Desde 2014, a principal meta do futebol do Distrito Federal é recolocar um clube, pelo menos, na Série C do Campeonato Brasileiro. Após a queda do Brasiliense, um ano antes, o objetivo virou obsessão para as equipes locais, mas se destacou negativamente pela altíssima complexidade. Nas últimas 10 temporadas, quem tentou, ficou pelo caminho e manteve o ostracismo da permanência da capital na base da pirâmide da competição nacional. Apesar de tantos fracassos, o Campeonato Candango ainda atrai concretizadores do sonho. Em 2024, dois times da primeira divisão do torneio distrital serão comandados por técnicos responsáveis por liderar acessos neste ano.
Um dos clubes emergentes em termos de investimento e estrutura no cenário local, o Capital contratou, no fim de setembro, o treinador Paulinho Kobayashi. O profissional foi campeão da última Série D do Brasileirão com a Ferroviária-CE e, consequentemente, fez a equipe subir de patamar na competição nacional. Maior detentor de títulos do futebol do Distrito Federal com 13 taças, o alviverde chegou a um acordo e anunciou Cícero Júnior na quarta-feira (11/10). O último trabalho do agora técnico gamense foi liderar a caminhada do Athletic-MG em direção à terceira divisão do Brasileirão.
Detentores de acesso em 2023, Kobayashi e Cícero não foram seduzidos pela possibilidade imediata de ter sucesso com Capital e Gama na Série D. A Coruja e o Periquito não têm vaga no torneio nacional em 2024 (Brasiliense e Real Brasília serão os representantes do futebol do Distrito Federal). Pelo contrário, terão de recomeçar do zero. A primeira missão da dupla será chegar, pelo menos, na final do Candangão para colocarem os clubes na edição de 2025 da quarta divisão. Só então, teriam a oportunidade de aplicar o know-how adquirido nas campanhas recentes de Ferroviária-CE e de Athletic-MG.
Mesmo longe da Série D, chama a atenção a capacidade de convencimento dos projetos apresentados por Capital e Gama aos novos treinadores. Os dois chegam ao Distrito Federal bastante valorizados pelos acessos na última edição do torneio. A Coruja, por exemplo, fez forte abordagem para contratar Paulinho Kobayashi. A Ferroviária-CE tinha interesse na continuidade do trabalho. No entanto, não encontrou forças financeiras para competir com a proposta apresentada pelo tricolor candango. Jogadores participantes da exitosa campanha na quarta divisão, inclusive, são adicionais no pacote para o Candangão.
Em reconstrução financeira e administrativa desde o fracasso do projeto de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o Gama recorreu a outros meios para convencer Cícero Júnior a embarcar no sonho alviverde de voltar a jogar a Série D em 2025. Mesmo com o acesso à terceira divisão de 2024, o técnico e o Athletic-MG não chegaram a um acordo de renovação. Assim, o treinador ficou livre para assumir novos desafios. Além do novo comandante, os gamenses fecharam com o auxiliar Ricardo Campos Senna para a disputa do Candangão de 2024, a partir de janeiro.
Se a Série D virou pesadelo para as equipes do Distrito Federal nas últimas temporadas, Gama e Capital encontraram um jeito de atraírem especialistas no torneio nacional para liderarem os projetos dos clubes no Candangão 2024. Embora a meta nacional seja uma proposta de médio prazo e possível apenas com a concretização dos objetivos locais, o tricolor e o alviverde somam pontos pelo êxito em atraírem treinadores conhecedores do caminho, considerado a maior assombração recente dos times candangos. A ver, agora, se Kobayashi e Cícero terão o mesmo sucesso percorrendo a estrada local até a quarta divisão.
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