dois jogos. O lateral-direito também conquistou títulos na base com Casemiro, um deles, o Mundial Sub-20 em 2011. “Os dois (Danilo e Neymar) estão trabalhando... Nem vieram para o centro de treinamento, ficaram no hotel, estão treinando de manhã, tarde e de noite. Estão fazendo o maior esforço do mundo. Tem que valorizar isso. Mas isso é clínico, tem que ver como vai ser a recuperação no dia a dia. Sabemos que eles, 100%, são muito importantes para nós”, compartilhou Casemiro.

Em 2009, Casemiro fazia parte do elenco do Brasil derrotado pela Suíça na fase de grupos do Mundial Sub-17, na Nigéria. Alisson e Neymar eram companheiros dele no elenco liderado por Lucho Nizzo. A Seleção caiu na primeira fase. O episódio serviu de lição para a geração dele.

“Primeiro, tenho respeito. A Suíça tem seus méritos para estar aqui, eliminou a Itália. Agora, o que vamos fazer, aí é passar a arma ao inimigo (risos), então não podemos falar o que vamos fazer. Isso é Copa do Mundo, não existe jogo fácil. Volto a falar, eles tiveram todo o mérito para estar aqui. Vai ser um jogo bem difícil dentro de campo”, projeta o cão de guarda de Tite.

Na estreia, o Brasil teve dificuldades na armação diante da forte marcação da Sérvia. As alternativas para a criação de lances pelo meio partiram lá de trás. Casemiro e Thiago Silva passaram a ser alternativas. Ambos colocaram Raphinha e Vinicius Junior na cara do gol. O volante não tem um parceiro predileto para atuar com ele, mas admite ter liberdade para armar.

“O Fred é mais dinâmico, o Paquetá você fica mais leve na frente abrindo o Vini, então depende do que o treinador quer. O importante disso tudo é que cada um faça a função direito. Muitas vezes falam de Fred, Paquetá, Bruno Guimarães, Fabinho, que pode ser uma equipe mais defensiva, mas a defesa começa lá em cima. Todos aqui cumprem o trabalho. Claro que jogar com o Paquetá é diferente, mas o meu trabalho é ajudar os companheiros”, compara.

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