COPA DO MUNDO

Scaloni chora ao agradecer família, lembra de Maradona e reverencia Messi

Eternizado como técnico tricampeão mundial pela Argentina, Lionel Scaloni celebrou o feito, fugiu de polêmica com os europeus e teceu elogios ao seu camisa 10

Marcos Paulo Lima - Enviado especial
postado em 18/12/2022 18:11 / atualizado em 18/12/2022 18:11
 (crédito: Franck Fife/AFP)
(crédito: Franck Fife/AFP)

Lusail — Lionel Scaloni surgiu na sala de conferências do Estádio Icônico de Lusail vestido como se não fosse técnico. Usava tênis, calça de moletom e uma camisa da seleção. Perfil de boleiro, mesmo. De quem foi lateral-direito e conquistou o Mundial Sub-20 em 1997. Inclusive fazendo gol contra o Brasil nas semifinais. Antes de ascender à bancada, recebeu um forte abraço de um colega seguido por aplausos da imprensa argentina. Humilde, disse na entrevista que não se sente à altura de César Menotti e Carlos Bilardo, mentores das duas conquistas anteriores, em 1978 e 1986. Porém, a Scaloneta está consagrada.

Questionado sobre a melhor final da história, ele admitiu, mas lamentou. “O jogo foi uma loucura. Poderíamos ter encerrado nos 90 minutos, mas não tivemos essa sorte”, disse, antes de confessar: “Não estava nos meus planos ser campeão mundial, mas sou. É lindo”

Houve insistência sobre as alternativas que se apresentaram durante a partida e Scaloni deixou ainda mais claro a frustração por não ter resolvido a decisão com bola rolando. “Deveríamos ter ganhado no tempo regulamentar ou na prorrogação. Deixamos a França empatar, mais ou menos como foi contra a Holanda, e corremos riscos”, lamentou.

Ao saber das notícias sobre a festa em Buenos Aires, o técnico se emocionou. “Esses atletas jogam para o povo, por um país. Não há orgulho maior do que esse. Entendemos o que realmente tínhamos que fazer em campo. Fomos campeões merecidamente”, disse.

Enquanto saboreava o título, Scaloni foi questionado sobre as críticas de Mbappé ao futebol sul-americano. O atacante disse no meio do ano que o futebol sul-americano é inferior ao europeu. “Não quero polêmicas entre europeus e sul-americanos. As seleções são de alto nível. Por um detalhe ou outro, a América do Sul não conquistava o título”, ponderou.

“Quero agradecer a toda a comissão técnica. Eles foram parte importante disso, mas a maior parte são os jogadores”, disse. Emocionado, Scaloni fez um discurso de gratidão à família com a voz embargada. “Sou que sou graças a vocês”.

Scaloni também lembrou do amigo Maradona. “Uma pena ele não estar entre nós. Certamente, se estivesse no estádio, ele teria desfrutado desse momento. Tomara que esteja desfrutando”, afirmou o treinador.

Messi anunciou que não disputará a próxima Copa, mas afirmou em meio à festa que deseja disputar outras partidas com a seleção. “Ele ganhou o direito de decidir o que quer fazer da carreira futebolística e com a seleção argentina. O que ele passa ao grupo é incrível. Eu nunca vi uma pessoa tão influente”, elogiou Scaloni.

Além de Messi, ele elogiou o goleiro Emiliano Martínez, protagonista na defesa da cobrança de Coman nos pênaltis. “Emiliano é um menino que irradia positividade. É um senhor da confiança. Se você tem um goleiro com liderança, isso é excelente.

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