Edson Arantes do Nascimento foi gênio, mas longe de ser um incompreendido. O maior jogador de todos os tempos brindou o mundo com jogadas fenomenais, perfeitamente executadas. Perfeitas não porque comentaristas, ex-boleiros ou jornalistas dizem, mas, sim, porque a ciência crava. E contra fatos não há argumentos.
Lances como o gol de bicicleta mais memorável da história, pelo New York Cosmos, em 1976, fizeram a ciência se curvar ao Rei do Futebol. Quarenta e seis anos depois do lance antológico, especialistas ainda se maravilham com o movimento jamais repetido. Para Marcos Duarte, professor da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP), a jogada foi perfeita.
"Embora Pelé não tenha sido o inventor do movimento, ele foi, sim, o inventor do que podemos chamar de bicicleta ideal, ou a bicicleta perfeita", disse ao Correio. "A beleza dos movimentos ajuda, inclusive, na diferenciação do que é uma bicicleta autêntica, em comparação às variações desse movimento. Cruzar as pernas no ar caracteriza a autêntica bicicleta", complementa.
Apesar de ser o caso de maior sucesso na história do futebol, Pelé ainda não foi estudado. Mas isso não diminui a genialidade de um ser completo. "O desempenho dele sugere que Pelé tinha um nível atlético excepcional, em termos de força, de raciocínio e de tomada de decisão, como nenhum outro jogador", analisa Duarte.
Ninguém repetiu, e talvez jamais repita, os passos do Rei do Futebol. "Maradona, por exemplo, pode ter sido mais habilidoso no controle com a bola. Mas ele não tinha porte atlético para ser como Pelé", compara Duarte.
"A bicicleta de Pelé é um curso completo de Mecânica. Bicicleta não é para qualquer um, realmente. Somente um atleta diferenciado como Pelé poderia executá-la com tamanha perfeição", ressalta o professor.
"Ele foi, sim, o inventor do que podemos chamar de bicicleta ideal, ou a bicicleta perfeita"
Marcos Duarte, professor da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP)
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