As águas do Lago Paranoá formaram remadores de elite para representar o Distrito Federal mundo afora. Não à toa, atletas brasilienses brilharam no Mundial Master de Remo, realizado no último final de semana na África do Sul, e garantiram uma série de conquistas para o Brasil. O principal destaque foi para o Minas Brasília, terceiro colocado geral entre 199 clubes de 42 países. Ao todo, a delegação verde-amarela arrematou 47 medalhas e marcou o nome da capital na competição.
O torneio exclusivo para atletas acima de 27 anos contou com muitos participantes do quadradinho, entre eles Lília de Oliveira, funcionária pública de 44 anos e membro da equipe do Minas. Veterana de mundiais, com disputas nos Estados Unidos (2018) e Hungria (2019), ela teve o melhor desempenho da carreira no torneio em solo africano e trouxe para casa cinco medalhas.
Em meio ao mérito próprio, a candanga destaca o papel importante da cidade para o resultado. “Representar meu país e especialmente Brasília sempre é motivo de alegria. Aqui é um celeiro de grandes remadores e fazer parte desta história me alegra. Temos o Lago Paranoá, que é um dos melhores locais no país. Acredito que a cidade inspira seus moradores a praticarem um esporte”, opinou.
A trajetória de Lília começou ainda em 2005, quando fazia academia de frente para o Lago Paranoá e um dia quis se arriscar no remo. Desde então, não largou mais. “O remo significa muito para mim. Ele me ajuda a ter disciplina, foco, comprometimento, responsabilidade, saúde. Através dele fiz grandes amizades, viajei bastante, virei árbitra de remo e até presidente da Federação de Remo de Brasília”, compartilhou.
Depois da África do Sul, o Mundial da Alemanha, em 2024, já está nos planos. A expectativa da atleta é poder ter uma equipe ainda maior na delegação brasileira, e até por isso já estende o convite para a comunidade. Entre 2 e 5 de novembro, Brasília recebe o Campeonato Brasileiro de Remo Master, oportunidade que Lília define como uma chance de prestigiar e conhecer mais sobre o esporte.
Outro atleta candango é Célio Dias Amorim, de 47 anos, que também colecionou medalhas no torneio internacional e ainda exercia a função de técnico. Em nove provas, ele venceu cinco e turbinou a campanha brasileira. O desempenho, no entanto, não é novidade para o morador da Asa Norte. Com mais de três décadas de carreira, já remou pelo Botafogo e pela seleção nacional, com título brasileiro, sul-americano e mais conquistas no currículo.
“Como atleta e treinador, tinha uma avaliação mais profunda de todo o trabalho que estava sendo realizado. Foi muito bacana ter tido o sucesso das provas que eu participei e ver o sucesso da equipe. Me sinto muito realizado de ter feito essa representação e mostrar para o sul-africano e o restante do mundo que o Brasil e Brasília têm remo de qualidade”, declarou.
Assim como na Copa do Mundo de futebol em 2010, a África do Sul também surpreendeu por toda a estrutura e receptividade no mundial. Com mais de 2 mil atletas na disputa, a competição e toda a festa ao redor rendeu elogios do brasiliense, especialmente por terem atendido todas as exigências para colocar os remadores nas melhores condições de disputa.
Agora, a expectativa de Célio é que mais pessoas possam se interessar e cita a própria trajetória como exemplo. Comecei a remar em 1989 e o esporte praticamente se tornou a minha vida. Eu vivo do remo financeiramente, no meu dia a dia, todas as ações que eu faço normalmente estão associadas a esse esporte. O remo realmente pulsa dentro de mim a todo momento. Sou muito feliz de estar realizando isso, proporcionando essa qualidade de vida para deixar as pessoas motivadas a cuidar do seu corpo, do seu físico e estar de bem com a vida. Vale muito a pena”, acrescentou o atleta.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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