LIGA DOS CAMPEÕES

Conheça os "olhos turcos" de Guardiola e Inzaghi contra a inveja

Série Amuletos abre a contagem regressiva do Correio para a decisão de sábado entre Manchester City e Internazionale. Veja os amuletos dos dois treinadores para a final em Istambul

Marcos Paulo Lima
postado em 08/06/2023 06:00
 (crédito: Kleber Salles/C.B./D.A. Press)
(crédito: Kleber Salles/C.B./D.A. Press)

Ele tem os tons de Manchester City e Internazionale. As cores azul-cobalto se destacam nas feirinhas de souvenirs em Istambul — capital da final da Liga dos Campeões da Europa neste sábado (10/6), às 16h, no Estádio Olímpico Atatürk.

O Olho Turco é uma das lembrancinhas prediletas dos turistas. Age como antídoto contra um dos sete pecados capitais: a inveja. Os times candidatos a erguer a "Orelhuda" precisam de um dos amuletos da moda no mundo globalizado para repreender as forças místicas malignas interessadas em secá-los, impedi-los de conquistar a principal competição continental de clubes do planeta.

O Manchester City é finalista pela segunda vez sob a batuta de Pep Guardiola, 52. Campeão duas vezes à frente do Barcelona, em 2009 e em 2011, o técnico catalão quase adicionou o clube inglês à sala de troféus em 2021. A exemplo desta temporada, era favorito contra o Chelsea. Perdeu por 1 x 0, no Estádio do Dragão, no Porto. Na temporada passada, ficou fora da decisão por um triz. O timaço, ainda sem o centroavante fora de série Erling Haaland, amargou uma virada incrível contra o Real Madrid nas semifinais.

A sorte mudou de lado nesta temporada. Reforçado pelo cabelos loiros presos — e algumas vezes soltos — de Haaland, o City passou a ter um Sansão para chamar de seu. Forte como nunca e decisivo como sempre, o norueguês mudou o patamar de um time viciado em empilhar taças. Graças aos 52 gols e 9 assistências na temporada, o time acaba de conquistar o Campeonato Inglês após derrubar o Arsenal da ponta na classificação e a Copa da Inglaterra em um duelo à parte com o arquirrival Manchester United. Portanto, a inédita Champions League brindaria o clube com a tríplice coroa. Na Inglaterra, somente os Diabos Vermelhos ostentam o feito.

A aquisição de Haaland desafiou Guardiola a reinventar o Manchester City. O time teria de orbitar em torno do centroavante. A melhor versão do revolucionário Barcelona tinha o falso nove Lionel Messi. Obcecado pela perfeição, o catalão trabalhou o time no sistema 3-2-4-1. O formato passou por dificuldades na temporada. Questionou-se até a inclusão de Haaland. Houve quem dissesse que a equipe havia piorado. Como assim? Dos 150 gols da máquina em 2022/2023, 52 são dele. Mais de um terço. A temporada mais goleadora da carreira culmina com a artilharia isolada da Champions League: 12 gols.

O trabalho de Guardiola quase perfeito. Só será impecável se finalmente alçar o projeto dos xeques dos Emirados Árabes Unidos ao patamar mais elevado. "Final contra uma equipe italiana nem sempre é o melhor presente. A Internazionale é competitiva. Temos tempo para nos preparar mentalmente", disse à Uefa.

Adversário de Guardiola no debate de ideias de sábado, Simone Inzaghi, 47, é bem menos badalado do que o irmão Filippo Inzaghi. Iniciou a carreira na Lazio antes de assumir o projeto chinês da Internazionale liderado pela acionista majoritária Suning Holdings Group (68,55%). Os títulos pessoais são todos nacionais. Uma Copa Itália e duas Supercopas da Itália pela Lazio. Coincidentemente, o currículo apresenta as mesmas conquistas pela Inter. O papel de azarão na decisão está na ponta da língua do técnico.

"Ninguém nos deu nada, merecemos o que conseguimos. O sonho de jogar na final tornou-se realidade. Tem sido um percurso extraordinário", comentou depois de eliminar o arquirrival Milan nas semis.

Hà intersecções nos trabalhos de Inzaghi e de Guardiola. Em tempos de críticas aos sistemas táticos com três zagueiros, ambos abraçam o modelo. O italiano é convencional. Aposta no 3-5-2. Ambos desfrutam de centroavantes raiz fora de série. Os antídotos da Inter a Halland são o titular bósnio Dzeko e o reserva Lukaku. Os pontos de desequilíbrio entre os dois técnicos podem ser dois talismãs coadjuvantes. De Bruyne e Lautaro Martínez. Tema de amanhã no segundo capítulo da série Amuletos.

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