Nesta terça-feira (09), Real Madrid e Manchester City empataram, pelo placar de um a um, pela UEFA Champions League. Em duelo válido pela primeira metade das semifinais da competição, as equipes voltam aos vestiários com a igualdade no placar agregado, após um jogo de muita disputa e muito movimentado.
Agora, ambas as equipes se preparam para o jogo da volta, que ocorrerá na próxima quarta-feira, dia 17, no Etihad Stadium, em Manchester. Enquanto isso, voltam às suas atenções aos campeonatos nacionais. No sábado, dia 13, o Real Madrid recebe o Getafe, pela trigésima quarta rodada do campeonato espanhol. O Manchester City, por sua vez, viaja a Liverpool, onde enfrentará o Everton, no domingo, em seu trigésimo quinto jogo do campeonato inglês.
No princípio, domínio azul
Chegando a somar um índice de mais de 60% de posse de bola, o Manchester City começou a partida em Madri da forma que mais gosta, ao melhor estilo Guardiola: se defendendo com a bola, e atacando com a bola. Através de sua fluida saída de bola com seus três zagueiros ótimos com os pés, o time de Manchester era capaz de propor o jogo com certa facilidade e partir para o ataque com as melhores armas que tem à sua disposição.
A equipe, no entanto, não era capaz de aproveitar das chegadas à frente e das oportunidades que criava. Tanto com Bernardo Silva, quanto com Haaland e De Bruyne, não era capaz de acertar o pé e abrir o placar, pois tinha volume de jogo para isso. O insucesso, porém, acabou sendo punido.
Pulsando, as arquibancadas do Bernabéu gritavam para o time após cada pedido de incentivo feito pelos jogadores. Apesar de, até os 35 minutos de jogo, ter controlado as ações ofensivas do time da casa, o maior erro do esquadrão inglês foi justamente o de não ter controlado a equipe merengue no cenário em que se sente mais confortável: os contra-ataques.
Com quase 40 no relógio, após jogada combinada entre Modric e Camavinga pela lateral esquerda, o jovem francês avançou livre durante a transição ofensiva, contando com demérito da marcação adversária. Na intermediária, Vinícius Júnior recebeu e puxou para dentro, antes de bater de chapa para abrir o placar. Golaço para colocar os Merengues à frente da eliminatória.
Blancos viram a mesa
Quanto mais o jogo se desenvolvia, mais assustado ficava o City e mais dominante era o futebol apresentado pelo Madrid. Com tabelas e triangulações envolventes, principalmente pelo lado esquerdo, que contava com Vini Jr., o ótimo Camavinga e o flutuante Benzema dentro de campo, o time espanhol abria o seu repertório e acelerava o jogo pelas beiradas para tentar ampliar o placar.
Aos 49’, Benzema tabelou com Vini e Carvajal na entrada da área, antes de bater forte, de perna esquerda, em direção ao gol. Salvador, o zagueiro John Stones, no último momento, desviou o chute do francês para evitar o segundo gol dos donos da casa.
O City, todavia, por conta de seu DNA dominante, corria atrás da bola para voltar a dominar o jogo. Cada vez mais aberto em campo, para impedir que o jogo do Real se desenvolvesse pelos flancos, voltava, lentamente, a ofertar perigo, por mais que ainda não estivesse melhor na partida.
Foi aí que, aos 51’, veio a primeira chance de perigo. Bernardo, na ponta direita, recebeu passe de Gundogan e, de primeira, lança De Bruyne ao ataque. Livre, na frente do gol, o belga finaliza, mas é impedido por esforço espetacular de Courtois, que se estica abruptamente para mais uma defesa. Apesar do lance ter sido anulado por impedimento, o momento marcou a sexta defesa de Courtois na partida.
Aos 67 minutos, o cenário mudou. Quando o jogo parecia estar mais nas mãos do Real Madrid do que nunca, o City, pela primeira vez no jogo, fez bom uso de suas chegadas ao ataque. Durante lance truncado na beira da área blanca, a bola sobrou para Gundogan. Com a bola dominada, o meia alemão se desvencilhou da marcação e rolou para De Bruyne, que, de primeira, encheu o pé para superar o conterrâneo belga no gol adversário. Um a um no placar.
Noite também foi dos arqueiros
O confronto, então, se tornou automaticamente numa verdadeira troca de golpes. Com boas chances para ambos os lados, o placar só não foi mais cheio por conta, justamente, das atuações dos goleiros.
Inspirado, o belga Courtois acumulou defesas dignas de melhor do mundo. Apenas nos primeiros 15 minutos de jogo, inclusive, chegou a fazer um total de quatro defesas, sendo duas delas facilmente consideradas como difíceis. Com as defesas em ambos os lances de tentativas de De Bruyne, e o salto para impedir o cabeceio de Haaland, o belga, mais uma vez, mostrou o motivo de ser peça tão importante para seu time.
Ederson, todavia, não ficou para trás. O arqueiro brasileiro foi responsável por operar duas defesas milagrosas a favor do City. A primeira delas, aos 77’, ocorreu quando Toni Kroos se posicionou, à esquerda da área inglesa, para bater uma falta. Após a cobrança, o alemão encontrou Benzema livre por trás da defesa do adversária, que subiu mais alto do que todos e escorou a gorducha na direção do gol. O goleiro brasileiro, bem posicionado, pulou em direção à bola para performar uma bela defesa, cheia de reflexos.
Aos 89’, Benzema dominou a pelota na boca da área inglesa. Sem espaço, rolou para Tchouameni, que substituiu Modric na partida, bater na cara da bola. De bate pronto, Ederson saltou em direção à ela, para fazer mais uma bela defesa e garantir o empate para o Manchester City, que volta para casa com um importante empate nas mãos.
Liderança pela Bola de Ouro?
Há quem diga que, nesta temporada, Vinícius Júnior tem desempenhado um futebol digno de melhor do mundo. Com o gol de hoje, Vini alcançou o número de 23 tentos anotados em 2023-2023 em todas as competições, quantidade essa que concretiza a temporada atual como a mais goleadora de sua carreira. Além disso, por conta do gol marcado hoje, somada à sua grande influência em uma partida de tanto peso, crava, de vez, o seu nome na disputa pelos prêmios de melhor do mundo.
O seu grande concorrente, Erling Haaland, que vive momento marcante de múltiplas quebras de recordes e dezenas de gols marcados, voará de volta a Manchester, certamente, decepcionado. Tendo finalizado a gol apenas duas vezes em todas as partidas, a máquina norueguesa tocou somente vinte vezes na bola, e nada foi capaz de fazer para influenciar a partida, encaixotado, em meio a defesa do Madrid. Se a partida de hoje fosse determinante na premiação, o brasileiro, com certeza, sairia vencedor.
Ficha técnica:
Real Madrid x Manchester City (semifinal, ida)
09/05/2023 - Estádio Santiago Bernabéu - Madri, Espanha
Árbitro: Artur Manuel Ribeiro Soares Dias
Gols:
Cartões amarelos: Kroos, Camavinga, Bernardo Silva
Real Madrid:
Courtois; Carvajal, Alaba, Rudiger e Camavinga; Kroos, Modric e Valverde; Vinicius
Jr. , Rodrygo e Benzema.
Técnico: Carlo Ancelotti
Manchester City:
Ederson; Walker, Ruben Dias e Akanji; Stones, Rodri, Bernardo Silva, Jack Grealish, De Bruyne e Gundogan; Haaland
Técnico: Pep Guardiola
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima