FUTEBOL

Semifinalistas da Copa do Brasil enfrentaram tensos episódios internos

Sampaoli, Renato Gaúcho, Dorival e Luxemburgo agiram como desarmadores de bombas ao decorrer do ano para postularem vaga na final. Hoje, entre casos resolvidos e endentes, quarteto tenta evitar a detonação de uma eliminação

esporte capa -  (crédito: kleber sales)
esporte capa - (crédito: kleber sales)
Danilo Queiroz
postado em 16/08/2023 03:55 / atualizado em 16/08/2023 18:26

Times de grande torcida sempre estão propensos a enfrentarem incêndios no decorrer da temporada. A reunião de vários craques com as mais distintas personalidades deixam os ambientes ainda mais propensos a faíscas. Semifinalistas da Copa do Brasil, Flamengo, Grêmio, Corinthians e São Paulo sabem bem os perigos. Todos enfrentaram tensos episódios internos ao longo do ano e chegam no momento decisivo, hoje, com os técnicos encarnando, também, papéis de apaziguadores. Além do futebol, Jorge Sampaoli, Renato Gaúcho, Dorival Júnior e Vanderlei Luxemburgo precisaram ter o dom de desarmar bombas nos vestiários para se apresentarem fortes nas partidas decisivas da temporada.

O nível do gerenciamento de crise nos quatro gigantes do futebol brasileiros foi o mais variado possível. Rivais da partida de 19h, no Morumbi, Corinthians e São Paulo lidaram com problemas mais "simples" de discussão e falta de clima nos grupos. O Flamengo foi além com duas situações envolvendo agressões físicas. No Grêmio, a contenda foi causada pela possibilidade de perder um astro do elenco de forma precoce. Entre casos resolvidos e pendentes, a semifinal da Copa do Brasil se apresenta como uma nova bomba com possibilidade de explodir e causar estragos. Caberá, mais uma vez, aos treinadores guiarem os times na intenção de esquivarem dos perigos da detonação.

Antes de se preocuparem com o enfrentamento direto por um lugar na decisão, São Paulo e Corinthians se voltaram para dentro pelo fim de polêmicas. Em março, o tricolor testemunhou o ambiente ficar tumultuado quando o então técnico Rogério Ceni discutiu com o atacante Marcos Paulo. Com o clima tenso no vestiário, o treinador durou somente mais um mês no cargo. Coube a Dorival Júnior acalmar os ânimos. A mudança de postura no comando guiou o tricolor paulista até a semifinal da Copa do Brasil com um grupo mais unido.

No Morumbi, o tricolor terá a obrigação de ganhar para reverter o 2 x 1 construído na ida pelo Corinthians. Antes de garantir a vantagem, o alvinegro precisou resolver de vez o caso Luan. Semanas antes do jogo, o atacante ampliou a crise pessoal com o clube ao ser agredido por torcedores em um motel. Vanderlei Luxemburgo precisou blindar o time da situação, resolvida apenas um dia antes do primeiro Majestoso, com a transferência definitiva do jogador para o Grêmio. Antes disso, o treinador ainda assumiu o papel de escudo ao chamar para si os protestos da torcida contra vários jogadores. Hoje, colhe os frutos com 11 jogos de invencibilidade.

Tsunami rubro-negro

Ao contrário dos outros rivais da semifinal da Copa do Brasil, o Flamengo viu o vulcão interno entrar em erupção de maneira mais intensa nas três semanas entre a vitória sobre o Grêmio no jogo de ida, por 2 x 0, e o novo encontro entre os times, no Maracanã. No jogo seguinte, Pedro foi agredido por um preparador físico. O caso trouxe holofotes negativos ao clube. Quando a situação se acalmava, o time foi eliminado da Libertadores. Ontem, uma nova contenda interna surgiu com o volante Gerson agredindo o lateral-direito Varela. Conhecido por ter pouco trato no relacionamento com atletas, Jorge Sampaoli se vê com o papel urgente de apaziguar o ambiente e se reuniu com as principais lideranças do elenco rubro-negro. Muito disso passa por não ser eliminado, hoje.

A vantagem de dois gols pareceu até diminuir diante de todo o ambiente turbulento. De perfil totalmente distinto ao de Sampaoli, Renato Gaúcho viu o Grêmio encerrar a tormenta justamente no jogo de ida. Antes, o tricolor convivia com os bate-bocas internos pela possível ida de Luis Suárez para o Inter Miami. Coube ao próprio treinador encerrar o caso ao anunciar o "fico" do uruguaio antes de enfrentar o Flamengo. O ídolo gremista ainda foi o responsável por pavimentar o caminho para Luan voltar ao clube após enfrentar os problemas no Corinthians. Agora, precisa marcar pelo menos três para ir à final da Copa do Brasil.

Os quatro treinadores passaram (ou ainda passam) por situações extracampo antes de um dos jogos mais importantes da temporada 2023. Após encarnarem a figura de bombeiros de problemas internos, Sampaoli, Renato, Dorival e Luxemburgo voltam às atenções para o que sabem fazer de melhor: guiar os times em busca dos lugares disponíveis na decisão da Copa do Brasil. Quem conseguir o feito, com certeza conviverá com dias melhores. Para quem fracassar, restará a missão de impedir novos incêndios nos vestiários causados pelas faíscas da eliminação.

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