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Brasiliense Pietra Campbell se destaca no atletismo e vira aposta do Brasil

Brasiliense Pietra Campbell se destaca no Campeonato Brasileiro Escolar e, agora, aguarda convocação da Seleção Brasileira para o torneio Mundial, em junho, no Rio de Janeiro

Paulo Martins*
postado em 29/03/2023 06:00
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

O Distrito Federal tem um novo nome no atletismo como esperança para o futuro. Pietra Campbell Simões, de 17 anos, compete no salto em distância e nos 100 metros com barreiras, representando a capital federal no Campeonato Brasileiro Escolar de Atletismo 2023, sediado no Comando Militar do Planalto, em Brasília, na semana passada.

Os resultados corresponderam às expectativas nas finais, com a brasiliense se sagrando campeã da categoria especial, na prova dos 100m com barreiras. Assim, a atleta está virtualmente classificada ao Mundial Escolar de Atletismo, que será realizado de 19 a 26 de junho, no Rio de Janeiro.

A candanga descreve a sensação do triunfo e o apoio local para bater o recorde pessoal na prova decisiva. "Foi uma sensação muito especial, porque foi diferente de todas as outras competições, até por não ter aquela emoção de viajar, mas eu diria que foi até melhor. Era uma energia que eu estava acostumada, em uma pista onde já treinei. Obviamente, sinto-me mais em casa. Foi bem gratificante conquistar esse objetivo representando minha cidade. Baixei meu tempo de 14,06 segundos para 14,01. Superei-me, fiz a minha melhor marca, então ganhei de mim mesma", disse.

Com o resultado, Pietra aguarda pela convocação da Seleção Brasileira para o Mundial. "Eu acho que serei convocada pela somatória de pontos. Conquistei uma marca boa na tabela internacional. A gente ainda não calculou, mas acho que tenho uma certa chance. Pelo Mundial ser no Rio, quero representar meu país em casa, mas, se não conquistar a vaga, tudo bem, foi uma ótima competição de qualquer modo: fiquei feliz com a minha marca e esse ano tem muitas competições pela frente. Espero representar bem e melhorar minha marca de novo", almeja a velocista.

A força apresentada nas pistas e a constante visibilidade no meio esportivo alcançado pela brasiliense dão esperanças para mais. "Espero chegar até onde meu potencial levar e continuar me projetando como atleta. Eu acho isso possível porque, em 2021, quando estava no sub-16, ganhei o troféu de melhor atleta feminino no brasileiro da modalidade. No ano passado, fui convocada para o Mundial Escolar e para o Sul-Americano de Clubes", lembrou Pietra.

"Se tudo der certo, eu vou conseguir continuar atingindo os objetivos e junto disso vem toda uma projeção e a meta é continuar dando o meu melhor. Espero que eu consiga ser um grande nome e acho que, modéstia à parte, estou me tornando, mas como consequência de um trabalho árduo e com as conquistas dos meus objetivos. Quero seguir alcançando novos ares", completou a talentosa jovem da capital.

Força familiar

O apoio incondicional vem da família e segue a atleta a cada passo. Mais do que treinador pessoal, o professor do curso de mestrado em educação física da Universidade Católica Brasília (UCB) Hebert Gustavo Simões é pai de Pietra e incentiva a filha no aprendizado esportivo.

Para a atleta, o alento caseiro é fundamental no desenvolvimento e no desempenho nas competições. "É um privilégio ter um treinador tão capacitado quanto o meu pai. Meus pais também foram atletas, então, sempre dão dicas e treinamentos que funcionaram para eles. Recebo um tratamento individualizado, além das observações aos detalhes do dia a dia, como horário de dormir e cuidar da alimentação", revelou Pietra.

O sentimento do pai não é outro senão a alegria e o orgulho pelos resultados após os treinos e ao ver o crescimento da aprendiz. "É difícil falar no tamanho da felicidade, só posso dizer que é grande, de ter uma filha como a Pietra, que é inteligente, saudável, amorosa com os pais: uma boa filha, portanto, e uma excelente atleta, que eu treino com muito orgulho, colocando em prática os meus conhecimentos como professor de educação física, como doutor em fisiologia. Eu aplico nela muita coisa do que eu pesquiso, do que eu produzo", explicou.

Dura concorrência

A influência em casa foi quase automática, com uma sucessão e associação direta ao atletismo de forma hereditária. "Fui atleta a minha vida toda e sou atleta master até hoje. Já fui campeão mundial duas vezes, então, tenho experiência prática e conhecimento teórico que eu tenho prazer de aplicar nos meus filhos. Foi uma alegria muito grande da Pietra ser campeã em casa, em uma seletiva importante para um Campeonato Mundial, muito apertada, da qual o Brasil vai selecionar apenas seis meninas para 23 provas", celebrou o técnico.

A inspiração serve à forma como Pietra encara cada etapa de acordo com a ótica do pai, maravilhado com o desempenho. "Fiquei muito orgulhoso com a forma que ela encarou no salto em distância, debaixo de chuva fria, vento, escurecendo, com a prova sendo concluída no dia seguinte e ela não demonstrou covardia em momento algum. Ela cresceu nesse berço e acabou gostando, sem forçar nada. Eu acredito que ela superou as minhas marcas em relação ao que eu era capaz de fazer em ranking nacional na mesma idade", estimou o treinador.

Filha, estudante e atleta, a grande garota das pistas tem a quem se referir ao refletir cada conquista durante a vida. "Sou grata ao meu pai pelo apoio de sempre e por ser o ponto chave e primordial de tudo que eu fiz e vou fazer. À minha mãe e à minha família que me apoiam. Ao Colégio Católica e aos governos distrital e federal pelos incentivos", agradeceu.

*Estagiário sob a supervisão de Fernando Brito

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