Mais lenta da história

Presidente da Federação de Atletismo da Somália é suspensa após fiasco

Khadijo Adan Dahir é tia da "velocista" que fez a prova em 21s81 e chegou em último lugar, dez segundos atrás da vencedora

Arthur Ribeiro*
postado em 04/08/2023 16:26
Atleta da Somália fez o pior tempo da história dos 100 metros rasos -  (crédito: Reprodução/Twitter)
Atleta da Somália fez o pior tempo da história dos 100 metros rasos - (crédito: Reprodução/Twitter)

O governo da Somália suspendeu, nesta quinta-feira (3/8), a presidente da Federação de Atletismo do país, Khadijo Adan Dahir, após vexame nos Jogos Universitários Mundiais. A responsável pela pasta é investigada sob acusação de nepotismo por selecionar a sobrinha, Nasra Abukar, de 20 anos, para participar da competição. Na disputa dos 100 metros rasos, a jovem correu a distância em 21s81, o pior tempo da história da prova.

O Ministério da Juventude e Esportes da Somália conduziu uma investigação sobre o caso e revelou que Nasra não é uma corredora e sequer uma esportista. A indicação da atleta para os Jogos Universitários, disputados na China, foi feita pela Associação Esportiva da Universidade da Somália. Porém, após apuração, foi constatado que o órgão não existe.

Antes da competição, a presidente da Federação havia feito uma publicação no Facebook parabenizando a sobrinha. Com a viralização do resultado, Khadijo será acusada por nepotismo e por abusar do cargo de poder para difamar o nome da Somália. A escolha de Nasra para disputar a competição está sendo investigada pela Federação de Atletismo da Somália.

Relembre o caso

A jovem somali destoou das demais concorrentes na prova dos 100 metros. Antes mesmo do tiro inicial, ela parecia pouco familiarizada com a plataforma de largada. Muito atrás das outras velocistas, Nasra quase não aparece no campo de filmagem da disputa e cruzou a linha de chegada mais de dez segundos depois da vencedora, a brasileira Gabriela Silva Mourão.

O desempenho de 21s81 registrado pela africana diz respeito ao pior tempo da história dos Jogos. Segundo o ministro de esportes da Somália, Mohamed Barre, a situação é uma “vergonha” para o país.

*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

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