ESPECIAL

Conheça Fabiano Affonso, primeiro canoísta deficiente visual campeão mundial

Atleta octacampeão brasileiro conquistou o título em outubro de 2022, quando também se tornou o primeiro deficiente visual a completar a prova do torneio internacional

Rayssa Loreen *
postado em 13/01/2023 21:12 / atualizado em 13/01/2023 21:16
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

“Sofri preconceitos na família, na sociedade e nas competições. Porém, isso deve servir para nos estimular, não nos limitar”. É assim que se apresenta Fabiano Affonso, o único deficiente visual a remar no mar e conquistar o ouro no Mundial de Canoagem Oceânica. O atleta de 46 anos vindo de Angra dos Reis faz parte da equipe Amazônia Azul (Amazul), formada por remadores de alta performance da Marinha do Brasil e do Clube Naval de Brasília.

A canoagem começou como hobby, em 1998, mas depois se tornou uma paixão. No entanto, antes de qualquer prêmio, Affonso precisou superar os desafios da vida. Ainda quando criança, descobriu sofrer de perda auditiva bilateral, o que o obrigaria a usar aparelho auditivo. Anos mais tarde, em 2012, Affonso perdeu a visão após levar um tiro no rosto durante uma tentativa de assalto. Mas nada disso conseguiu afastar o atleta do que ele realmente gostava.

Affonso foi campeão Brasileiro oito vezes e faturou a medalha de ouro na canoagem de longa distância e oceânica cinco vezes cada. Um dos prêmios mais importantes foi conquistado em outubro de 2022, quando subiu ao lugar mais alto do pódio no Mundial de Canoagem Oceânica, em Portugal, tornando-se o primeiro atleta com deficiência a completar a prova. O percurso de 20km foi feito junto ao guia Vinny Martins em 2 horas e 17 minutos.

Segundo o atleta, o esporte ainda não é completamente acessível, mas espera inspirar outros atletas com sua história. "O esporte ainda precisa evoluir muito para acolher pessoas com deficiência, a evolução depende da mentalidade de todos. Entendo que toda dificuldade é como um trampolim para você subir degraus mais altos em sua existência e não para você fazer de justificativa para não realizar as coisas", ressaltou.

*Estagiária sob a supervisão de Victor Parrini

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