Emirados Árabes

Saiba quem é o jogador brasileiro resgatado de trabalho escravo em Dubai

Moisés Brisolla é jogador de futebol e foi para os Emirado Árabes jogar em um time, mas acabou dispensado e mantido em trabalho análogo à escravidão em uma empresa de cosméticos

Correio Braziliense
postado em 31/05/2023 23:36
 (crédito: Reprodução/Arquivo Pessoal)
(crédito: Reprodução/Arquivo Pessoal)

O brasileiro Moisés Brisolla, 20 anos, foi resgatado e voltou ao Brasil nesta quarta-feira (31/5), após passar oito meses em situação de trabalho análoga à escravidão em Dubai, nos Emirados Árabes. O jovem é jogador de futebol e foi morar no país para jogar no clube Al-Rams Club.

Brisolla chegou a jogar no time árabe por um mês, mas foi dispensado depois de sentir cãibras. Para não voltar ao Brasil, na época, o jovem foi aconselhado pelo empresário a permanecer no país e trabalhar na fábrica de cosméticos de outro brasileiro, que reside em Dubai.

Na fábrica, Brisolla ficou oito meses em situação análoga à escravidão. De acordo com a deputada estadual Laura Sito (PT-RS), que mobilizou e participou do resgate, na empresa de cosméticos o jovem foi privado de liberdade, trabalhava cerca de 15 horas por dia em uma jornada exaustiva, não recebia pagamento, não tinha contrato de trabalho e ele teve o celular retido pelo dono do empreendimento.

Esporadicamente ele recebia permissão para entrar em contato com um familiar e, assim, Brisolla conseguiu pedir socorro. Após o pedido de ajuda, a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, da qual Laura Sito é presidente, foi acionada e passou a trabalhar com o Itamaraty para realizar o resgate do jovem.

As passagens de retorno ao Brasil foram emitidas pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a CCDH abriu uma vaquinha para arrecadar o valor de R$ 10 mil, referente às multas migratórias aplicadas contra Brisolla por violar leis dos Emirados Árabes como, por exemplo, trabalhar sem permissão. “Sim, além de passar por toda esta violação, para poder ser resgatado precisou pagar uma multa migratória. Tudo por conta de uma portaria do governo Bolsonaro (MRE nº 402, de 22 de junho de 2022), que não permite mais o país arcar. Felizmente, conseguimos negociar o valor e arrecadar através de uma vakinha entre os apoiadores do nosso mandato”, contou Laura Sito por meio do Twitter.

O caso ficou a cargo da Polícia Federal, que recebeu denúncia do MRE para investigar os envolvidos. O Correio entrou em contato com a assessoria da deputada estadual Laura Sito para obter mais informações sobre o atual estado de Brisolla, mas não obteve retorno até o momento. A matéria será atualizada assim que recebermos resposta.

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