Copa do Mundo

Inferno astral: Espanha não protagoniza Copas do Mundo desde 2010

Seleção espanhola peca pela falta de ímpeto de nova geração talentosa e cai prematuramente na Copa do Mundo, a exemplo das campanhas pós-título

Paulo Martins*
postado em 06/12/2022 17:55 / atualizado em 07/12/2022 13:00
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Consagrada com o esquema tiki-taka, envolvente e com grande posse de bola, a forma da seleção espanhola jogar futebol se tornou chave e mantra para muitos clubes e escolas do esporte ao redor do mundo. Entretanto, passado o maior episódio da moda deste estilo, os ibéricos somam capítulos breves na Copa do Mundo, como na queda diante de Marrocos, nesta terça-feira (6/12).

O título espanhol no Mundial da África do Sul, em 2010, inspirou formações históricas como o Barcelona de Pep Guardiola e encantou o planeta do futebol. Entretanto, a tríade de “La Furia Roja”, a Fúria Vermelha, completa com o bicampeonato da Eurocopa em 2008 e 2012 se fez apenas em números para os livros nas três edições seguintes da principal competição.

Em 2014, vários dos remanescentes da conquista inédita, incluindo o técnico Vicente del Bosque, caducaram naquele Grupo B. De ponto positivo, se assim se pode dizer, restou a goleada por 3 x 0 no jogo dos eliminados contra a Austrália, em Curitiba. Antes disso, a revanche holandesa por 5 x 1, em Salvador, e os acachapantes 2 x 0 do Chile, no Rio de Janeiro, mandaram os vigentes campeões para casa.

Na Rússia, quatro anos mais tarde, os problemas apareceram na prévia da estreia, com Fernando Hierro sendo improvisado de última hora como comandante daquela seleção, antes do empate a três tentos com Portugal. Superados Irã e Marrocos, no Grupo B, a equipe que parecia tomar forma ficou no caminho perante o selecionado anfitrião, nos pênaltis, em um dia nada inspirado.

Em nada imaginavam os hispânicos sobre um fim precoce na estreia do Mundial do Catar após os 7 x 0 sobre a Costa Rica. O primeiro alerta veio ao não segurar o resultado e antecipar a eliminação da Alemanha e o sobreaviso veio na rodada final do Grupo E, com a virada japonesa contra os liderados por Luís Enrique.

Após despedir melancolicamente seus campeões mundiais em 2014 e ver uma breve transição em 2018, a safra espanhola estava integralmente renovada para 2022. Pedri, Gavi, Carlos Soler, Dani Olmo, Aymeric Laporte, Rodri e tantos outros não foram absolutamente nada nas mãos do ex-treinador do Barcelona.

Como golpe inesperado na estreia da promissora geração espanhola, veio a vingança marroquina pela eliminação na Copa do Mundo anterior. E à Espanha, não resta mais que esperar outros quatro anos para testar a sorte de ser protagonista outra vez, como tão perfeitamente fizera há 12 anos.

*Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz

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