Em uma das edições mais surpreendentes e disputadas do Campeonato Brasileiro, o título do Palmeiras tem méritos após o longo enredo da edição de 2023. Entretanto, o ponto determinante dentro do returno contou com uma reta de chegada eficiente e tropeços dos demais rivais na hora mais decisiva da campanha.
O período vencedor do alviverde teve uma contagem de 11 rodadas até a confirmação do 12º título. O time que saiu do quinto lugar para se sagrar campeão teve uma virada de chave fulminante a partir dos 2 x 0 sobre o Coritiba, na 28ª rodada. Antes disso, o time paulista vinha de quatro derrotas, três em confrontos diretos — para Grêmio, Bragantino e Atlético-MG, respectivamente — além da primeira derrota no clássico contra o Santos desde 2019.
Desde a vitória no Paraná foram oito triunfos, um empate e uma derrota antes da última rodada contra o Cruzeiro. No espaço de 10 jogos, foram 83,3% de aproveitamento. Se bem teve jogos complicados contra adversários de outras partes da tabela, como o próprio Coxa, Bahia, Athletico-PR e Fortaleza, dois jogos em especial representaram a moral para retomar a saga vencedora aos comandados de Abel Ferreira.
Após cair pelo segundo ano seguido na Copa do Brasil para o São Paulo, o Palestra recebia o rival de bairro no Allianz Parque, pela 29ª rodada. Sem tanto compromisso no jogo com o título, o Soberano foi presa fácil para uma equipe enérgica, que aplicou 5 x 0, a maior goleada palmeirense do Choque-Rei e segunda do confronto.
Dois jogos depois, a visita ao Botafogo, no Rio de Janeiro, tinha clima de final, pelo ritmo de queda dos alvinegros e pela ascensão do pelotão que seguia o então líder do campeonato. Mesmo com um 3 x 0, um dia inspirado de Endrick e uma remontada corajosa contra um mandante retraído e com um jogador a menos, após a expulsão de Adryelson, deram um inimaginável 4 x 3 para fazer o Palmeiras crer no título nacional.
Queda dos rivais em pontos distintos
A parte mais decisiva da competição teve, também, os tropeços de rivais concorrentes ao título em diversas rodadas. Atlético-MG, Botafogo e Flamengo não mantiveram o mesmo nível de constância que deu ao Palestra a taça ao final do campeonato. Confira, a seguir, os tropeços adversários na reta final da competição.
Botafogo: O Glorioso chegou à rodada final sem chances de ser tricampeão brasileiro. A queda para os palmeirenses entra na sequência de dez jogos sem vitórias até o jogo da 37ª rodada, no empate sem gols com o Cruzeiro, que tirou as chances matemáticas de levar a taça. Além disso, uma campanha oposta entre os turnos também contribuiu para que o melhor time em um primeiro turno nos pontos corridos não fosse o vencedor ao final.
Atlético-MG: Mesmo com a melhor campanha do returno consolidada antes da rodada final, o Galo não alcançou a taça por uma reação tardia, ainda no primeiro turno. Entre as datas 10 e 11, houve a troca no comando técnico de Eduardo Coudet para Luiz Felipe Scolari. Felipão, porém, demorou oito jogos para vencer a primeira e chegou a estar em 13º lugar com os mineiros.
Flamengo: A troca de técnicos também foi um problema do lado rubro-negro do Rio. Diferentemente dos quatro treinadores no Botafogo, o Fla começou a campanha com Jorge Sampaoli e teve uma transição após a final da Copa do Brasil para Tite. O ex-Seleção Brasileira esteve apenas nas últimas 12 rodadas à frente do time e teve derrotas importantes contra Grêmio, Santos e Atlético-MG, atrapalhando em uma briga mais sólida pelo título.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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