COPA DO BRASIL

Flamengo pode jogar mais uma final com dois goleiros diferentes

Na decisão contra o Cruzeiro, em 2017, rubro-negro utilizou Thiago Rodrigues e Alex Muralha. No domingo, contra o São Paulo, Sampaoli arrisca colocar Rossi no lugar de Matheus Cunha

O argentino Agustín Rossi (E) ameaça tirar a titularidade de Matheus Cunha -  (crédito: Divulgação/Flamengo e Paula Reis/Flamengo)
O argentino Agustín Rossi (E) ameaça tirar a titularidade de Matheus Cunha - (crédito: Divulgação/Flamengo e Paula Reis/Flamengo)
postado em 22/09/2023 06:00

Das últimas três finais da Copa do Brasil que disputou, o Flamengo foi vitorioso em duas. O retrospecto recente no segundo torneio mais importante do país é favorável ao rubro-negro. No entanto, existe um elo dramático entre a única final perdida nesse recorte e o segundo ato da decisão contra o São Paulo, no domingo (24/9), às 16h, no Morumbi.

O tri e o tetracampeonato flamenguista da Copa do Brasil, sobre Athletico-PR e Corinthians, em 2013 e 2022, não levaram tanto sustos e deram tantas dores de cabeças aos torcedores e às comissões técnicas com relação a goleiros quanto o vice-campeonato em 2017 para o Cruzeiro. Na temporada passada, Santos era o dono das traves. Nove anos antes, Felipe foi o titular na final contra o Furacão e, Paulo Victor, o suplente, inclusive, utilizado nas semis contra o Goiás devido à lesão do companheiro de posição.

Em 2017, o enredo foi totalmente diferente. Alex Muralha era o preferido do técnico colombiano Reinaldo Rueda para a posição. O Flamengo entrou nas oitavas de final e Muralha assumiu a responsabilidade em cinco partidas das oito partidas. Não disputou todas porque, além da contestação da torcida, foi expulso no último minuto do empate sem gols com o Botafogo, pela semifinal, no Nilton Santos. Thiago Rodrigues herdou a missão.

O substituto não comprometeu no duelo de volta no Maracanã e ganhou nova chance no primeiro capítulo da decisão contra o Cruzeiro, no Maracanã. O Flamengo vencia até os 38 minutos do segundo tempo, quando Hudson arriscou de fora da área e Thiago Rodrigues falhou com bola espalmada nos pés de Arrascaeta, livre para empatar. Antes do segundo jogo no Mineirão, o jovem arqueiro sofreu uma fratura no punho e devolveu o posto a Muralha. O vai e vem na pequena área resultou no adiamento do sonho do tetra com a derrota por 5 x 3 nos pênaltis.

A dois dias do novo desafio contra o São Paulo, Flamengo e Jorge Sampaoli vivem um dilema: manter Matheus Cunha ou apostar em Agustín Rossi? Cunha falhou no gol de cabeça do centroavante tricolor Jonathan Calleri. Rossi era o cotado a dono do setor antes, mas disputou apenas um jogo desde a chegada em julho. Na quarta-feira, o argentino colaborou para o empate sem gols da equipe reserva rubro-negra com o Goiás, em Goiânia.

Sampaoli terá de fazer uma escolha. Matheus Cunha está mais adaptado à rotina de jogos e ao papel de primeiro homem com a saída de bola com os pés. Em média, dá 44 toques na bola por jogo e tem precisão de 77% nos passes. É disciplinado, tomou apenas um cartão amarelo neste ano e diminui as chances de dar uma de Alex Muralha contra o São Paulo. Mas, aos 22 anos, a falta de "malandragem" na decisão pode pesar.

Sampaoli pode se apegar à superstição para bancar Matheus Cunha. Afinal, cinco dos oito jogos de volta da final da Copa do Brasil para o Flamengo tiveram goleiros formados na base ou lapidados na Gávea no início da carreira: Zé Carlos (1990 e 1997), Julio César (2003 e 2004) e Diogo (2006). As exceções foram Santos (2022), Felipe (2013), Alex Muralha (2017) e Santos (2022).

"O Matheus, desde a minha chegada, teve rendimento muito alto. Sinceramente, não lembro se foi dele a responsabilidade do gol. É um goleiro que tem nos ajudado muito até agora", avaliou o dono da prancheta após a derrota no jogo de ida contra o tricolor paulista.

Rossi, porém, é mais experiente. Aos 28 anos, tem fama de pegador de pênaltis. Das 44 disputas por pênaltis que participou, Rossi defendeu 13 e acertou o canto em outras cinco. No tempo regulamentar, foi acionado em 12 batidas e impediu a comemoração adversárias na metade delas. Esse pode ser um trunfo caso o Flamengo supere o São Paulo por um gol de diferença.

Embora tenha feito apenas uma partida desde a chegada, Rossi sempre avaliou que é preciso batalhar pela vaga. "Cheguei para ajudar os companheiros, Matheus e Santos. A disputa sempre melhora. A competência de todos ajuda cada um. Tenho que estar tranquilo para esperar o momento em que vou jogar", discursou na apresentação no clube, em julho.

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