Real Madrid e Manchester City empataram neste terça-feira por 1 x 1 no jogo ida das semifinais da Liga dos Campeões da Europa. O jogo da volta será na próxima quarta-feira (17), no Etihad Stadium, na Inglaterra. Enquanto isso, ambos voltam as atenções aos respectivos campeonatos nacionais. No sábado (13), o Real Madrid receberá o Getafe pela 34ª rodada do Espanhol. O Manchester City viajará até Liverpool, onde enfrentará o Everton, no domingo (14), 35º jogo pelo Inglês.
No princípio, domínio azul
Com pico de 60% de posse de bola, o Manchester City começou a partida, em Madri, da forma que mais gosta, ao melhor estilo Guardiola: se defendendo com a bola e atacando com a bola. Por meio de uma fluida saída de bola com três zagueiros ótimos com os pés, o time de Manchester era capaz de propor o jogo com certa facilidade e partir para o ataque com as melhores armas.
A equipe, no entanto, não era capaz de aproveitar das chegadas à frente e as oportunidades criadas. Tanto com Bernardo Silva, quanto com Haaland e De Bruyne, não era capaz de acertar o pé e abrir o placar, pois tinha volume de jogo para isso. O insucesso foi punido.
Pulsando, os torcedores do Bernabéu retribuíam cada pedido de incentivo feito pelos jogadores. Apesar de, até os 35 minutos de jogo, ter controlado as ações ofensivas do time da casa, o maior erro do esquadrão inglês foi justamente o de não ter controlado a equipe merengue no cenário em que se sente mais confortável: os contra-ataques.
Com quase 40 minutos no relógio, após jogada combinada entre Modric e Camavinga pela lateral esquerda, o jovem francês avançou livre durante a transição ofensiva, contando com demérito da marcação adversária. Na intermediária, Vinícius Júnior recebeu a bola e puxou para dentro, antes de bater de chapa para abrir o placar. Golaço para colocar os merengues à frente da eliminatória.
Blancos viram a mesa
Quanto mais o jogo se desenvolvia, mais assustado ficava o City e mais dominante era o futebol apresentado pelo Madrid. Com tabelas e triangulações envolventes, principalmente pelo lado esquerdo, que contava com Vini Jr., o ótimo Camavinga e o flutuante Benzema dentro de campo, o time espanhol abria o seu repertório e acelerava o jogo pelas beiradas para tentar ampliar o placar.
Aos 49 minutos, Benzema tabelou com Vini e Carvajal na entrada da área, antes de bater forte, de perna esquerda, em direção ao gol. Salvador, o zagueiro John Stones, no último momento, desviou o chute do francês para evitar o segundo gol dos donos da casa.
O City, todavia, por conta de seu DNA dominante, corria atrás da bola para voltar a dominar o jogo. Cada vez mais aberto em campo para impedir que o jogo do Real se desenvolvesse pelos flancos, voltava, lentamente, a ofertar perigo, por mais que ainda não estivesse melhor na partida.
Foi aí que, aos seis minutos do segundo tempo, veio a primeira chance de perigo. Bernardo, na ponta direita, recebeu passe de Gundogan e, de primeira, lançou De Bruyne ao ataque. Livre, na frente do gol, o belga finalizou, mas foi impedido por esforço espetacular de Courtois. O belga se esticou abruptamente para mais uma defesa. Apesar de o lance ter sido anulado por impedimento, o momento marcou a sexta defesa de Courtois na partida.
Aos 22 minutos, o cenário mudou. Quando o jogo parecia nas mãos do Real Madrid, o City, pela primeira vez no jogo, fez bom uso de suas chegadas ao ataque. Durante lance truncado na beira da área merengue, a bola sobrou para Gundogan. Com a bola dominada, o meia alemão se desvencilhou da marcação e rolou para De Bruyne. De primeira, ele encheu o pé para superar o conterrâneo belga no gol adversário: 1 x 1.
Noite também foi dos arqueiros
O confronto, então, se tornou automaticamente uma troca de golpes. Com boas chances para ambos os lados, o placar só não foi mais cheio por conta, justamente, das atuações dos goleiros.
Inspirado, o belga Courtois acumulou defesas dignas de melhor do mundo. Apenas nos primeiros 15 minutos de jogo, inclusive, fez quatro defesas, sendo duas delas facilmente consideradas como difíceis. Com as defesas em ambos os lances de tentativas de De Bruyne e o salto para impedir o cabeceio de Haaland, o belga, mais uma vez, mostrou o motivo de ser peça tão importante para o time.
Ederson, todavia, não ficou para trás. O arqueiro brasileiro foi responsável por operar duas defesas milagrosas a favor do City. A primeira delas, aos 77 minutos, ocorreu quando Toni Kroos se posicionou, à esquerda da área inglesa, para bater uma falta. Após a cobrança, o alemão encontrou Benzema livre por trás da defesa adversária. Ele subiu mais alto do que todos e escorou a bola na direção do gol. O goleiro brasileiro, bem posicionado, pulou em direção à bola para performar uma bela defesa cheia de reflexos.
Aos 44, Benzema dominou a pelota na boca da área inglesa. Sem espaço, rolou para Tchouameni, que substituiu Modric na partida, bater na cara da bola. De bate-pronto, Ederson saltou para fazer mais uma bela defesa e garantir o empate para o Manchester City. O time inglês volta para casa com um importante empate nas mãos.
Liderança pela Bola de Ouro?
Há quem diga que, nesta temporada, Vinícius Júnior tem desempenhado um futebol digno de melhor do mundo. Com o gol desta terça, Vini alcançou a marca de 23 tentos anotados em 2023-2023 na soma de todas as competições. A quantidade concretiza a temporada atual como a mais goleadora da carreira. Além disso, por conta do gol marcado, somada a uma grande influência em uma partida de tanto peso, crava, de vez, o nome na disputa pelos prêmios de melhor do mundo.
O grande concorrente, Erling Haaland, que vive momento marcante de múltiplas quebras de recordes e dezenas de gols marcados, voará de volta a Manchester, certamente, decepcionado. Ele finalizou a gol apenas duas vezes. A máquina norueguesa tocou somente 20 vezes na bola, e nada foi capaz de fazer para influenciar a partida, encaixotado na defesa do Madrid. Se a partida desta terça fosse determinante na premiação, o brasileiro, com certeza, sairia vencedor.
FICHA TÉCNICA
Real Madrid x Manchester City (semifinal, ida)
09/05/2023 - Estádio Santiago Bernabéu - Madri, Espanha
Árbitro: Artur Manuel Ribeiro Soares Dias
Gols: Vinicius Junior, aos 36 minutos do 1º tempo. De Bruyne, aos 22 minutos do do 2º tempo.
Cartões amarelos: Kroos, Camavinga, Bernardo Silva
Real Madrid 1
Courtois; Carvajal, Alaba, Rudiger e Camavinga; Kroos (Tchouameni), Modric e Valverde (Nacho Fernández); Vinicius Jr. , Rodrygo (Asensio) e Benzema.
Técnico: Carlo Ancelotti
Manchester City 1
Ederson; Walker, Ruben Dias e Akanji; Stones, Rodri, Bernardo Silva, Jack Grealish, De Bruyne e Gundogan; Haaland
Técnico: Pep Guardiola
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima