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Brasiliense campeão Mundial de goalball relembra a difícil trajetória

Após começar no esporte para completar um time escolar, André Dantas celebra conquista inédita para o paradesporto mundial

Correio Braziliense
postado em 18/12/2022 20:20
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Nada menos que 30 gols e a vice-artilharia da Seleção Brasileira de goalball. Foi essa a colaboração de André Dantas, de 27 anos, para o inédito tricampeonato mundial conquistado na última sexta-feira (16), na cidade de Matosinhos, em Portugal, após uma vitória de virada por 6 x 5 sobre a China. Morador de Samambaia, o atleta do Distrito Federal foi um dos destaques da equipe campeã.

“Meu principal projeto agora é fazer parte do grupo que disputará os jogos paralímpicos de Paris, em 2024”, planeja o craque candango, uma vez que o título conquistado na semana passada também garante vaga direta na competição a ser disputada na capital francesa.

Antes de chegar ao topo, porém, André teve um início inusitado e difícil na modalidade. Em, 2009, em uma disputa escolar, faltou integrante em uma das equipes e ele entrou no time de maneira despretensiosa. Dali em diante, ele iniciou uma trajetória ascendente que culminou no primeiro Mundial da carreira, conquistado na Suécia, há quatro anos.

“Tive os mesmos desafios de qualquer adolescente que tenta entrar no paradesporto, que são encarar problemas estruturais e de recursos”, enfatiza e completa: “No entanto, o mais difícil sempre foi ser visto como igual. Eu apenas enxergo menos em relação às outras pessoas, mas não sou menos que ninguém”, argumenta citar o fato de a deficiência ser proveniente de uma toxoplasmose congênita. “Já nasci com baixa visão.”

Além de enfrentar diversos rivais dentro de quadra, André faz faculdade de administração pública e divide seu cotidiano entre os treinos e os estudos. A preparação para o campeonato em Portugal tinha uma rotina diária de trabalhos. Agora, o campeão aproveitas as férias, mas com retorno agendado. A partir de 14 de janeiro, jogador do Centro Olímpico e Paralímpico de São Sebastião e da equipe do Capital (DF) retoma as atividades sob o comando do professor Gabriel Goulart, que também esteve em Matosinhos, mas à frente da seleção feminina. “Vamos intensificar, pois inicia-se o ciclo com foco no bi em Paris”, projeta.

A busca pelo tetra mundial ocorre daqui a quatro anos, porém, o local e a data ainda estão indefinidos.

Fã de basquete e futebol, ele tem em Kobe Bryant, Michael Jordan, LeBron James, Ronaldo Fenômeno e Lionel Messi suas maiores inspirações. “Não apenas pelos títulos e pelo talento, mas pela liderança que eles exercem ou exerceram perante suas equipes”, justifica.

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