Fórmula 1

GP do Bahrein tem comodidade da Red Bull e dificuldades no resto do grid

Facilidade da escuderia austríaca em prova complicada para o restante do pelotão traz à tona vários problemas a resolver na temporada em diversos aspectos dos carros

Paulo Martins*
postado em 06/03/2023 15:33
 (crédito: Giuseppe Cacace/AFP)
(crédito: Giuseppe Cacace/AFP)

A abertura da temporada da Fórmula 1 matou a saudade dos fãs de velocidade neste domingo (5/3), com o Grande Prêmio do Bahrein, no Circuito de Sakhir. Entretanto, a etapa de estreia escancarou a necessidade de recuperação de várias equipes em relação ao desempenho apresentado, com uma discrepância enorme em relação ao restante do fim de semana.

Diferencial ao resto, a Red Bull fez da corrida, um treino. Max Verstappen não encontrou qualquer resistência para abrir bem o ano: antes das dez primeiras voltas, já tinha mais de cinco segundos à frente do vice-líder, Charles Leclerc. O ferrarista também não tardou para ser presa fácil contra Sérgio Pérez. O atual bicampeão do mundo finalizou a prova a 12 segundos do companheiro de equipe e a 38 do terceiro lugar. A reação das demais formações deve ser pronta para que este ano a Fórmula 1 não seja uma “Copa Red Bull”.

A Ferrari não integrou o pódio pelo abandono do próprio piloto monegasco, por uma falência no motor e pelas dificuldades de constância de Carlos Sainz. A aerodinâmica dos italianos tampouco é a mesma, e o desgaste de pneus foi determinante para a pouca competitividade. Quem não teve complicações com o peso do combustível no carro foi a Aston Martin, que mostrou melhor velocidade de reta em relação à equipe de Maranello e também à Mercedes.

Para além da raridade de ver Lance Stroll competindo ao nível de George Russell, os carros verdes tiveram seu segundo pódio na história, após o GP do Azerbaijão de 2021, com Sebastian Vettel. Fernando Alonso provou, em meio às condições adversas do peso nos carros e da abrasividade da pista, sua competência e experiência no auge dos 41 anos. De momento, não parece brigar por título pela diferença com a Red Bull, mas 2024 pode ser a vez de um tricampeonato para o espanhol, vencedor do mundial em 2005 e 2006.

Um outro multi-vencedor da categoria vê seu composto cada vez menos competitivo, sobretudo no aspecto aerodinâmico. Apesar da constância, Lewis Hamilton pode se incomodar em seu segundo ano claramente fora da disputa pelo campeonato pelo que tem em sua Flecha Negra.

Esta situação desagradável dobra de tamanho na McLaren. Com uma estratégia equivocada em uma corrida dura, ainda com problemas hidráulicos, Lando Norris guia um carro cada vez menos capaz, que passou de ser uma referência aerodinâmica a uma decepção no quesito em duas temporadas. Cada vez mais pesado, o britânico fechou a prova no último lugar, além de ver seu companheiro e estreante Oscar Piastri abandonar com problemas de confiabilidade.

Em contrapartida, outra formação que encontrou na ocasião uma boa oportunidade para mostrar melhores resultados foi a Williams. Alexander Albon somou os primeiros pontos da equipe ao finalizar em décimo, saindo da parte final do grid. Dois lugares atrás ficou Logan Sargeant, em sua primeira prova na nova modalidade, com um manejo melhor que o esperado.

Apesar dos holofotes na parte dianteira terem sido direcionados em grande parte a Alonso, o novo dono de seu lugar deixado na Alpine. Após largar em último lugar, considerando os problemas do GP, Pierre Gasly não sentiu o peso do carro e ainda conseguiu finalizar a etapa com pontos, em um nono lugar, indicando que vem para fazer barulho em 2023. Terá a próxima chance entre os dias 17 e 19 deste mês, durante o Grande Prêmio da Arábia Saudita.

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima

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