COPA DO MUNDO

Campeão e melhor jogador, Messi encerra história pessoal nas Copas do Mundo

Em cinco edições disputadas, camisa 10 da Argentina viveu todos os sentimentos possíveis no torneio: foi de decepções em 2006, 2010, 2014 e 2018 até o título como melhor jogador no Catar, em 2022

Danilo Queiroz
Paulo Martins*
postado em 18/12/2022 15:42 / atualizado em 18/12/2022 15:47
 (crédito: Adrian Dennis/AFP)
(crédito: Adrian Dennis/AFP)

O fim mais perfeito para a trajetória de um dos maiores jogadores da história nas Copas do Mundo. Neste domingo (18/12), o atacante argentino Lionel Messi se despediu do torneio com a honraria de levantar a taça de campeão como capitão e marcar dois gols na decisão. Em cinco participações (2006, 2010, 2014, 2018 e 2022), o craque sul-americano viveu todos os sentimentos que o torneio mais importante do futebol de seleções poderia proporcionar, da tristeza ao ápice. Na última dança, alcançou o troféu mais cobiçado da carreira ao guiar a Argentina ao tricampeonato.

Desde a estreia na competição, na edição da Alemanha, em 2006, Messi disputou 26 jogos. Um recorde, pois ninguém jogou tanto no torneio de seleções como ele. Ao todo, foram 13 gols, uma média de um a cada duas partidas. O país-sede de sua primeira experiência mundialista, inclusive, terminou como o maior carrasco pessoal, eliminando “La Pulga" três vezes seguidas: nas quartas de final da estreia e da edição de 2010, e na fatídica final no Maracanã, em 2014. Confira, agora, como o maior vencedor da Bola de Ouro atuou em cada um dos seus cinco campeonatos do mundo.

2006 — O brilho inicial

Após ser deixado no banco de reservas pelo técnico José Pekerman na estreia frente à Costa do Marfim, com um apertado 2 x 1 a favor, o rosarino brilhou no restante daquele Grupo C. Deu gol e assistência na goleada por 6 x 0 diante da Sérvia e Montenegro, mesmo atuando por 16 minutos e, já classificado, foi titular no empate sem gols contra a Holanda.

No mata-mata, começou como suplente, mas entrou em campo no duro duelo perante o México, presenciando em campo o golaço antológico de Maxi Rodríguez, na prorrogação, para avançar de fase. Nas quartas de final, o camisa 19 não participou da eliminação desde a marca penal contra os anfitriões, em sua primeira mancha dolorosa com a albiceleste.

2010 — O peso da camisa 10

A explosiva evolução do astro no Barcelona lhe renderia a numeração de maior responsabilidade no selecionado argentino, sobretudo quando seu técnico é ninguém menos que o maior a ter passado por tal camisa e levantado a Copa do Mundo com a mesma. Diego Armando Maradona, inclusive, foi o responsável por dar a Messi a braçadeira de capitão pela primeira vez na competição, na vitória por 2 x 0 contra a Grécia, na terceira partida.

Entretanto, não apenas a formação sul-americana quanto seu maior nome foram demasiadamente apagados naquela edição da África do Sul. Lionel atuou os 90 minutos em todos os compromissos e deu apenas uma assistência no triunfo das oitavas de final, por 3 x 1, novamente contra os mexicanos. Na etapa seguinte, os alemães tiraram o sonho de ver os maiores camisas 10 da história argentina campeões do mundo, juntos.

2014 — A um passo da glória

Com Alejandro Sabella na prancheta, uma equipe subestimada fez bonito no Brasil. Capitão definitivo e indiscutido, o pequeno gênio foi fundamental para os avanços até a decisão: levantou a massa hermana nos complicados jogos contra a Bósnia-Herzegovina, no Maracanã, contra o Irã, em Belo Horizonte, e contra a Nigéria, em Porto Alegre.

Nas fases eliminatórias, a criação foi o fundamento para seguir pouco a pouco. Até como marcador, Messi teve que jogar. Nas oitavas, serviu passe açucarado para Ángel Di María eliminar a Suíça e enlouquecer a Neo Química Arena, à época Arena Corinthians, sede paulistana do torneio. Entretanto, passados também belgas e holandeses, a taça mais cobiçada de sua rica coleção lhe escapou das mãos com o tento de Mario Gotze, na prorrogação, em duelo onde os hermanos foram melhores, mas foram vices na casa de seu rival.

2018 — O desgaste da derrota

O rosarino teria desistido de seu selecionado após também cair nas finais da Copa América de 2015 e 2016, ambas para o Chile. Entretanto, movido e comovido pela gente celeste e branca, o astro renovou votos com o antes algoz treinador Jorge Sampaoli. Lionel salvou seu país de uma vergonhosa eliminação na chave continental ao fazer um hat-trick em Quito, contra o Equador. Na Rússia, o fez outra vez na rodada final do Grupo D, ao abrir o marcador frente aos nigerianos.

Nas oitavas de final, os hermanos seriam eliminados pelos campeões, que tiveram um de seus duelos mais difíceis para seu bicampeonato. Nos três tentos da derrota por 4 x 3, foram duas assistências de “La Pulga”, uma para a virada de Gabriel Mercado e outra para o desconto de Sergio Aguero, insuficientes para seguir no campeonato.

2022 — O tango dourado

Ninguém imaginava o golpe saudita quando o camisa 10 abriu o placar na estreia, em pênalti tranquilo aos sete minutos de jogo. Entretanto, o placar final representou fortemente um outro sentido para o time do xará Lionel Scaloni. Diante do México, um golaço de fora da área e a assistência para Enzo Fernández ajudaram a passar de fase, no complicado Grupo C.

No mata-mata, o craque entregou toda a genialidade em contribuição ao tricampeonado argentino. Entregando lances e atuações de gala nas rodadas decisivas, Lionel Messi foi decisivo em todas as partidas. Marcou gols nas oitavas de final (Austrália), quartas de final (Holanda), semifinal (Croácia) e final (França), onde marcou duas vezes, e terminou a última Copa do Mundo da carreira como craque e campeão do torneio. Um fim de trajetória inesquecível para um dos maiores jogadores de todos os tempos.

*Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz

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