Não só de regularidade vive um campeão brasileiro. As alternativas de jogo também constroem uma campanha rumo ao título. O Palmeiras teve de se reinventar para somar a taça de 2023 à galeria na Academia de Futebol. Entretanto, os diferentes motivos em um 2023 cheio de altos e baixos levaram às graduais alterações ao longo do ano.
Em um mercado tímido para o começo do ano, o atual campeão nacional perdia duas peças importantes: o meia Gustavo Scarpa e o volante Danilo, ambas novidades do Nottingham Forest, da Inglaterra. As reposições foram imediatas para as posições, com Richard Ríos e Artur.
O clube vinha de realizar a única e maior contratação da história na janela anterior, com a chegada de José Manuel “El Flaco” López, do Lanús, por US$ 14 milhões à época. Ao passar da temporada, a equipe ainda contava com calendário pesado e algumas lesões durante o ano.
A mais grave afetou ao atacante Dudu, ainda na 12ª rodada do Brasileirão, na derrota em casa para o Botafogo, por 1 x 0, afastando o camisa 7 por pelo menos mais seis meses. Um mercado nulo no inverno e a grande pressão da comissão técnica e da torcida complicaram a situação interna. Diversas negativas culminaram apenas no acerto do meia Aníbal Moreno, do Racing, da Argentina, para 2024.
Assim, a recorrência foi para uma alternativa conhecida: as categorias de base, com 14 atletas surgidos das canteiras palestrinas compondo o elenco principal de 31 nomes. Confira, a seguir, cinco variedades utilizadas pelo Palmeiras ao longo do Campeonato Brasileiro.
Ninguém é titular
A pouca comodidade para os jogadores é um aspecto prezado por Abel Ferreira. O momento é um dos aspectos válidos na hora de medir os méritos de quem vai a campo. Luan ou Murilo? Gabriel Menino ou Richard Ríos? Rony ou Endrick? A famosa dor de cabeça dos técnicos foi um fator com o qual o português sofreu bastante em 2023 na hora de levar o time a campo.
Flexibilidade de posições
As alternativas nas funções de cada jogador foram uma grata novidade nos times do Palmeiras neste ano. Luan, zagueiro de ofício, atuou de volante. Houve a introdução de alas, com Marcos Rocha e Piquerez em algumas oportunidades. Raphael Veiga deixou de ter referência como "dez" para obedecer a uma tática diferente pelo lado direito. Quem sabe jogar no Palestra tem que saber se mover fora de seu lugar. No time de Abel, não há zona de conforto.
Dobra de posições
Um dos principais trunfos da armação alviverde esteve na escapada pelos lados. Originalmente, a equipe de 2022 tinha alternativa com Dudu e Gustavo Scarpa pelos lados. Um ano depois, deu-se com dois laterais pelo mesmo lado: com a dobradinha Marcos Rocha-Mayke, com o segundo deles posicionado como meio-campista. Do lado esquerdo também houve momentos onde Piquerez e Vanderlan arquitetaram o ataque.
A volta da dupla de ataque
Dois é bom, três é demais. Com problemas na reposição do ataque após a lesão de Dudu, Abel Ferreira removeu um jogador de ataque e mudou para um esquema com dois centroavantes, em uma das mudanças mais marcantes da reta final do Brasileirão. Com um meio-campo mais "improvisado", o novo 4-4-2 palmeirense fechou com a dupla Endrick-Breno Lopes.
Três zagueiros
Utilizado em menor escala, essa foi uma das alternativas que convinham com o momento em que o Palestra precisava. Nesse caso, a trinca Gustavo Gómez, Luan e Murilo defendia quando preciso e dava a saída de bola com a qualidade necessária, sobretudo pelo avanço do campeão olímpico com o Brasil em 2016 para a função de volante. Entretanto, tal solução chegou a dar problemas com cartões e suspensões na zaga durante a reta final, por sorte, não comprometida pela boa reposição de Naves, outro das novidades da base.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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