BRASILEIRÃO

Elenco feminino do Corinthians protesta contra Cuca nas redes sociais

Enquanto o time masculino enfrentava o Goiás em Goiânia, as atletas e o técnico Arthur Elias publicaram o mesmo texto com o fundo preto, destacando o comprometimento do clube nas causas que envolvem o respeito e a proteção às mulheres

Agência Estado
postado em 23/04/2023 22:05
 (crédito: Bruno Teixeira/Ag. Corinthians)
(crédito: Bruno Teixeira/Ag. Corinthians)

Jogadoras do Corinthians usaram suas redes sociais na noite deste domingo (23/4) para se manifestar a respeito da contratação de Cuca, condenado pela Justiça suíça por estupro em caso que ocorreu em 1987, na cidade de Berna.

Enquanto o time masculino enfrentava o Goiás em Goiânia - terminou derrotado por 3 x 1 - todas as atletas do elenco feminino e o técnico Arthur Elias publicaram em suas redes sociais o mesmo texto com o fundo preto destacando o comprometimento do Corinthians nas causas que envolvem o respeito e a proteção às mulheres.

Sem citar nominalmente Cuca, elas deram ênfase à luta por direitos iguais e exaltaram o lema "Respeita as minas", movimento criado com o objetivo de sensibilizar a sociedade para o combate ao assédio sexual e a violência contra a mulher. "'Respeita As Minas' não é uma frase qualquer. É, acima de tudo, um estado de espírito e um compromisso compartilhado", enfatizaram as jogadoras, incluindo a capitã Tamires.

"Estar em um clube democrático significa que podemos usar a nossa voz, por vezes de forma pública, por vezes nos bastidores. Ser Corinthians significa viver e lutar por direitos todos os dias", completaram.

Protesto das jogadoras e técnico do Corinthians nas redes sociais
Protesto das jogadoras e técnico do Corinthians nas redes sociais (foto: Reprodução/Redes sociais)

Condenação por estupro

Em sua coletiva de apresentação, na última sexta-feira (21/4), Cuca se declarou inocente e afirmou que não teve participação no caso de estupro que ocorreu em 1987. Então jogador do Grêmio, ele foi detido em 1987 com os também atletas Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, sob a acusação de "manter atos sexuais" com uma menina de 13 anos em um hotel em Berna, na Suíça.

Dois anos mais tarde, Cuca acabou condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil. Julgado à revelia e condenado, ele não cumpriu pena porque o caso prescreveu. Em depoimentos à época, a vítima narrou ter sido segurada à força pelos quatro jogadores do Grêmio. O processo está sob sigilo protegido pela lei de proteção de dados da Suíça.

Antes de contratar Cuca, Duílio Monteiro Alves, presidente do Corinthians, disse que pediu a opinião de várias pessoas dentro do clube, incluindo mulheres, como a diretora Cris Gambaré, do futebol feminino. Ela não compartilhou a nota publicada pelas atletas. O mandatário alvinegro também afirmou ter consultado os departamentos jurídico, de marketing e compliance da instituição e crê na inocência do treinador.

O técnico afirmou ser "totalmente inocente", disse ter "vaga lembrança" do episódio, revelou arrependimento por ter falado pouco sobre o assunto e prometeu "passar por cima" dos protestos contra a sua contratação. "Sou totalmente inocente, não fiz nada As pessoas falam que houve um estupro. Eu não fiz nada", defendeu-se Cuca.

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